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Ensino edição 227

Uma prova não basta

Belas Artes reinventa o processo seletivo e passa a cobrar conhecimentos não técnicos.

Publicado em 27/03/2018

por Redação Ensino Superior

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O Centro Universitário Belas Artes adotou um novo processo seletivo com o objetivo de avaliar não apenas os conhecimentos técnicos dos candidatos, mas também suas habilidades socioemocionais, entre elas a criatividade, a autonomia, a flexibilidade e o pensamento crítico. O processo é dividido em três fases e envolve, inclusive, trabalhos em grupos.

As atividades são desenvolvidas com metodologias ativas de ensino, como Peer Instruction (ou Aprendizagem entre Pares) e Sala de Aula Invertida e, nas duas últimas fases (redação e prova de habilidades específicas), os candidatos lidam com estudos de casos reais enviados previamente a eles.

De acordo com Patrícia Gomes Cardim, diretora-geral da Belas Artes, a mudança partiu da necessidade de adequar o processo seletivo às práticas de ensino da instituição, que já há alguns anos trabalha com práticas pedagógicas centradas na experiência do aluno.

No processo seletivo do 1º semestre de 2018, os candidatos foram convidados a acessar o portal de cursos a distância da BA – a forma como os alunos e professores se referem à instituição. Inicialmente, eles receberam instruções sobre o processo seletivo e ainda orientações de carreira e desenvolvimento pessoal. “Tivemos sessões semelhantes à de um processo de coaching, com atividades de autoconhecimento e reflexões sobre o propósito de vida de cada um”, conta.

No mesmo ambiente virtual, foi postado um estudo de caso sobre o arquiteto Frank Lloyd Wright, com informações sobre sua vida e obra, além de imagens e links para artigos e reportagens. Esse material serviu de base para a realização da segunda – e mais importante – parte da prova. Valendo 70% do exame, os alunos tiveram de fazer uma redação relacionando a carreira do artista em questão, o modo de vida do homem contemporâneo e suas visões pessoais acerca do exercício da profissão escolhida. O restante da pontuação vem da parte objetiva (onde estão contempladas as questões de ensino médio) e da prova de habilidades específicas.

“Não vemos sentido naquela memorização infinita de conteúdos, um processo que não leva, necessariamente, os alunos a compreender o todo”, declara Patrícia. “Essa prova nova está mais adequada, pois acreditamos que é mais importante que o aluno saiba interpretar um texto, saiba lidar com várias informações, tenha senso crítico”, resume. “Ela também nos ajudou a atrair candidatos mais assertivos e próximos da realidade da BA.”

Para realizar a prova, foi preciso treinar 60 professores, que ao longo de três dias aplicaram as provas para 2 mil alunos – estes divididos em grupos de 30 a 60 participantes. “Não foi fácil fazer essa mudança, mas vamos manter o formato. O processo seletivo era um trauma para os alunos. Agora eles saem daqui com a sensação de terem desbravado algo. Isso é muito positivo”, afirma a diretora.

Autor

Redação Ensino Superior


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