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Evento internacional espera reunir mais de mil reitores de todo o mundo para discutir os desafios atuais da educação superior

Publicado em 09/01/2014

por Ensino Superior

Evento internacional espera reunir no Rio de Janeiro mais de mil reitores de todo o mundo para discutir os desafios atuais da educação superior

Patrícia Pereira

Em julho próximo, o país do futebol desvia sua atenção da Copa do Mundo para um setor ainda mais importante: o ensino superior. Pela primeira vez o Encontro de Reitores Universia será realizado no Brasil, com a participação de gestores educacionais do mundo todo, em especial da América Latina e Península Ibérica, para debater o futuro das instituições de ensino.

Durante entrevista coletiva de lançamento do evento, ocorrida em novembro no Rio de Janeiro, cidade que sediará o encontro em 2014, Carlos Alexandre Netto, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e presidente do comitê acadêmico que organiza o encontro, explicou que os dez temas a serem debatidos no próximo ano estão sendo decididos por meio de duas pesquisas: uma feita com reitores e outra com toda a comunidade acadêmica. “Começamos agora uma pesquisa de opinião e já obtivemos 21 mil respondentes; mais da metade são estudantes de universidades ibero-americanas”, disse Netto.

Qualquer um pode participar e sugerir assuntos a serem discutidos no encontro. As propostas estão sendo recolhidas no site do Universia.

O comprometimento das instituições com a inovação e o perfil do professor universitário são alguns dos assuntos que devem compor os debates, além de questões sobre internacionalização e a relação com a comunidade.

Desafios pela frente
Será a terceira edição do encontro, que, em 2005, teve sua primeira edição em Sevilha, na Espanha, recebendo 500 reitores. A segunda, em 2010, ocorreu em Guadalajara, no México, com 900 reitores participantes. A previsão atual é de que ao menos 1.100 instituições de 46 países participem da edição carioca, que terá como tema A universidade no século XXI.

Nas edições anteriores, assuntos como ensino a distância, inclusão e internacionalização já pautavam os debates, mostrando que pouco mudou nas discussões sobre o setor.

Netto também comentou sobre as principais barreiras que as universidades precisam transpor atualmente. Segundo ele, especificamente no Brasil, o grande desafio é atender a demanda populacional por ensino superior. “Hoje atendemos 17% dos jovens em idade universitária, de 18 a 24 anos, e precisamos aumentar para 30%, segundo meta estabelecida pelo governo para o desenvolvimento econômico e social do país. É muito oportuno que esse evento seja celebrado no Brasil”, disse Netto. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é chegar aos 30% até 2022, o que corresponde à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A respeito de desafios mais abrangentes, enfrentados por instituições de ensino superior de todo o mundo, Netto frisou que a universidade precisa se reinventar. “Em sua maioria, os professores que estão hoje trabalhando começaram há 20 ou 30 anos. Há um choque tecnológico e vencer isso é um dos grandes desafios”, reforçou Netto.

Carlos Antonio Levi, reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente do comitê internacional do encontro, também comentou sobre a necessidade de reestruturação, tanto acadêmica quanto administrativa.

“A instituição universitária é sem dúvida hoje uma das mais importantes da sociedade. Mas talvez neste momento, por conta da velocidade e da diversidade com que se transforma o saber, a universidade vem experimentando desafios que precisam ser objeto de muita reflexão para que ela continue prestando o serviço que sempre prestou ao longo de sua história”, disse Levi.

Apesar de defender mudanças, Levi ressaltou que a universidade se consagrou como instituição que guarda em seu bojo um conservadorismo intrínseco. Segundo ele, a forma como ela se estrutura e como se organiza é a própria razão dessa estabilidade e, sendo assim, o tripé ensino, pesquisa e extensão deve continuar a ser a sua base. “Talvez isso tenha garantido a sua própria longevidade. O ensino, a pesquisa e a extensão articulados de modo indissociável ainda são, a meu ver, o que vai dar sustentação à universidade do futuro”, afirma Levi.

Serviço
O que: III Encontro de Reitores Universia Data: 28 e 29 de julho de 2014
Local: Riocentro, Jacarepaguá, Rio de Janeiro
Informações: Para mais detalhes, acesse www.universia.com.br

 

Autor

Ensino Superior


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