NOTÍCIA
Pensando em alternativas à dívida estudantil, universidades americanas aceitam receber uma parte da renda dos egressos no lugar da mensalidade
Publicado em 19/06/2017
Compromisso com o sucesso do aluno. Ou, pelo menos, aceitação em participar dos riscos. É dessa forma que vem sendo vista a atitude das instituições de ensino que estão isentando o pagamento da mensalidade em troca de um percentual do faturamento do egresso.
A iniciativa está ocorrendo nos Estados Unidos e integra mais uma medida, entre tantas outras, para resolver o problema da dívida estudantil.
No programa da Purdue University, localizada em Indiana, o percentual da renda a ser pago varia conforme o salário. Egressos bem-sucedidos pagam mais e a restituição pode chegar a até 2,5 vezes o valor da dívida. Em média, contudo, estima-se que os futuros profissionais pagarão, em até 10 anos, 1,6 vez o valor financiado, que pode corresponder a uma parte ou mesmo ao valor total do curso. Porém, caso o egresso não consiga um bom emprego e apresente rendimentos inferiores a US$ 20 mil por ano, a dívida será perdoada.
A concessão do financiamento depende de uma série de aspectos e tem sido negociada caso a caso. Críticos da medida dizem que apenas estudantes de cursos com altas taxas de empregabilidade estão sendo aceitos no programa, enquanto a universidade afirma que alunos de mais de 70 áreas já foram aprovados.
A Mission U também está trabalhando nessa linha. A instituição – que não é uma universidade, mas sim uma organização que oferece cursos livres desenhados para atender demandas específicas do mercado – não cobra nada de seus alunos enquanto eles estão em processo de formação.
No entanto, uma vez finalizado o curso, eles devem destinar 15% de seus salários durante três anos, desde que ganhem US$ 50 mil por ano. De acordo com Adam Braun, CEO da Mission U, um rendimento inferior a isso indica que a instituição não está cumprindo o seu papel. Nos EUA, um analista de dados – uma das principais formações oferecidas pela organização – recebe aproximadamente US$ 80 mil por ano.
Tonio DeSorrento, presidente e CEO da Vemo Education, empresa que viabiliza, em parceria com as IES, acordos dessa natureza, declarou que tal alternativa de financiamento privado crescerá à medida que universidades, governos e os estudantes perceberem que o valor de uma instituição de ensino está atrelado a resultados, pelos quais pode ser medido.Educação no mundo