Em uma entrevista à revista Arts de France, em 1946, Picasso comentou por que o público não gostava de arte moderna – então considerada inferior à arte renascentista. A ‘culpa’ era da escola, que estava falhando nas aulas de artes ao deixar de ensinar às crianças como olhar para uma pintura. “A poesia das cores, a vivacidade das formas e o ritmo – há um ritmo nas artes plásticas – são ignorados por conta disso”, afirmou. A declaração é particularmente importante para os educadores neste momento em que o Centro Cultural Banco do Brasil realiza uma grande exposição dedicada ao artista espanhol. Picasso e a modernidade espanhola é centrada na contribuição do pintor às artes do século 20 e sua influência na Espanha, onde inspirou artistas do porte de Miró, Juan Gris, Antoni Tàpies, Dalí e Domínguez. O curador da exposição, Eugenio Carmona, conta que organizou as obras a partir dos fundamentos estéticos que configuraram a experiência espanhola nas artes modernas, e não pelos tradicionais rótulos como cubismo e surrealismo. Depois de São Paulo, a exposição segue para o Rio de Janeiro.

Autor

Marina Kuzuyabu