NOTÍCIA
É preciso uma aplicação pedagógica para que a atividade seja considerada educativa
Publicado em 25/05/2016
Os primeiros estudos ocidentais sobre o uso dos jogos para o aprimoramento da aprendizagem remontam à Grécia e a Roma antigas. Platão reconheceu a importância do aprendizado por meio da ludicidade em oposição ao uso da violência e da repressão para o ensino. Posteriormente, Aristóteles ressaltou a relevância do lúdico como preparação para a vida adulta, o que destacou a capacidade educativa dos jogos e brincadeiras.
Os chamados jogos didáticos só passaram a existir e a ser auxiliares do ensino efetivamente muito tempo depois, no século 18, com o resgate dos ideais humanistas. A ferramenta era restrita à educação de príncipes e nobres até ser popularizada pela Revolução Francesa, em 1789.
Depois, passou-se a enxergar o potencial da atividade lúdica como recurso educativo, inicialmente para o aprimoramento da leitura e do cálculo. Nos séculos seguintes, a variedade aumentou, e o jogo didático se tornou instrumento para a apropriação de conhecimento em qualquer disciplina.
Já no século 20, as teorias de Lev Vigostki reiteraram a ideia de que os jogos propiciam um ambiente de ensino e aprendizagem. O pesquisador russo da área da psicologia foi pioneiro ao estruturar um pensamento teórico sobre o potencial educativo das atividades lúdicas. Ele associou em seus estudos o desenvolvimento intelectual da criança à interação social propiciada pelo ato de brincar.
Nos dias de hoje, a grande questão que envolve o jogo na educação é como dosar a ludicidade e o aprendizado de modo que esses âmbitos se complementem. A atividade não deve ser desinteressante a ponto de perder o caráter lúdico, e não pode ser descontextualizada de tal forma que não gere reflexão sobre o conteúdo que está sendo ensinado. Encontrar o ponto de equilíbrio é o desafio do educador ao trabalhar com esse recurso nas salas de aula.
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