NOTÍCIA

Edição 230

Modelo paulista facilita passagem de alunos do ensino técnico ao superior

Publicado em 22/07/2016

por Flávia Siqueira

i522031Não é de hoje que os colégios técnicos estaduais e federais se destacam nas diversas avaliações educacionais. São escolas que costumam selecionar seus estudantes, apresentam infraestrutura acima da média e regime e salários diferenciados para seus professores. Se o acesso a elas é restrito, também mostra que é possível alcançar bons resultados no sistema público de educação e que ensino técnico e a continuidade dos estudos no ensino superior não estão dissociados.

Uma dessas instituições é o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), que oferece cursos técnicos nas modalidades integrado, concomitante e subsequente, além de cursos superiores e pós-graduação. No modo integrado (cursado com as disciplinas do ensino médio), o campus oferece formação em eletrônica, eletrotécnica, informática e mecânica. As aulas se distribuem pelo período da manhã ou da tarde e os alunos se formam em quatro anos. No Enem 2014, o campus da capital ficou em segundo lugar entre as escolas públicas da cidade de São Paulo, com 637,8 pontos.

Lúcia Collet, diretora de ensino do campus capital do IFSP, não descarta o vestibulinho como um dos componentes da equação, mas aponta outras variáveis para os bons resultados. “A educação profissional trabalha a autonomia do estudante. O aluno sabe como aprender”, afirma Lúcia. A diretora também aponta a importância de experiências como iniciação científica, cursos de extensão, atividades extracurriculares e participação em Olimpíadas de conhecimento. Não há treinamento específico para o Enem e vestibulares. Quanto aos docentes, a maioria leciona para os três níveis do instituto – técnico, superior e pós-graduação –, além de se dedicar ao tripé pesquisa, ensino e extensão.

Dependendo do curso técnico, existem particularidades que tornam necessárias algumas adaptações dentro do currículo tradicional do ensino médio. No curso de eletrotécnica, por exemplo: para acompanhar as disciplinas técnicas, é preciso que os alunos conheçam números complexos antes dos demais. Por isso, esse componente curricular é apresentado antes aos estudantes do curso.

Metade das vagas é reservada para alunos que cursaram o ensino fundamental em escola pública, explica Lúcia. Além disso, existe acompanhamento pedagógico para aqueles com necessidades específicas ou que tenham dificuldade nos cursos. Hoje, aponta a diretora, 30% dos estudantes dos cursos técnicos, considerando-se todas as modalidades, não se formam no tempo devido – um índice ainda alto e que representa um desafio, avalia ela.

Autor

Flávia Siqueira


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