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Formação Docente

Campo das necessidades

Professores das áreas rurais carecem de formação para lidar com a já sabida especificidade das salas multisseriadas

Publicado em 01/08/2013

por Camila Ploennes

No início de julho, o MEC instituiu a Escola da Terra, ação do Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo) que oferece formação continuada aos professores que atuam em escolas no campo e em comunidades quilombolas. A ideia é oferecer um curso com carga mínima de 180 horas a docentes que lecionam nessas áreas, especificamente nos anos iniciais do ensino fundamental e, sobretudo, para as turmas multisseriadas. Essa descrição, publicada no Diário Oficial da União, faz perguntar o porquê desse foco. Do total de escolas do campo (76.229), 71,37% (54.405) têm salas com estudantes de diversas séries, que somam 22% (1.384.654) das matrículas totais do campo (6.293.885), segundo o Censo Escolar Inep 2011. O desafio hoje é similar ao de seis anos atrás, quando 70% dessas instituições eram multisseriadas.
#R#
Ainda de acordo com o Censo Escolar, atualmente existem 342.845 professores no campo. Desse total, apenas 53,23% (182.526) possuem o ensino superior. Mas, por enquanto, são 7,5 mil vagas de formação continuada do programa Escola da Terra previstas para 2013. Ou seja, a princípio, o projeto pode atender 4,1% do conjunto de docentes do campo com formação universitária.






Neste ano, as vagas serão distribuídas por sete universidades federais, segundo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC. E, para ser instituída em uma cidade ou estado, a formação continuada da Escola da Terra depende da adesão das secretarias estaduais ou municipais de Educação por meio do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec).


Licenciaturas
Para os 160.319 professores sem ensino superior que atuam no campo, ou 46,76% desse conjunto, foram abertas neste ano 4.865 vagas presenciais de licenciatura em universidades e institutos federais das cinco regiões do Brasil. Ou seja, as vagas atenderão 3% dos docentes que ainda atuam sem formação universitária. Até 2015, a meta é abrir um total de 15 mil vagas pelo Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), o que significa atender 9,35% dos educadores sem licenciatura.


Um dado do EducaCenso 2007, em um relatório do Observatório da Equidade, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), mostra que, à época, dos 311.025 professores da Educação Básica no campo, 57,1% (177.595) deles não tinham cursado faculdade.


Mesmo com essa pequena melhora, é importante ressaltar que hoje, do total de 160.319 docentes do campo sem formação superior, ainda existem 4.127(2,5%) que apenas cursaram o ensino fundamental.

Autor

Camila Ploennes


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