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Formação Docente

A neurociência explica: como decoramos a tabuada ou aprendemos a ler com fluência?

Além de esclarecer como os jovens assimilam conteúdos, a neurociência também explica algumas situações de aprendizado bem específicas. Veja algumas

Publicado em 02/02/2015

por Luciana Alvarez

 

Dificuldades de ensino das tabuadas do 7 e do 8

Como o cérebro já vem “preparado” para aprender os números 1, 2 e 3, essas tabuadas costumam ser mais fáceis para os alunos. Para as tabuadas do 5 e do 10, eles contam com o apoio dos dedos para acertar os resultados. Para o 4 e o 6, a proximidade com a tabuada do 5 ajuda. O mesmo vale para o 9. Ficam de fora as tabuadas do 7 e do 8, que, portanto, precisam de uma atenção especial. “Mesmo grandes matemáticos titubeiam na hora de dizer quanto é 7×8. Isso é algo que a neurociência veio comprovar, mas minha mãe na década de 40 já sabia graças a sua experiência em sala de aula”, diz Elvira Souza Lima, pesquisadora em desenvolvimento humano.

Semelhanças entre ler e dirigir: automatização

Parecem atividades muito distintas, mas ler e dirigir dependem de uma estrutura cerebral chamada de cerebelo, responsável pela automatização de certas atividades e pela coordenação motora. Após certo tempo de prática, o leitor passa a se concentrar no significado do texto e não na junção das letras para formar as sílabas e palavras. Da mesma forma que o motorista deixa de pensar nos pedais para prestar atenção ao trânsito, e consegue até ouvir música e conversar. “Em casos de estudantes com dificuldade de aquisição de leitura, o professor de português poderia procurar o de educação física para propor trabalhos de automatização de movimentos. Isso ajudaria também na fluência ao ler”, afirma Fernando Louzada, professor do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Áreas diferentes para verbos e substantivos

Experiências com pessoas vítimas de acidentes ou derrames que tenham comprometido certas regiões cerebrais mostram que os substantivos e os verbos são processados em locais diferentes. Uma pessoa pode não compreender a expressão ‘o andar’, como substantivo, mas entender o verbo ‘andar’. “Portanto, na alfabetização, facilita o aprendizado se a criança receber atividades também com verbos – de forma geral, são trabalhados apenas os substantivos”, afirma Elvira.

Autor

Luciana Alvarez


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