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Gestão

Food trucks como alternativa às cantinas

Além de diversificar os serviços de alimentação, carros de comida podem representar uma fonte extra de receitas

Publicado em 04/01/2017

por Juliana Duarte

Ensino Superior Países com ensino superior para poucos expandem a desigualdade e tendem a não prosperar (foto: Envato Elements)

Há anos, alunos, professores e demais funcionários da Universidade Presbiteriana Mackenzie contam com uma ampla oferta de restaurantes e lanchonetes no campus de Higienópolis. Com o surgimento dos food trucks – os caminhões de alimentação que se espalharam por todas as grandes cidades brasileiras – a instituição enxergou a possibilidade de variar ainda mais as opções do cardápio e logo abraçou a ideia. Atualmente, há apenas um veículo estacionado no campus, mas os planos são receber outros fornecedores e estabelecer uma rotatividade entre eles.

De acordo com Waldomiro Barbosa Júnior, gerente do Mackenzie Soluções, responsável por tais contratações, o acolhimento dos food trucks é um processo simples, embora cuidadoso. Tudo começa com uma análise criteriosa do estabelecimento para verificar desde questões de higiene até a qualidade do serviço e produtos ofertados. Depois de aprovado, é feito um contrato com o fornecedor, geralmente de seis a 12 meses, justamente para possibilitar que outros restaurantes móveis adentrem o campus. A contrapartida para as IES costuma ser um percentual do faturamento. Essa taxa é variável e decidida caso a caso, informa Barbosa Júnior.

Para além das questões financeiras, a novidade agrada à comunidade acadêmica e pode ser usada até como uma ferramenta de marketing e relacionamento. “Fazemos pesquisas periódicas com os estudantes para verificar o que eles preferem, quais são as suas necessidades”, comenta.

A novidade também é indicada para as instituições que precisam ampliar os serviços de alimentação, mas não têm espaço físico para tal. Esse foi o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que estava sendo cobrada internamente a diversificar as opções gastronômicas. A reitoria apostou na solução móvel e, no início de 2016, os portões do campus foram abertos para os food trucks.

Por se tratar de uma instituição pública, a medida desencadeou uma série de etapas burocráticas até a conclusão da licitação. Um cálculo com base nos aluguéis ao redor do campus foi realizado para chegar ao valor adequado a ser cobrado dos fornecedores.

De acordo com Ricardo Porto, diretor do departamento de licitações da UFSC, o processo permitiu a criação de uma relação comercial entre os envolvidos e, depois de consolidado, passou a gerar receita para a instituição. O mais interessante é o bom uso que se tem feito da quantia arrecadada: o montante é totalmente direcionado à concessão de bolsas estudantis. Segundo ele, o cardápio escolhido segue a linha das opções já existentes nos demais centros da instituição. “Esse trabalho segue uma diretriz da UFSC, que leva em consideração a realidade do mercado, os produtos ofertados de maior consumo e uma política de preços tabelados para todas as unidades. Temos um cardápio mínimo, constituído por itens habitualmente consumidos pelo público universitário”, explica Porto.

Teste
Para verificar se os food trucks atendiam às necessidades de alunos e colaboradores, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fez um teste no início do ano. Em maio, a praça de serviços do campus Pampulha passou a oferecer quatro novos tipos de refeição. A aceitação foi tão grande que a pró-reitoria resolveu estender a ação ao longo de 2016. Marcas diferentes foram testadas durante meses para analisar as reações dos alunos em relação às novidades. “Nosso objetivo é aumentar a oferta de serviços de alimentação no campus, principalmente nas áreas mais periféricas. Para isso, buscamos algo que não é ofertado pelas cantinas”, comenta Eliane Aparecida Ferreira, assessora da pró-reitoria.

Para 2017, a instituição já optou por fazer uma licitação com o intuito de permitir, como prevê a lei, a permanência dos caminhões no local. Serão 13 no total, que se alternarão ao longo do ano. “Não queremos nada fixo justamente para poder ter várias opções para os nossos alunos”, ressalta.

Eventos
Outra forma de engordar o orçamento com os food trucks é possibilitar a entrada deles em eventos esporádicos. A Universidade do Vale do Paraíba (Univap), por exemplo, viveu essa experiência durante a realização do evento Open Campus. Como o nome indica, a instituição abriu suas portas durante um dia inteiro para diferentes atrações artísticas, culturais e de entretenimento. Além das oficinas musicais, o encontro contou com a participação de seis estabelecimentos gastronômicos.

Assim como fez a instituição, é possível repetir a ação em diversos momentos do ano e estabelecer um aluguel ou até mesmo uma porcentagem do faturamento obtido na data. Importante: em caso de licitação ou aluguel anual, não importa, as condições de higiene e a qualidade dos serviços oferecidos também devem ser avaliadas criteriosamente.

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Juliana Duarte


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