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Ensino edição 231

Universidades americanas adotam o “perdão da nota”

Prática permite que os alunos refaçam os exames para melhorar o desempenho acadêmico

Publicado em 15/08/2018

por Redação Ensino Superior

Universidades americanas adotam práticas de avaliações controversas

Os universitários americanos nunca tiveram notas tão boas quanto as atuais. A nota ‘A’ se tornou a mais popular, aliás, representando 42% do total de classificações atribuídas aos alunos em 2015. Em 1998, elas se restringiam a 31% do total.

Os dados foram revelados pela publicação The Atlantic, que atribuiu os resultados à maneira como os alunos do ensino superior estão sendo tratados: como consumidores. Cedendo a pressões dos estudantes e de suas famílias, diversas instituições estão permitindo que estudantes com notas baixas refaçam as disciplinas em que estão com dificuldades para tentar uma nota maior. Graças a essa prática, o desempenho dos alunos subiu consideravelmente.

Uma pesquisa divulgada pela American Association of Collegiate Registrars and Admissions Officers mostrou que mais de 91% das instituições conhecidas como “undergraduate colleges” (instituições de ensino superior que oferecem cursos de natureza mais abrangente para públicos mais numerosos, em geral) e 80% das universidades e escolas profissionalizantes estão adotando a prática, que não é exatamente nova.

A diferença agora é que ela não se restringe aos calouros, que frequentemente enfrentam dificuldades para se adaptar no primeiro ano. Alunos de todos os períodos ganham o “perdão da nota” se desejarem.

Na Ohio State University, 10% dos alunos optaram pelo programa neste ano, segundo mostra a reportagem. Se por um lado ele ajuda a melhorar o desempenho geral dos estudantes – uma exigência do mercado de trabalho ao qual todos querem atender –, por outro pode levar os jovens a não se comprometer efetivamente com as aulas desde a primeira vez, opinaram dois especialistas no tema. Eles publicaram um estudo em 2013 em que mostram que o desempenho acadêmico dos estudantes está sendo distorcido com essa política.

A University of Colorado Boulder abandonou a prática em 2010, mas reconsidera sua decisão por causa da popularização do método. Em entrevista ao veículo, um executivo da instituição disse que a possibilidade de refazer as disciplinas é benéfica e não adultera o histórico escolar; ela concede aos alunos possibilidade de contar como superaram erros e dificuldades.

Segundo a reportagem, ao dar uma segunda chance aos seus alunos, a instituição também sai ganhando em termos de imagem. A boa performance de seus estudantes é um fato que todas querem destacar, independentemente do meio utilizado para chegar até ela.

Autor

Redação Ensino Superior


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