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Ensino 223

Pesquisa revela a situação dos concluintes no mercado de trabalho

Levantamento exclusivo realizado com egressos de todo o Brasil também revela a faixa salarial das pessoas que concluíram a graduação

Publicado em 20/10/2017

por Marina Kuzuyabu

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Se quisermos saber o total de concluintes no Brasil por carreira, região do Brasil ou tipo de instituição de ensino, por exemplo, encontraremos um vasto banco de dados para consultar. Mas, se o interesse mudar de direção e quisermos saber onde estão esses concluintes, se estão trabalhando ou quanto eles ganham, aí as dificuldades começarão a aparecer. Há poucas informações disponíveis sobre a vida do aluno depois que ele se forma.

Pesquisa envolveu mais de mil pessoas de todo o Brasil

Com o objetivo de conhecer melhor o perfil do egresso do ensino superior e entender suas dificuldades e expectativas em relação ao futuro profissional, o Semesp realizou uma pesquisa inédita com concluintes de cursos de graduação de todo o Brasil.

Os dados foram coletados durante o 1º semestre de 2017 por meio de formulário eletrônico. Foram obtidas 1.445 respostas, das quais 1.089 de pessoas que já se formaram. Juntos, eles representam 453 IES, entre privadas e públicas de todas as regiões do Brasil, e 145 cursos diferentes. Também foram obtidas nove respostas de residentes no exterior.

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Trabalho

De cada três alunos, dois estão trabalhando – a maioria em sua área de formação. Entre os que trabalham em área diferente, há uma predominância de egressos de IES privadas: 21,5% contra 12,7% da rede pública. Os principais motivos apontados para essa situação foram falta de oportunidade e de interesse.

Entre os desempregados, há uma predominância de egressos da rede pública: 44,4% contra 29,5% na rede privada. Porém, entre os primeiros, 56,2% estão matriculados em cursos de pós-graduação. Já entre egressos da rede privada, apenas 39,5% deram continuidade aos estudos.

A pesquisa também mostra que os cargos de liderança, como diretor, gerente, coordenador ou supervisor, são ocupados, em sua maioria, por egressos de instituições privadas (17,9%).

Quanto às áreas, os concluintes da rede pública estão, em sua maioria, trabalhando em setores relacionados à educação (26,4%), saúde (14,1%) e atividades científicas e técnicas (10,4%). Já os respondentes da rede privada estão, atualmente, nas áreas de saúde e serviço social (23,3%), educação (16,4%) e nos setores administrativos e de serviços (6,5%). Isso mostra que os egressos de IES públicas apresentam maior tendência a seguir carreiras acadêmicas que aqueles formados em IES privadas.

O levantamento mostra se as pessoas estão trabalhando e quanto elas estão ganhando

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Rendimentos

De forma geral, grande parcela dos alunos que concluíram o ensino superior no Brasil (47,1%) recebe mensalmente um salário entre R$ 1.000,00 e R$ 3.000,00. É possível verificar uma leve tendência de maior salário entre os alunos provenientes de instituições públicas.

Considerando apenas os respondentes que já trabalhavam durante a graduação e que disseram ter recebido alguma melhoria de salário após conclusão do curso, 69% receberam aumento salarial de até 50%. Dentre os provenientes de instituições privadas, 75% dos egressos receberam aumento de até 50%.

Sobre a inserção no mercado de trabalho, 63,2% dos provenientes de instituições privadas alegaram ter tido muita dificuldade e 36,8%, pouca dificuldade. Já entre os egressos de instituições públicas, os respondentes que disseram ter tido muita dificuldade constituíram um número menor, porém ainda expressivo, cerca de 55,3%.

Apesar disso, para 78,7% do público pesquisado, o curso de graduação contribuiu muito para o desenvolvimento profissional. Esse percentual é ainda maior, 83,1%, para os concluintes de IES públicas. Apenas 2,9% acreditam que o curso não apresentou nenhuma contribuição para o crescimento profissional.

O que pode melhorar

Na opinião dos entrevistados, as IES podem melhorar alguns aspectos para contribuir com o crescimento profissional de seus alunos. Os egressos acreditam que as instituições deveriam oferecer mais aulas práticas, coerentes com o mercado atual de trabalho, aproximar o aluno das empresas por meio de parcerias, incentivar e divulgar oportunidades de estágios, melhorar a capacitação dos docentes, incentivar a pesquisa, agregar cursos específicos à grade curricular (como idiomas e empreendedorismo), oferecer melhor infraestrutura e laboratórios bem equipados.

Outros pontos que precisam ser aperfeiçoados também citados, porém em menor escala, são referentes ao atendimento ao aluno, material didático, dinamismo nas aulas, networking e realização de palestras, workshops e visitas técnicas. (MK)

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Autor

Marina Kuzuyabu


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