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NOTÍCIA

Edição 227

Busca do outro, busca do eu

  Cena do documentário Os dias com ele   Gênero que obteve relevância no cinema brasileiro a partir da década passada, o documentário de busca tem, cada vez, ganhado novos exemplares e nuances variadas. Talvez a mais recorrente seja aquela que une o deslindar de […]

Publicado em 08/03/2016

por Rubem Barros

 

Divulgação
Cena do documentário Os dias com ele

 

Gênero que obteve relevância no cinema brasileiro a partir da década passada, o documentário de busca tem, cada vez, ganhado novos exemplares e nuances variadas. Talvez a mais recorrente seja aquela que une o deslindar de personagens que lutaram contra a ditadura militar (1964-1985) à construção de identidade dos diretores/narradores, nesse caso duas figuras que se sobrepõem.

É o caso de Os dias com ele, da carioca Maria Clara Escobar, lançado em 2013 e disponível em DVD (IMS). Dando os primeiros passos na carreira, Maria Clara decidiu em 2011 documentar a vida do pai, o intelectual de esquerda, professor, poeta e dramaturgo Carlos Henrique de Escobar Fagundes. Sua proposta era de preencher dois vazios: o de sua vida, em que o pai foi ausente, e o da história recente Brasil sob a ditadura, da qual Escobar foi vítima.

O que resulta disso é, sobretudo, o embate entre o que Maria Clara quer mostrar – e descobrir sobre o pai – e o que Escobar quer – e o que não quer – revelar. Sempre fugidio, se furta ora a falar sobre sua relação com a filha, ora sobre o que viveu na ditadura. Prefere investir-se de um personagem que lê trechos de suas obras, ou dá recomendações de como deve ser o documentário. Relembra um pouco de sua infância de abandono, mas esquiva-se de pensar sobre o que sua ausência significou para a diretora/narradora.

Entre a dimensão histórica e a dimensão pessoal, a narrativa se preenche com imagens de arquivo familiar da infância de Maria Clara, sempre silenciosas. Que falam ao espectador tanto quanto a surdez de Escobar, resultante das sessões de tortura a que os militares o submeteram, que parece maior a cada vez que a diretora tenta levá-lo para um rumo que parece incomodá-lo.

Gênero
Seus maiores expoentes então foram Passaporte húngaro (2002), de Sandra Kogut e 33 (2003), de Kiko Goifman. No primeiro, a diretora tenta obter o passaporte do país de origem de sua família e refaz a trajetória de vinda dos avós ao Brasil, enfrentando os meandros da burocracia e do que ela quer esconder. Em 33, Goifman cria um enredo policial para descobrir o paradeiro de sua mãe biológica. Às vésperas de completar 33 anos, tem 33 dias para isso.

Biografia
Com extensa produção acadêmica e ensaística em filosofia e comunicações, Carlos Henrique de Escobar Fagundes viveu na França nos anos 50, onde foi aluno de Maurice Merleau-Ponty. De volta ao Brasil, nos anos 60, foi um dos fundadores da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense. É autor de mais de uma dezena de peças de teatro, muitas delas premiadas nas décadas de 60 e 70.

Recursos
As praias de Agnès (2008), da cineasta belga radicada na França Agnès Varda, trabalha vida pessoal e dimensão histórica numa chave de memória povoada por imagens de arquivo – o arquivo de uma fotógrafa e cineasta. Resulta num belo mergulho na segunda metade do século 20.


FILMOTECA

Buscas variadas

Assim como Os dias com ele, outros filmes brasileiros utilizam a estratégia de mesclar a tentativa de construção biográfica com a reflexão do diretor sobre sua história pessoal ou sua condição como sujeito.

Santiago (2007)
O produtor e diretor João Moreira Salles (Entreatos, Nelson Freire) ficou anos sem saber como finalizar o documentário sobre o mordomo de sua família. Voltou à carga com uma reflexão sobre as manipulações que, a princípio, faria com sua personagem, expondo seus dilemas éticos resultantes desse processo. Um dos melhores documentários brasileiros deste século.

Person (2007)
A apresentadora e diretora Marina Person, do longa ficcional Califórnia (2015), faz, ao lado da mãe, Regina Jeha, e da irmã, Domingas Person, um “documentário percurso” para conhecer melhor o pai, o cineasta Luiz Sérgio Person (São Paulo S/A). Revendo filmes de família e entrevistando atores e técnicos que trabalharam com Person, ilumina a figura do artista.

Elena (2012)
A atriz e diretora Petra Costa (O olmo e a gaivota, 2015) tinha sete anos quando a irmã Elena partiu para Nova York querendo seguir os passos da mãe, atriz de cinema. A família passara muito tempo na clandestinidade, realizando filmes caseiros e refletindo sobre arte. Petra parte anos depois para fazer o mesmo trajeto de Elena e entender por que ela se matou.

Em busca de Iara (2013)
Morta aos 27 anos pela ditadura militar, Iara Iavelberg era uma jovem de classe média que aderiu à luta armada, tornando-se companheira do guerrilheiro Carlos Lamarca. No filme, sua sobrinha e roteirista Mariana Pamplona busca desfazer a versão oficial de que ela havia se suicidado. Dirigido por Flávio Frederico, ganhador do É tudo Verdade de 2006 com Caparaó.

Homem comum (2014)
Vencedor do festival É Tudo Verdade de 2015, Homem comum é um ponto um pouco fora da curva nessa lista. É resultado de 20 anos de registros sobre a vida e a família do caminhoneiro paranaense Nilson, de início um entre vários personagens. Com a proximidade e o tempo, virou personagem único e espelho que acaba refletindo as questões do diretor Carlos Nader sobre a vida.

Autor

Rubem Barros


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