Revista Ensino Superior | Unifeob faz 60 anos com projeto pedagógico modelo

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Gestão

Unifeob faz 60 anos com projeto pedagógico modelo

No aniversário de seis décadas, gestores destacam os diferenciais competitivos que fortalecem a instituição

Publicado em 05/11/2025

por Gustavo Lima

Unifeob 60 anos Festa celebrou os 60 anos de fundação da IES (fotos: divulgação/Unifeob)

A última terça-feira, 4 de novembro, foi de celebração em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. A razão foram as seis décadas de fundação da Unifeob, instituição referência na região. Em meio às festividades dos 60 anos, gestores fazem balanço e elencam o projeto pedagógico baseado em competências como diferencial que permitiu o fortalecimento e à longevidade da instituição.

João Otávio Bastos Junqueira ingressou na Unifeob em 1989, como professor assistente do então recém-inaugurado curso de medicina veterinária. Entre idas e vindas, foi também coordenador, diretor e reitor – cargo que ocupou até outubro de 2020. Hoje atua como conselheiro-executivo e assume as funções de caráter estratégico. Para João Otávio, a transição do campus I para o campus II foi uma mudança fundamental, que permitiu um ambiente mais integrado e a “identidade de cidade universitária”. Outro ponto importante, segundo ele, foi a transformação em centro universitário. “Nos trouxe autonomia regulatória, algo que facilitou muito os processos internos.”

 

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Unifeob 60José Roberto Almeida Junqueira e João Otávio Bastos

Da esquerda para a direita, José Roberto Almeida Junqueira, reitor, e João Otávio Bastos, conselheiro-executivo

Na avaliação do conselheiro, a “manutenção do espírito” dos fundadores foi um fator que permitiu manter a instituição de pé. “Quando foi criada, a Fundação Sanjoanense de Ensino poderia ter nascido como uma empresa privada, uma sociedade anônima, ou qualquer outro modelo. Mas a opção foi criar uma fundação sem fins lucrativos. Isso trouxe pertencimento à instituição, e considero esse o melhor modelo para São João. E aqui faço um parêntese: não tem que ser ‘o melhor de’, tem que ser ‘o melhor para’. Por isso, vejo esse modelo como o melhor para o país, para a nossa região e para a nossa cidade, porque não utiliza recursos públicos e, ainda assim, consegue ajudar muita gente a mudar de vida por meio do ensino superior”, afirma.

Após a gestão de João Otávio, quem assumiu a reitoria da “Feob” – como é carinhosamente chamada pelos funcionários – foi José Roberto Almeida Junqueira, que soma 38 anos desde seu ingresso como estudante na primeira turma de medicina veterinária. “Esse tempo representa mais da metade da minha vida, tempo suficiente para ver crescer raízes, a paisagem florescer e reconhecer que, embora existam muitas mudanças, o alicerce permanece.”

 

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Danielle Rodrigues

Danielle Rodrigues, vice-reitora, durante a celebração dos 60 anos

José Roberto conta sobre um desafio proposto ao time acadêmico em 2012, quando deu início à trajetória de pró-reitor acadêmico. O desafio era contribuir para mudar um aspecto no mercado de trabalho: a contratação por habilidades técnicas e a demissão pela ausência de bons comportamentos. “Foi então que contratamos uma consultoria global que nos trouxe o rol de comportamentos mais desejados pelas empresas e investidores no momento de contratar, promover ou decidir por um aporte. Flexibilidade, adaptação, liderança, curiosidade, resolução de problemas, eram alguns exemplos. A partir daí, ampliamos o foco do conteúdo para também desenvolver esses comportamentos nos estudantes”, relata.

Com a virada de chave, a instituição construiu um projeto pedagógico baseado em competências. Todos os bimestres, os estudantes se autoavaliam no comportamento desenvolvido na etapa da vez de suas jornadas de aprendizagem. Eles recebem um feedback personalizado do professor e, juntos, constroem um plano de desenvolvimento. O comportamento tem peso de 15% na performance final do estudante. “O mercado de trabalho local e regional respondeu rápido e foi o início de feedbacks como ‘Os estudantes da Unifeob têm algo diferente, especial, combinam muito bem o lado técnico e bons comportamentos’. Esta abordagem levou a Unifeob para outro patamar. Tivemos projeções impressionantes junto ao MEC, o que nos posiciona há mais de 10 anos consecutivos como o melhor centro universitário de São João da Boa Vista e região”, comemora o reitor.

 

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O projeto pedagógico rende visitas frequentes de outras IES que desejam conhecê-lo de perto. “E o mais importante: nossos índices de trabalhabilidade não param de crescer. O sucesso do estudante é o nosso sucesso”, pontua José Roberto. “Foi muito desafiador. Nosso professor precisa ser uma combinação entre professor, mentor e curador. Se a educação for estática, ela não se sustenta; se for dinâmica, transforma.”

Para o reitor, as seis décadas são resultado da clareza do que é inegociável para a instituição. “Nossos valores e o compromisso genuíno de transformar vidas por meio de uma educação significativa.” Danielle Rodrigues, vice-reitora, expressa o desejo de honrar cada estudante, família, professor, colaborador do time administrativo, parceiro, fornecedor, e profissional formado pela IES.

 

A Feob do amanhã

José Roberto

“Índices de trabalhabilidade não param de crescer”, destaca o reitor José Roberto

Na avaliação de João Otávio, assim como todas as instituições, a Unifeob precisa se reinventar constantemente. “Num mercado cada vez mais competitivo, em que muitas vezes a disputa é focada apenas no preço, nós continuamos relevantes porque entregamos algo que realmente faz diferença para os estudantes. Não é só o diploma. É também o relacionamento e o projeto pedagógico. Acredito que o mercado reconhece, valoriza e apoia isso. E é por isso que a gente continua vivo.”

Ao projetar os próximos anos da instituição, José Roberto a define como “uma jovem senhora que a partir de toda a experiência adquirida até aqui está com todo o vigor, coragem e disposição para construir um novo capítulo da nossa história: o capítulo dos nossos próximos 60 anos”.

Autor

Gustavo Lima


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