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Políticas Públicas

Ensinar competências

Para Chico Soares, presidente do Inep, o ensino de competências reforça a ideia de que a escola deve preparar os alunos para situações concretas da vida

Publicado em 06/06/2014

por Marina Kuzuyabu

Sérgio Amaral


Os adultos que hoje integram o mercado de trabalho têm as competências exigidas pelos empregadores do século 21? Como estão sendo desenvolvidas e qual o papel da escola nesse cenário? Para apurar estas e outras questões, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE) realizou um estudo inédito no interior do Programa para a Avaliação Internacional das Competências dos Adultos (PIAAC). Os resultados da primeira etapa do levantamento, que abrange os 22 países-membros da entidade, mais a Rússia e o Chipre, foram divulgados em um seminário promovido em Brasília em parceria com o Ministério da Educação (MEC), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a Fundação Santillana e o jornal espanhol El País.

A pesquisa avaliou a proficiência dos adultos em letramento, numeramento e solução de problemas em ambientes altamente tecnológicos – as principais competências necessárias para o processamento de informação e que são, na definição da OCDE, a moeda global deste século. Entre outras conclusões, verificou-se que adultos com qualificação de nível superior têm, em média, uma vantagem de 36 pontos em letramento – o equivalente a cinco anos de educação formal – em comparação com adultos que não completaram o ensino médio. Além da esperada vantagem desse grupo em termos salariais e colocação profissional, a pesquisa mostrou que o grau de competências também interfere no nível de confiança das pessoas, na participação delas na sociedade e até na saúde.

Chico Soares, presidente do Inep, falou à Educação sobre o debate educacional em torno das competências. Segundo o especialista, essa é uma discussão nova que reforça a ideia de que a escola tem de preparar as crianças e os jovens para a vida, conceito que se opõe ao aprendizado autocentrado, com um fim em si mesmo. “Além de ensinar os alunos a escrever corretamente, também temos de nos perguntar se eles estão sendo preparados para ler os editoriais, as notícias, os contratos, etc. A ideia de competência é colocar o conhecimento em uso nas situações concretas da vida.” Na esteira dessa concepção vêm as competências não cognitivas, tema de outro seminário promovido recentemente com o apoio do Inep. Segundo Soares, essas competências também se aprendem e dizem respeito à capacidade de conviver com pessoas diferentes, de controlar as emoções, de ter perseverança, etc. “Estamos muito acostumados com a ideia de que o aprender não envolve essas coisas. Mas o mundo está dizendo que não só envolve, como isso é muito importante”, reforçou.

Autor

Marina Kuzuyabu


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