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Gosto pela lógica…

... é um dos principais fatores, ao lado da boa relação com o professor, que levam os alunos a gostar de matemática

Publicado em 10/09/2011

por Henrique Ostronoff


Vítor Barbosa: "vou mais com números do que com letras"

Uma das questões mais discutidas no ensino de matemática nos níveis fundamental e médio é a forma como o conteúdo deve ser apresentado aos alunos para que se envolvam ou pelo menos entendam a matéria. Alguns defendem a contextualização, relacionando a disciplina à realidade de cada estudante, outros defendem o método clássico, baseado mais na resolução de exercícios. Embora nenhum dos lados consiga vencer totalmente o debate, há outro fator que professores e alunos conhecem bem: a relação entre ambos pode definir como o aluno vai encarar a matéria e até influenciar seu gosto.

Ângelo Nieves, 14 anos, acaba de passar para o 1º ano do ensino médio no Colégio São Sabas e participou do Projeto Akatu (veja texto na página 30), tendo integrado o grupo que obteve a melhor performance dos 16 participantes. "Desde pequeno me identifiquei com exatas, mas não me identificava com alguns professores." Ângelo afirma que passou a gostar mais de matemática com a última professora, que levou o projeto para a classe. "Ela mostra objetivos para serem cumpridos durante o ano. As aulas ficaram gostosas, por causa dos gráficos, da matemática financeira e porque o projeto é multidisciplinar", resume.

Vítor Quintanilha Barbosa, 14 anos, aluno do 9º ano do Colégio Equipe, em São Paulo, gosta de matemática. A maioria de seus amigos "odeia" a disciplina porque a consideram complicada. "Não tem uma explicação. Gosto de achar lógica nas coisas. E a matemática tem isso. Tudo o que você vai fazer tem um pouco de lógica", diz. E lembra de quando começou sua relação de amor com ela: "Quando aprendi divisão e multiplicação, adorei aquilo, comecei a gostar de matemática.

Todo mundo dizia que no ano seguinte eu ia odiar porque ficava muito difícil. No fim, adoro até hoje", conta. Para ele, a forma como o professor ensina conta: "Ele explica tudo, até o ponto que a gente entende também, não dá algo e manda a gente decorar como uma máquina".

Em comparação com português, Vítor afirma: "Vejo mais lógica em matemática; em português não vejo motivos muito claros. Vou mais com números do que com letras".

"Nunca gostei muito de matemática, mas gostava de lógica e problemas. Preferia geografia e português", conta Natália Fernandes Mawakdiye, de 18 anos. Entretanto, mudou de idéia ao tomar contato com estatística e matemática financeira no curso técnico de Administração da Escola Técnica Estadual Albert Einstein, de São Paulo, concluído em 2007. Natália explica que ter conhecido a aplicação prática da matemática foi importante para mudar sua visão da matéria. Em comparação com as aulas de preparação para o vestibular, diz: "O professor de matemática do colégio era bom, mas no cursinho vi muita coisa nova, que nunca tive na escola. As aulas são mais pesadas e em geral as pessoas não estão preparadas". Natália tentou uma vaga na Faculdade de Matemática e Estatística da USP, incentivada por seu ex-professor de matemática para seguir a carreira de estatística: "É uma profissão promissora que tem trabalho em diversas áreas", explica a estudante.

Autor

Henrique Ostronoff


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