Do Bett Blog Quando se fala em uso de tecnologia no processo de ensino-aprendizagem, é quase inevitável pensar em estratégias para matemática e ciências. Afinal, as tecnologias digitais são um produto direto dos números e experimentos. Mas os recursos tecnológicos têm também enorme potencial para […]
Publicado em 29/03/2016
Do Bett Blog
Quando se fala em uso de tecnologia no processo de ensino-aprendizagem, é quase inevitável pensar em estratégias para matemática e ciências. Afinal, as tecnologias digitais são um produto direto dos números e experimentos. Mas os recursos tecnológicos têm também enorme potencial para ajudar em literatura e outros conhecimentos das humanidades.
A reflexão subjetiva e a relação estética que o aluno estabelece com determinada obra artística em sala de aula podem ser enriquecidas por experiências anteriores e posteriores a esse momento. E essas experiências extraclasse se dão mais facilmente por meios digitais, pois eles são o principal vetor de cultura da atualidade.
Pesquisador de inovação no ensino de literatura, Marcelo Ganzela, coordenador do curso de Letras no Instituto Singularidades, já experimentou diversas estratégias didáticas com auxílio da tecnologia, como a que é chamada de sala de aula invertida. E elas têm se mostrado bastante positivas, garante.
“O aluno pode estar diante de um poema pela primeira vez em classe, mas se em casa ele já pesquisou sobre o autor, o período histórico, as teorias literárias, a aula fica mais rica. O tempo de discussão com a turma vai além das primeiras impressões”, relata Ganzela.
Para o coordenador, as metodologias híbridas de ensino, que misturam diferentes estratégias didáticas, levam à autonomia do estudante, o que só traz benefícios ao aprendizado. “Você empodera o aprendiz para ele próprio estabelecer uma relação estética com o objeto de estudo. E o aluno pode ser empoderado com a ajuda de várias estratégias híbridas, usadas como forma de dar uma bagagem qualificada”, afirmou.
Um passo além é aproveitar a literatura e a tecnologia para estabelecer objetivos também de língua portuguesa, história, filosofia, sociologia ou outras linguagens artísticas. “O diálogo da literatura com outras áreas é muito fácil, basta a gente fazer certas conexões. Sempre que se trabalha um texto, pode-se expandir para a história daquele momento, ou o movimento filosófico que havia por trás”, cita.
Mais do que estabelecer ligações entre disciplinas, essa visão do ensino permite estabelecer relações do conteúdo das aulas com a vida do estudante. “Gosto muito de promover visitas a espaços e lugares culturais, de forma a despertar uma educação pela sensibilidade. Exploramos tanto espaços físicos quanto virtuais”, disse Ganzela.
Ele garante que os resultados das estratégias híbridas têm sido positivos em diversos aspectos: no feedback dos estudantes, no desempenho acadêmico e, sobretudo, no envolvimento deles com a literatura.
Quem quiser experimentar novas estratégias para o estudo literário – para depois poder aproveitá-las com seus alunos – pode se inscrever no curso ministrado por Marcelo Ganzela e Márcia Moreira Pereira: Literatura Contemporânea na sala de aula do ensino médio. Ganzela também vai ministrar o curso Culturas de convergência e práticas de ensino de língua portuguesa.