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Leonie Haimson, ativista norte-americana envolvida no movimento "Occupy the DOE", critica domínio corporativo sobre a agenda educacional de Nova York
Publicado em 30/11/2011
Desde seu início, o movimento Occupy Wall Street já desembocava, ainda que indiretamente, no campo educacional. Afinal, problemas como a crise econômica e a consequente desigualdade social chegam, de uma maneira ou de outra, à porta da escola. Alguns participantes do protesto, entretanto, resolveram deixar a mensagem mais clara: também é preciso mudar a ordem das coisas no que diz respeito às políticas públicas em educação. Um grupo de aproximadamente 100 pessoas formou o movimento chamado Occupy the DOE (sigla para Departamento de Educação da cidade de Nova York), cujo objetivo é dar voz aos pais, professores e alunos na discussão sobre os rumos da educação na cidade. No dia 25 de outubro 2010, os manifestantes invadiram o The Panel for Education (Painel para Educação), órgão responsável pela aprovação de políticas educacionais junto à prefeitura da cidade (veja, abaixo, vídeo sobre o ocorrido). “Nós forçamos o presidente e os membros do painel a se retirar da reunião”, relata Leonie Haimson, diretora executiva da ONG ClassSizeMatters (O tamanho da sala de aula importa, em tradução literal).O movimento nova iorquino inspirou também outras cidades a se mobilizarem. Um grupo em Washington está organizando a ocupação do Departamento de Educação da capital norte-americana entre os dias 30 de março e 2 de abril. O Occupy the DOE in DC criou até uma página na rede social Facebook com o objetivo conseguir mais apoio. Leonie está envolvida nos dois protestos, e conta, na entrevista a seguir, quais as principais demandas do Occupy the DOE.
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Leonie Haimson, ativista norte-americana: pais, professores e alunos devem ter voz no debate educacional |
Qual modelo é esse?
Ele é definido pela privatização do sistema educacional, pela política de bonificação docente e pela enorme ênfase nos testes padronizados. Essas medidas estão sendo impostas “de cima para baixo”, sem qualquer referência à experiência de professores e pais, que trabalham no chão da escola. O que é interessante é que essas medidas foram justamente as responsáveis, no mundo corporativo, pelo colapso da economia.
Vocês temem que o colapso chegue também à educação?
Acredito que nossas escolas públicas estão tão fragilizadas – especialmente em regiões urbanas – que o apoio político a elas entrará em colapso, e elas serão privatizadas e transformadas em escolas charter. Isso já está acontecendo em New Orleans, no estado de Louisiana. Outra coisa: a política de bonificação por desempenho dos professores é baseada no resultado de testes padronizados feitos pelos alunos. A medida nos levou a uma situação em que o número de casos de colas aumenta a cada dia, além da própria corrida das escolas em busca apenas de melhores resultados nas provas.
Os manifestantes presentes no movimento Occupy Wall Street têm consciência das reivindicações feitas na área de educação?
Alguns sim, outros não. A diversidade de participantes é muito grande. O movimento conta com a presença forte de estudantes universitários, que trazem demandas do ensino superior, como a redução do valor da mensalidade em faculdades e universidades. As reivindicações são diversas, mas elas se encontram em uma única: o poder e a riqueza estão concentrados nas mãos de poucos, ou de 1% da população do nosso país. E são essas poucas pessoas que impõem suas políticas.
Assista ao vídeo da manifestação de professores, pais e alunos no The Panel for Education (Painel para Educação)