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ESPECIAL CRISE / OPORTUNIDADES | Edição 205 Apesar da queda das matrículas no ensino superior privado, áreas como gestão e empreendedorismo, compliance e big data têm apresentado grande procura em função dos cenários político e econômico do país por Deborah Ouchana Embora o ensino superior […]

Publicado em 05/01/2016

por Redação Ensino Superior

ESPECIAL CRISE / OPORTUNIDADES | Edição 205

Apesar da queda das matrículas no ensino superior privado, áreas como gestão e empreendedorismo, compliance e big data têm apresentado grande procura em função dos cenários político e econômico do país

por Deborah Ouchana

© iStockphoto

Embora o ensino superior privado esteja recebendo 2016 como um ano de grandes desafios, algumas áreas e cursos podem crescer justamente por oferecer aos estudantes ferramentas para enfrentar a crise econômica. É o caso de cursos voltados para gestão e empreendedorismo. No Centro Universitário Senac, em São Paulo, uma das pósgraduações mais procuradas para o 1º semestre deste ano é a de especialização em gestão de negócios. “Muitas empresas possuem em seus quadros gestores sem a devida formação na área de negócios. Essas pessoas ascendem em razão de suas capacidades técnicas, porém não possuem competências especializadas para gerir uma organização ou área”, afirma Sérgio Luís Ribas D’Avila, coordenador-geral dos cursos de pós-graduação da instituição.

Contribui para o aquecimento da área a disseminação da cultura empreendedora pelo país, que cresce calcada tanto na criação de novos negócios como alternativa à escassez de postos de trabalho quanto no desejo de muitos especialistas de inovar. O primeiro tipo, o empreendedor por necessidade, é o perfil mais recorrente entre os matriculados nesse tipo de curso. Segundo D’Avila, esses aprenderão a tirar suas ideias do papel, criando planos de negócios robustos, e, aos poucos, ganharão condições para se tornar empreendedores por oportunidade, que são aqueles que enxergam no mercado nichos de produtos ou serviços ainda não explorados, mas com potencial de crescimento. “Aqueles que entenderem como transformar a crise em oportunidade estarão muito mais fortalecidos”, acredita o coordenador do Senac.

James Wright, diretor-geral da Faculdade FIA de Administração e Negócios, também em São Paulo, e coordenador da consultoria Profuturo FIA, concorda que o empreendedorismo tem uma demanda crescente no país. “Mesmo os executivos que estão nos cursos mais tradicionais olham para o empreendedorismo como uma opção que pode ser desenvolvida”, diz. Mas além desta área, ele acrescenta outras três na lista das apostas para 2016. As formações voltadas para a análise de big data, que capacitam profissionais para a extração de informações relevantes de uma grande massa de dados, são promissoras em sua opinião porque ainda se restringem a poucos profissionais – e eles são cada vez mais procurados pelas empresas.

Já a gestão do agronegócio se justifica pela posição de destaque que o Brasil ocupa entre os principais produtores de alimentos do mundo. Essa área não estaria sendo valorizada – uma vez que esse status não é novidade – se não fosse pela queda no preço das commodities, situação que faz aumentar a pressão por eficiência. “O Brasil é eficiente na produção, mas não tem força na logística de distribuição e venda”, aponta Wright. O professor  também acredita que, com a alta do dólar, cursos na área de exportação podem crescer.

Combate à corrupção

De acordo com Carlos Alberto Schmidlin Filho, coordenador do MBA em governança, risco e compliance da Faculdade Opet, em Curitiba (PR), a procura de economistas, administradores, advogados, entre outros profissionais, por cursos na área está aumentando.  O motivo por trás da expansão dessa demanda é o Programa de Integridade, previsto na Lei Anticorrupção, sancionada em 2013 com o objetivo de punir empresas envolvidas em práticas relacionadas à corrupção. Por meio do Programa, foram estabelecidos os mecanismos e procedimentos de integridade, auditoria, aplicação de códigos de conduta e incentivos de denúncia de irregularidades que devem ser adotados pela empresa e monitorados pela Controladoria-Geral da União (CGU).

James Wright, da FIA, também garante que as áreas de compliance e ética têm ganhado uma importância maior nos últimos anos. “A FIA trata desses assuntos desde 1994, mas eles estão chamando a atenção do público nesse momento porque as empresas perceberam que elas, de fato, precisam estar organizadas para mostrar que tomaram todas as medidas para evitar casos de corrupção”, explica.

Para Schmidlin Filho, as investigações da Operação Lava Jato contribuíram para deixar as empresas atentas às diretrizes. “Corrupção sempre foi crime. O que acontecia é que as empresas envolvidas nesses casos deixavam a responsabilidade cair em uma pessoa. Hoje, se a empresa não provar que adotou medidas preventivas e de combate à corrupção, ela também pode ser responsabilizada”, alerta.

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Redação Ensino Superior


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