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Gestão

Ajuda em um clique

Aplicativos e serviços on-line facilitam a vida do professor em tarefas como fazer chamada, elaborar provas e compartilhar aulas

Publicado em 04/02/2014

por Luís Guidi

 

Gustavo Morita
O professor de história Luciano Almeida: a resistência à tecnologia é dos alunos, e não dele

 
O mercado de aplicativos e sites com serviços online oferece de tudo. Jogos, mensagens instantâneas, câmeras fotográficas com filtros, serviços bancários, aulas de idiomas, programas de exercícios físicos e muito mais. Há também vários produtos voltados exclusivamente aos professores, prometendo ajuda em tarefas como a elaboração de provas e testes, arquivo e compartilhamento de documentos, redes sociais exclusivas para docentes e aplicativos que gerenciam a frequência em aulas e até o desempenho dos alunos. Entre os professores, o uso de computadores, internet, celulares e e-mails já é consolidado, porém, as tecnologias em sala de aula ainda provocam reações variadas. Alguns ainda desconfiam da eficácia de certas ferramentas on-line, outros ficam na expectativa para a chegada de novos recursos e há até quem se sinta impotente por não saber usar as tecnologias. O fato é que esses recursos existem e podem, sim, simplificar um pouco a rotina do professor.

Elaborar uma prova, por exemplo, é um processo complexo. Considerando um professor que dê aulas para dois colégios com três turmas diferentes em cada um, lá se vão, no mínimo, seis tipos de prova para elaborar. Pensando nisso, o site Descomplica – voltado para alunos que pagam por uma assinatura para terem suas redações corrigidas, por exemplo – decidiu investir também no público docente e lançou o Descomplica Questões, um banco de dados com mais de 15 mil perguntas de múltipla escolha que oferece uma prova pronta ao professor. Nesse caso, a ferramenta é grátis.

#R#

O serviço é voltado especialmente para quem está no ensino médio, já que as questões são elaboradas a partir dos processos seletivos de universidades públicas
e privadas. O professor tem de fazer um cadastro e depois é só escolher a disciplina, o assunto e a universidade que será a origem das questões, assim como o grau de dificuldade delas. Um documento é gerado para ser impresso e aplicado em sala de aula. É possível duplicar provas, substituindo algumas questões, caso o professor precise elaborar testes para turmas de mesmas séries.

Um dos idealizadores do site, o professor Marco Fisbhen, diz que o serviço deve evoluir para uma ferramenta que permitirá aplicar as provas on-line, aumentando a interação. “O grande pesadelo dos professores é ficar elaborando ou procurando testes”, acredita. “Pretendemos lançar outros produtos para auxiliar os professores, principalmente os recém-formados.”

Sugestões de melhoria
Outro site, o Super Professor Web, disponibiliza o mesmo serviço de geração de provas, só que pago. O preço da assinatura começa a partir de R$ 197 mensais e funciona com ferramentas interessantes como a “anticola”, que embaralha a ordem das questões de cada prova.

A pedido da revista Educação, o professor de história LucianoAlmeida testou o sistema de prova on-line do Descomplica. Por ser professor das 7ª e 8ª séries do EF II e do primeiro ano do ensino médio, Luciano não conseguiu aproveitar muitas questões para seu uso cotidiano. Mas observou que a ferramenta é promissora principalmente se houver mais interatividade entre alunos e professores. Na visão dele, o que poderia ser melhorado é a apresentação das questões, com mais campos classificatórios separando questões de universidades, escolas técnicas e Enem, por exemplo, já que as instituições possuem modelos de prova e apresentação dos testes com diferentes objetivos.

Almeida também gostaria de ver uma mescla de questões objetivas e dissertativas com a possibilidade de incluir questões criadas pelo próprio professor. “Dessa forma contemplaríamos o método de cada docente e sua sequência didática”, explica. A assessoria de imprensa do Descomplica informou que a ferramenta Questões é nova e ainda passa por testes, e que as sugestões e análises do docente serão muito aproveitadas para a melhoria do sistema.

A aula está no google
Luciano está habituado à tecnologia. Na Escola Estadual São Paulo da Cruz, em Osasco, na Grande São Paulo, onde dá aulas, por iniciativa própria ele usa com suas turmas algumas ferramentas disponíveis na internet, como o Google Drive, que arquiva documentos na rede e compartilha com usuários. Algumas experiências com o YouTube para auxiliar com documentários foram bem-sucedidas, assim como o uso dos blogs e até o Twitter para facilitar a interação com o tema das aulas. Aproveitando que a escola de Luciano dispõe de uma equipada sala de informática, o professor montou uma pasta para cada série e aluno no Google+ e segmentou por bimestre. Em cada pasta ele colocou material que faz conexão com suas aulas. “Se uma aula era sobre a Revolução Francesa, eu colocava lá imagens, pinturas e isso era uma forma de forçar os alunos a perceber a internet como uma ferramenta para armazenar produção, guardar imagens e servir de suporte para minha aula.” No inicio, o professor teve certa dificuldade, por resistência dos próprios alunos. Segundo ele, os estudantes da 7ª série não tinham muito conhecimento sobre a internet, além da utilização básica diária das redes sociais, como Facebook e Twitter. “De qualquer forma o Google Drive me possibilitou expandir a aula e não deixar os alunos presos ao conteúdo em sala”, relata Luciano. “Estou tentando adotar uma nova filosofia entre os alunos para que eles não entreguem mais trabalhos impressos e sim no formato virtual, tudo lá na pasta que pertence à sala”, completa.

Mas quais foram os resultados dessa experiência? O professor considera que tais ferramentas o ajudaram muito, tanto no trabalho de aplicação quanto na percepção e motivação dos alunos. “Considero o trabalho ainda no início, mas percebi mais ação, mais iniciativa entre os alunos. Eles se movimentaram mais e agora precisam olhar o que o professor postou, assistir ao conteúdo e dar sua opinião, isso é movimento”, define Luciano Almeida. Por fim, o professor acha ótimo que existam ferramentas que ajudem os professores em seu trabalho, porém ainda faz uma ressalva: “Tenho quatro aulas semanais e se não diversificá-las elas ficam muito maçantes, porém é preciso ter foco na formação do indivíduo, essa sim, a base de todo o nosso empenho e esforço”, finaliza Almeida.

Aplicativos prometem ajudar o professor a “assumir o controle da sala de aula”

“Você quer gastar menos com papelada e mais tempo educando? Agora você pode assumir o controle de sua sala de aula de forma eficiente com o livro de notas digital…”. Esse é o começo da descrição de uma das centenas de aplicativos on-line que podem ser encontrados nas lojas virtuais. A proposta é ajudar o educador em tarefas simples do cotidiano, basta ter um celular smartphone ou tablet para usá-los. O IGrade para professor é um bom exemplo do que existe na rede e sintetiza todas as funcionalidades propostas em vários aplicativos. Para começar eles prometem gerenciar tarefas e notas dos alunos oferecendo gráficos estatísticos. Para isso, basta alimentar os campos de atividades que terão de ser criados pelo professor e gerar um relatório. O aplicativo também faz a chamada dos alunos de quatro modos diferentes. É possível alimentar o sistema com a foto dos alunos e até a posição deles em sala de aula. Há aplicativos na loja Apple e no Google que realizam a “fotochamada”: dada uma imagem de sala de aula, ele atribui presença ou falta aos alunos através de detecção e reconhecimento de faces. Ainda no IGrade, o professor tem marcadas ao lado de cada foto do aluno a frequência e a nota respectiva em cada bimestre ou prova. Ainda é possível exportar e compartilhar todas as notas e comentários para o Google Drive ou até diretamente para o e-mail dos pais e dos próprios alunos. Outros aplicativos como o TeacherKit e o Classroom Manager estão em inglês mas funcionam da mesma forma, como um organizador pessoal do professor e guardam aulas e informações dos alunos, desempenho e notas. A maioria deles diz estar “adequado ao sistema de ensino brasileiro”.

 

 

7 ferramentas gratuitas para o professor

1. Armazenar e compartilhar arquivos
Google Drive: é um serviço de armazenamento, sincronização e compartilhamento de arquivos. Cria documentos e tem um considerável espaço virtual gratuito.

2. Lembretes de datas
Google Calendar: é possível criar calendários com datas de exames e trabalhos e compartilhar com os alunos.

3. Aula virtual
TinyChat: uma sala de videochat muito agradável que permite o acesso através de redes sociais, permite que até 12 pessoas compartilhem sua webcam e os demais comentando com mensagens.

4. Assistir a videos selecionados pela escola
YouTube para escolas: uma versão especial do YouTube para educadores onde se pode dispor de centenas de vídeos acadêmicos de sites como YouTube EDU, Stanford e TED.

5. Fazer figuras explicativas
Thinglink: permite que o professor adicione conteúdo às imagens. Por exemplo: você cadastra uma imagem do mapa brasileiro e grava uma explicação de como é a geografia no norte do Brasil colocando anotações ou links sobre o assunto.

6. Fazer Infográficos
Easel.ly: ajuda a criar infográficos interativos para aqueles que não têm muitas habilidades gráficas. O site dá dicas de como começar. Depois, você escolhe um tema, procura imagens, adiciona os dados e fontes, e o infográfico fica pronto. Simples assim.

7. Gravar e compartilhar um vídeo
GWevideo: o Wevideo é um editor de vídeo on-line fácil e intuitivo. Você pode carregar o seu vídeo na nuvem do site, editar com várias ferramentas e depois compartilhar com quem quiser.

Autor

Luís Guidi


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