Revista Ensino Superior | Novos rumos para os investimentos - Revista Ensino Superior
Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

Notícias

Novos rumos para os investimentos

Saída de investidores gera expectativas sobre o setor de ensino superior

Publicado em 06/11/2013

por Ensino Superior

Enquanto a movimentação no ensino superior continua aquecida com novas compras, vendas e fusões, a saída de investidores do mercado gera rumores e expectativas sobre as tendências para o setor

por Márcia Soligo

Passada uma década do início das aquisições e a posterior abertura de capital das primeiras instituições de ensino superior brasileiras, os ventos podem estar mudando no setor da educação. Pelo menos é o que demonstram as alterações do mercado ocorridas nos últimos meses corroboradas pelas análises de especialistas da área de educação.

As movimentações começaram no início de 2013, com a venda de ações do Grupo Kroton Educacional pelo fundo de privaty equity americano Advent International. O fundo detinha até então 50% de participação na instituição. Também no primeiro semestre deste ano, o fundo de gestão de investimentos Pátria diminuiu sua participação na Anhanguera, passando de 17% para 10,27% o número de suas ações na empresa. E em abril, o Pátria reduziu também sua participação no conselho da instituição.

Mais recentemente, em meados de setembro, o Grupo GP Investments anunciou por meio de comunicado oficial a venda das ações que detinha da Estácio Participações S.A. O GP vendeu 22.064.215 ações, que correspondem a cerca de 7,5% do capital social da companhia, numa transação de US$ 179,1 milhões. A venda aconteceu aproximadamente um mês depois da compra do Centro Educacional UniSEB pela Estácio, em que parte da negociação foi feita com ações, dando a Chaim Zaher, empresário controlador do UniSEB, 6% das ações da Estácio, e transformando-o no maior investidor individual externo da instituição. O empresário também passa a integrar o Conselho de Administração da empresa.

A compra do UniSEB pela Estácio foi uma aquisição significativa, provavelmente em resposta às operações mais agressivas dos grupos concorrentes. No primeiro semestre, a Kroton e a Anhanguera se uniram numa operação que gerou a maior empresa de educação do mundo, avaliada em cerca de R$ 13 bilhões. A fusão ainda aguarda autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas já é tida como certa pelo mercado.

De acordo com Sergio Werther Duque Estrada, sócio da consultoria financeira Valormax, o ensino é um setor que permite esse volume de consolidação, o que faz dele um bom investimento para fundos de private equity. Estes fundos se caracterizam por investir em empresas ainda não listadas na bolsa com o intuito de alavancar seu crescimento.

Trajetória de abertura
A precursora da movimentação foi a Anhanguera, que entrou em 2003 para a carteira de investimentos do Pátria, primeira a investir no setor. A abertura de capital da instituição na bolsa veio em 2007. Com a participação do fundo de investimento, o grupo Anhanguera passou de 17 unidades de ensino em 2007 para 47 estabelecimentos em 2008.

Ainda em 2008 o Grupo GP Investments, maior grupo de investimentos da América Latina, comprou uma grande fatia da Estácio de Sá, pertencente à família Uchoa Cavalcanti, fundadora da instituição na década de 1970. Na época, a Estácio era o maior grupo de ensino superior do país e oferecia oportunidades promissoras em um mercado que demonstrava possibilidades de ascensão. A abertura do capital aconteceu em 2009,

Em junho daquele ano, a Advent entrou como investidora da Kroton, comprando 50% das ações pertencentes à holding controladora, a Pitágoras Administração e Participações (PAP) por R$ 280 milhões. Na época, a PAP detinha 55% das ações. Em 2012, foi concluído o processo de extinção do bloco de controle. O valor de mercado da empresa de 2009 até 2013 ficou doze vezes maior, enquanto o preço das ações triplicou.

Com os resultados positivos, aliados às possibilidades de crescimento geradas pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o aumento de poder aquisitivo da Classe C, o movimento de retirada ou desinvestimento dos grupos pode gerar estranheza. Além disso, players estrangeiros continuam chegando ao mercado brasileiro e buscando espaço, como o grupo americano de investimentos educacionais Laureate, que detém a Universidade Anhembi Morumbi entre outras 11 instituições no Brasil e acabou de adquirir as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), numa transação de R$ 1 bilhão.

Movimentação estranha
Com a venda das ações da Estácio, a GP Investments embolsou U$$ 56 milhões líquidos. O investimento gerou um retorno de duas vezes sobre o capital investido com as ações vendidas. O desinvestimento chamou atenção, pois veio logo após a aquisição da UniSEB. “Causa certa estranheza. O setor de ensino está sendo considerado quente, pois tem mercado. Contudo, os grupos estão diminuindo suas participações. Por que esses grupos estão saindo quando o setor ainda é promissor? É um caso a pensar”, analisa Duque Estrada.

O ambiente gerado pelo governo brasileiro também é apontado como um dos possíveis motivos da saída dos investidores. Com iniciativas como o programa Mais Médicos, que tem causado polêmica nos últimos meses, investimentos em outras áreas de atenção podem não gerar interesse, pois não é possível saber qual será o próximo setor em que aparecerão medidas impactantes.

Por outro lado, é parte da estratégia de fundos de investimentos desinvestir após um determinado tempo. O fundo permanece enquanto o investimento precisa de melhorias de gestão e consolidação no mercado. Existe um trabalho para aumentar o valor na bolsa e aos poucos ele começa o processo de retirada.

Nesse sentido, o economista Ricardo Amorim acredita que o movimento é esperado e natural. “Esses players têm entrada e saída. O negócio deles não é educação. Eles viram a oportunidade de incrementar o investimento para valer muito mais e, depois disso, sair”, avalia.

Para Amorim, o crescimento educacional no Brasil ainda é próspero e por este motivo os investidores internacionais estão buscando formas de crescer neste mercado. Mas ele também lembra que em breve o governo deve se virar para a educação, como se virou para a saúde, e impulsionar iniciativas que atingirão o setor diretamente.

Ainda que o desinvestimento de capital seja uma movimentação estratégica, estudar as oscilações do mercado é providencial para preparar o solo. Neste caso específico, a desconfiança é gerada também pelo fato de os investidores não explicitarem a vontade de retornar ao setor de ensino, tão lucrativo e promissor atualmente. Resta estar atento às movimentações e aguardar os próximos capítulos.

Autor

Ensino Superior


Leia Notícias

pexels-thisisengineering-3861969

Inteligência artificial pede mão na massa

+ Mais Informações
pexels-george-milton-6953876

Mackenzie cria estratégia para comunicar a ciência

+ Mais Informações
Doc Araribá Unisagrado

Projeto do Unisagrado na Ti Araribá faz 26 anos e ganha documentário

+ Mais Informações
pexels-andrea-piacquadio-3808060

Mais de 100 IES foram certificadas com selo de incentivo à Iniciação...

+ Mais Informações

Mapa do Site

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.