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NOTÍCIA
Contingente atual de docentes não é suficiente para os planos da reforma do ensino médio
Publicado em 17/11/2016
Pixaby
Um dos pontos fortes da reforma do ensino médio, na visão de seus defensores, é o aprofundamento da articulação entre a formação básica, para a cidadania, e a formação técnica e profissional de nível secundário.
No entanto, para que essa articulação se efetive, é preciso solucionar um problema crucial: a falta de professores licenciados nessas áreas, afirma a pesquisadora e vice-presidente da Fundação Carlos Chagas, Bernardete Gatti.
“Não há licenciatura nas áreas tecnológicas, nas engenharias”, assinala Bernardete. “Alguns cursos precisam de professores que dominem temas ou processos bastante específicos. Nesses casos, uma saída, por enquanto, é usar um profissional especializado como professor”, complementa, referindo-se à possibilidade de contratar como professores profissionais que detenham “notório saber”, um dos pontos da MP 746 que geraram polêmica. “Mas é preciso olhar para essa questão, buscando uma formação pedagógica mais sólida para os profissionais que permanecem nas escolas como professores”, defende.
A Sociedade Brasileira de Física argumenta na mesma direção. Em nota pública sobre a MP, a entidade enfatiza a necessidade de ações efetivas de formação de professores, estímulo e permanência na carreira – aspecto considerado fundamental no contexto de uma reforma do ensino médio.
Ao se omitir sobre esses pontos, afirma a entidade, a MP “legitima a precarização hoje existente”. Segundo o Censo da Educação Básica de 2015, quase 40% dos professores em exercício não têm formação adequada para as disciplinas que lecionam.
Apesar dos desafios envolvidos na implementação, a reforma é positiva, pois sinaliza para a direção correta, acredita Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
“O ensino médio estava estagnado, com nível de aprendizagem baixo e não dialogava com os anseios dos jovens”, afirma Lucchesi, que também é membro do Conselho Nacional de Educação (CNE). “No Brasil, 83% dos jovens não cursam o ensino superior. É preciso criar oportunidades para essas pessoas.”
Nesse sentido, Gregório, do Consed, prevê que a oferta de educação técnica e profissionalizante deverá crescer nos municípios menores e do interior, como forma de aproximação com as demandas dos jovens que vivem nessas localidades.
Para assegurar a oferta de opções de formação técnica e profissionalizante, considerando que muitos estados não dispõem de condições para uma oferta diversificada, Lucchesi considera que as parcerias e convênios com entidades e organizações que atuam nessa área, como o Sistema S, podem ser uma alternativa.
Outro aspecto positivo enfatizado pelo diretor do Senai é o alinhamento da reforma do ensino médio com o currículo de países com maior grau de desenvolvimento econômico e social do que o Brasil, como Coreia do Sul, Inglaterra e Austrália.
Essa comparação, porém, é injusta, retruca Artexes Simões, ex-diretor do MEC. “A comparação feita com os chamados ‘países desenvolvidos’ que possuem uma grande oferta de profissionalização para a juventude esquece de dizer que na formação profissional nesses países, em sua maioria, são oferecidos cursos pós-secundário e, geralmente, para os migrantes que realizam o trabalho simples.” Além disso, nesses locais, o ensino secundário é praticamente universalizado na perspectiva de uma formação humana geral.
Outro aspecto que precisa ser considerado é a capacidade de o mercado de trabalho absorver esses técnicos, levando-se em conta os estudos que associam a geração de empregos com desenvolvimento econômico e não com o número de pessoas com qualificação profissional.