Revista Ensino Superior | Cinema de poesia e delicadeza - Revista Ensino Superior
Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

NOTÍCIA

Edição 218

Cinema de poesia e delicadeza

Novo cinema japonês traz temas tocantes e é também muitas vezes autorreflexivo, como "O segredo das águas", de Naomi Kawase

Publicado em 09/06/2015

por Sérgio Rizzo

Divulgação

Dos anos 1950 até o início dos anos 1980, a presença de distribuidoras japonesas de cinema em São Paulo possibilitou que muitos espectadores brasileiros conhecessem o período mais fértil na produção daquele país, comandada pela atividade incessante e numerosa de diversos estúdios. Desde então, nosso circuito comercial passou a lançar cada vez menos filmes japoneses, sempre restritos a poucas salas nas grandes cidades. Alguns diretores de grande talento, nas gerações mais recentes, permanecem desconhecidos por aqui. É o caso, entre outros, de Naomi Kawase.

O segredo das águas (Japão/França/Espanha, 2014, 121 min), que disputou a mostra competitiva do Festival de Cannes, permite entender um pouco do que estamos perdendo: uma cinema de poesia e delicadeza, muitas vezes autorreflexivo, em que as imagens trabalham mais em nome de sentimentos, de sensações e de memórias do que de um fio narrativo convencional. Seus filmes parecem sugerir que o espectador deixe a razão descansar um pouco e procure entender o mundo pelo coração, pela sensibilidade e pela compreensão de uma certa ordem da natureza.

Desta vez, Kawase explora a beleza deslumbrante da ilha de Amami-Oshima, no sul do Japão. Beleza que contrasta, no início do filme, com a descoberta de um cadáver durante uma noite de lua cheia e danças tradicionais, em agosto. Um casal de adolescentes procura assimilar a experiência e, nesse processo, é apresentado ao ciclo invisível de amadurecimento que o mundo proporciona. A água, elemento fundamental na trama, conduz a espetaculares imagens submarinas. Sozinhos, esses momentos intensos condensam a poesia de um drama intimista que fala da morte para celebrar a vida, em chave oriental.

História
O livro Cinema japonês na Liberdade (Estação Liberdade, 304 pág., R$ 48) reconstitui as décadas em que, sobretudo na cidade de São Paulo, era fácil acompanhar o melhor da produção de cinema do Japão. O autor Alexandre Kishimoto recolhe números impressionantes. De 1948 a 1988, mais de 2.600 filmes japoneses teriam sido lançados em São Paulo.

Filmografia
Hoje com 46 anos, a diretora e roteirista Naomi Kawase tem imenso prestígio no circuito de festivais e do cinema autoral, com filmes como Shara (2003) e A floresta dos lamentos (2007). Eles correspondem quase a um exercício zen – corpo estranho no atual circuito cinematográfico, dominado por superproduções americanas de ação e fantasia.

Personagens
Os protagonistas de O segredo das águas (interpretados por Nijirô Murakami e Jun Yoshinaga) têm 16 anos e representam um perfil de adolescente muito comum no mundo atual: estão submetidos, simultaneamente, às antigas tradições da comunidade onde vivem e, também, às demandas emocionais, culturais e sociais da globalização.



FILMOTECA

Crianças da Ásia

Em O segredo das águas, mesmo em uma cultura diferente da brasileira, acompanhamos dramas comuns a jovens de outros países. Conheça alguns filmes asiáticos que têm crianças e adolescentes como protagonistas:

A cor do paraíso (1999)
Indicado ao Oscar de filme estrangeiro por Filhos do paraíso (1997), que narra o cotidiano de dois irmãos obrigados a usar o mesmo par de sapatos para ir à escola, o diretor iraniano Majid Majidi se dedica neste filme ao modo muito particular com que um menino cego, abrigado em uma escola para deficientes visuais, encara o mundo.

Nenhum a menos (1999)
Uma adolescente assume o lugar do professor de uma vila, com a missão de manter todos os alunos na escola até que ele retome o posto. Se atingir a meta, ela será premiada. Dirigido pelo chinês Zhang Yimou, um dos mais prestigiados cineastas de sua geração, que também se voltou para o universo da educação em O caminho para casa, lançado no mesmo ano.

As coisas simples da vida (2000)
O diretor chinês Edward Yang (1947-2007) foi criado em Taipei (Taiwan), cenário deste seu derradeiro longa-metragem, que obteve o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes. Um menino de oito anos, frequentemente acompanhado de uma câmera fotográfica com a qual observa e registra o mundo, está no centro de uma crônica familiar.

O sonho de Wadjda (2012)
Rara oportunidade de conhecer o dia a dia de uma família na Arábia Saudita, em filme dirigido por Haifaa Al-Mansour. A personagem do título é uma menina de 12 anos dividida pela cultura conservadora de Riad, onde vive, e o desejo de fazer coisas proibidas ou não recomendáveis para mulheres em sua sociedade, como andar de bicicleta.

Pais e filhos (2013)
Quase sempre voltado para os contrastes entre gerações e para o olhar lançado por crianças em direção ao mundo, em filmes como Ninguém pode saber (2004) e O que eu mais desejo (2011), o diretor japonês Hirokazu Kore-eda explora os dramas criados pela descoberta, por dois casais, de que seus filhos já crescidos foram trocados na maternidade.

Autor

Sérgio Rizzo


Leia Edição 218

No lugar da lousa, a prisão

No lugar da lousa, a prisão

+ Mais Informações
Cinema de poesia e delicadeza

Cinema de poesia e delicadeza

+ Mais Informações
O labirinto de Bachelet

O labirinto de Bachelet

+ Mais Informações
A geração de Alice

A geração de Alice

+ Mais Informações

Mapa do Site

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.