Como a junção desses dois fatores ajuda na carreira de um docente
Publicado em 10/09/2011
Ele tem mais de dois terços da vida dedicados ao magistério. E garante que faria tudo de novo. Aos 60 anos, José Olavo de Amorim é um dos coordenadores do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, onde dirige o departamento de Inglês e da área de Relações Internacionais da instituição. Completou 35 anos de casa. Como fazem os coordenadores de área da escola, não abandonou a vivência de sala de aula, fator essencial para não se distanciar do universo dos estudantes.
“Olho para tudo o que aconteceu e para o que ainda pode ser feito e me considero uma pessoa extremamente realizada. A educação me ajudou a crescer e o Bandeirantes foi minha grande escola de formação pessoal e profissional”, diz. Amorim tinha apenas 25 anos quando ingressou na instituição. Criado na região de Bauru, estava em São Paulo havia pouco mais de três anos quando recebeu o convite para participar de um processo de seleção na escola paulistana que atende alunos de classe média alta. Foi aprovado. Fechou o ano de 1974 na certeza de que no próximo período letivo estaria no emprego novo.
O docente atribui a evolução na carreira às oportunidades que foram surgindo ao longo dos anos, para as quais houve contribuição dele próprio, como relata.
“Sempre investi bastante em busca do desenvolvimento profissional”, conta. E lembra que durante muitos anos custeou sozinho esse esforço de formação. Depois de concluir o clássico, correspondente ao atual ensino médio na área de humanas, na escola pública de Bauru, entrou no curso de licenciatura em letras da extinta Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, na mesma cidade.
Mais tarde, já na capital paulista, frequentou seminários e concluiu na PUC dois cursos de pós-graduação, incluindo o de formação de tradutores, que lhe rendeu a aprovação em concurso público como tradutor juramentado.
“Tinha comigo essa necessidade de mais estudos. É uma lição de família. Meu pai dizia sempre que saber não ocupa espaço. E minha mãe completava: ‘Se te ensinarem como fritar um ovo ou pregar um botão, aprenda'”.
Suporte integral
No final de 1987, o Colégio Bandeirantes decidiu criar departamentos e dedicar investimentos à atualização dos professores. “A licenciatura é muito pouco. Naquela ocasião, eu defendia a ideia de que precisávamos ser retreinados, de preferência fora do país”, conta.
Foi o que aconteceu. Em 1988, desembarcou na Universidade de Riverside, na Califórnia, como o primeiro da equipe de inglês a cursar um programa no exterior, dedicado a professores de línguas.
Voltou renovado. Desde então, o Colégio patrocina um ciclo de treinamento com o suporte de organizações comprometidas com a excelência na difusão do idioma. É o caso da Teachers of English to Speaker of Other Languages (Tesol), instituição norte-americana criada em 1966, e, mais recentemente, da europeia International Association of Teachers of English as a Foreign Language (Iatefl).
“Isso tudo faz com que você se sinta valorizado. A minha vocação sempre foi dar aula e era esse o curso que eu queria fazer. A gente sente essas coisas de pequeno, quando quer ensinar todo mundo, corre para pegar um carvão e escrever em algum lugar”, conclui.