Revista Ensino Superior | Autoestima e saúde mental: apenas um lado da mesma moeda
Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

Educação

Colunista

Josiane Tonelotto

Superintendente acadêmica do Centro Universitário Belas Artes

Autoestima e saúde mental: apenas um lado da mesma moeda

IES devem fomentar ambientes propícios para promover a construção de uma autoestima saudável

Autoestima Vários são os fatores que contribuem para que a construção da autoestima saudável

A construção da autoestima é crucial para uma vida saudável e para o bem-estar geral. Essa é uma tarefa desafiadora especialmente no período de transição da adolescência para a vida adulta, marcado pela busca intensa de identidade, aceitação e autonomia. Esse período, embora natural, pode ser turbulento, dada a vulnerabilidade emocional e a pressão para se enquadrar em normas sociais e expectativas muitas vezes inatingíveis. A exposição constante às consequências de um mundo marcado pela evolução tecnológica, que permite comparação constante e imediata com os outros, pode minar a autoconfiança e distorcer a autoimagem.

Autoestima é a percepção que temos sobre nosso próprio valor e competência, e que interfere na forma como vivemos e construímos nossas relações sociais. Quando aprendemos a apreciar e a valorizar aquilo que somos e a forma como agimos, aceitando nossas vulnerabilidades, certamente damos passos decisivos para aumentar a qualidade de vida. No entanto, construir uma autoestima positiva constitui-se um desafio considerável. 

De acordo com Albert Bandura, a autoestima é influenciada por experiências de vida, pelo ambiente social e pela interpretação pessoal dessas experiências. Ela se desenvolve por meio do senso de competência e eficácia pessoal. O curso natural supõe que à medida que enfrentamos e superamos desafios ao longo da vida, nossa autoeficácia melhore, o que, por sua vez, influencia no aumento da nossa autoestima. A aprendizagem social, incluindo a observação dos sucessos e fracassos dos outros, também desempenha um papel importante, assim como o ambiente social, que nos fornece feedback e apoio.

 

Edição 282 | Saúde mental: problema se agrava e IES atuam na prevenção

 

No entanto, nem sempre esse fluxo segue de maneira positiva e natural. Ao longo da vida e em diversos contextos sociais, vários são os fatores que contribuem para que a construção da autoestima saudável seja, ou não, desenvolvida adequadamente. A construção de vidas perfeitas, por exemplo, exaustivamente mostradas e anunciadas todos os dias nas diversas redes sociais, pode ser um desses fatores. Versões idealizadas e editadas podem fazer com que as pessoas valorizem menos aquilo que são e têm, quando se defrontam com mundos irreais. Outro ponto importante são as pressões pela alta performance e pelo sucesso. A visão dae distância existente entre nosso potencial e aquilo que conseguimos produzir, com o que nos é exigido para alcançarmos o sucesso, pode criar sentimentos de menos valia.

Os padrões de beleza inalcançáveis, cultuados excessivamente pela mídia e pela sociedade tornam-se um grande obstáculo para a autoestima saudável. Corpos ideais, características faciais e estilo de vida idealizados podem levar a uma sensação constante de insatisfação e fracasso. Um cenário de perfeição estética, que exige um excessivo culto ao corpo, muitas vezes doentio, afasta as pessoas da valorização realista de suas características físicas e pessoais. Além disso, somos a somatória de um conjunto de fatores que não se restringem ao físico, e isso parece menos importante. É comum que questões mais graves de saúde mental se manifestem a partir dessa constante insatisfação com um físico inatingível.

 

Entrevista | Saúde mental precisa da diversidade

 

A complexidade das relações sociais – cada vez mais mediadas pela tecnologia –, que temos experimentado também pode contribuir para que nossa autoestima seja afetada negativamente. As redes sociais, os aplicativos de mensagens e as plataformas de vídeo permitem que as pessoas se comuniquem instantaneamente, independentemente da distância física. No entanto, essa facilidade de conexão nem sempre se traduz em relacionamentos profundos e significativos. Conversas face a face oferecem maiores oportunidades de trocas e expressões emocionais, fundamentais para a compreensão mútua e para a construção de laços afetivos sólidos e que contribuem para entendermos mais de nós mesmos e dos outros.

Considerando as interferências citadas e a vulnerabilidade emocional natural do adolescente e do jovem adulto, será que na educação superior estamos de fato preocupados com a autoestima dos nossos estudantes e com seus reflexos para a vida deles, de forma geral? Deveríamos estar? Esse é um problema que nos compete? Ou está circunscrito apenas à família? Quando pensamos que os jovens passam anos importantes de suas vidas em nossas instituições, e que formar para a vida profissional não é apenas desenvolver competências capazes de fazer com que se destaquem no mundo do trabalho, é nosso problema, sim.

 

Revista Educação | A íntima relação entre saúde mental e aprendizagem

 

É vital que, na educação superior, sejamos capazes de fomentar ambientes propícios para promover a construção de uma autoestima saudável. Isso nos permite contribuir de forma positiva para o bem-estar e para a saúde mental desses jovens. Incentivar o envolvimento em atividades que proporcionem satisfação e senso de competência, como hobbies, esportes, ou voluntariado, também tem um impacto substancial. Essas atividades podem oferecer novas perspectivas e aumentar a sensação de pertencimento e propósito de vida.

Pensando sempre em como contribuir de forma positiva com a vida de nossos estudantes, criamos recentemente, no Centro Belas Artes de São Paulo, um programa de incentivo e promoção do voluntariado. Ele já começou a dar frutos e garante oportunidades de desenvolvimento pessoal e social, ao mesmo tempo que promove a cidadania e bem-estar coletivo. Os estudantes se envolvem com as diversas situações sociais e com pessoas que vivem em ambientes diversificados e podem, a partir disso, desenvolver competências socioemocionais valiosas como empatia e comunicação. A percepção de que são agentes de mudança capazes de impactar positivamente a vida de outros interfere diretamente na forma com que se veem no mundo, criando uma visão mais positiva de si próprios. 

Criar valores positivos na vida dos estudantes transcende a sala de aula e a educação formal, os torna pessoas melhores, mais conscientes de seus potenciais e de suas vulnerabilidades, e os coloca num lugar onde a sensibilidade pode ser utilizada para a construção de um mundo melhor, ao mesmo tempo que forma a ideia de como seres humanos valem a pena.

 

Por: Josiane Tonelotto | 15/04/2024


Leia mais

Adolescência

Adolescentes sobrevivem com algoritmos e ausência de diálogo

+ Mais Informações
Liderança

O novo manual de sobrevivência universitária

+ Mais Informações
Educação contínua

Educação superior para a vida toda

+ Mais Informações
Ciência das emoções

Influência da ciência das emoções na educação

+ Mais Informações

Mapa do Site

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.