NOTÍCIA
Transformações provocadas pela 4ª Revolução Industrial colocam em discussão o valor da educação formal. Tema será debatido no 20º Fnesp
Publicado em 04/04/2018
A ideia de desenvolver uma carreira para a vida toda está obsoleta. Com o surgimento de novas profissões – e o extermínio de outras –, as mudanças na trajetória profissional serão cada vez mais comuns na vida das pessoas. Portanto, adaptação e flexibilidade são características fundamentais, inclusive para as instituições de ensino. Elas também precisam mudar.
A Universidade do Estado do Arizona (ASU) é uma das que assumiram o desafio de transformar a educação. A mudança começou em 2002 com a chegada de Michael Crow à presidência. Vindo da Universidade Columbia, ele promoveu uma revisão das práticas acadêmicas a partir da constatação de que pesquisas estavam muito centradas em si. Todo o conhecimento produzido permanecia retido da universidade. Diante dessa realidade, Crow e seus gestores decidiram se aproximar do setor produtivo para que os alunos pudessem resolver problemas reais. Aos poucos, os projetos também se tornaram mais interdisciplinares, preparando os jovens para transitar por diferentes áreas.
A trajetória de implantação dessas e outras medidas será apresentada na 20ª edição do Fnesp, realizado pelo Semesp. O Fórum também trará o caso de uma instituição brasileira que, da mesma forma, está transformando suas práticas pedagógicas. Desde 2015, o Centro Universitário Celso Lisboa, localizado no Rio de Janeiro, opera como uma startup: os investimentos em inovação são constantes e em escala ascendente.
Suas práticas pedagógicas já foram reformuladas diversas vezes – e vão continuar assim se depender dos gestores. As provas já foram eliminadas, da mesma forma que o ensino por disciplinas e as aulas expositivas. Agora, são dois professores por sala trabalhando, prioritariamente, com metodologias ativas de ensino. O aprendizado melhorou, bem como os índices de retenção.
A participação de Liz McMillen, editora do site The Chronicle of Higher Education, é outro destaque da programação. Recentemente, o veículo apontou por meio de um relatório (The future of degree: how colleges can survive the new credential economy) que os conhecimentos, competências e atitudes valorizados pela atual sociedade não estão presentes na dinâmica das IES. Se nada mudar, o diploma de ensino superior perderá sua relevância nos processos de seleção e contratação, pois as pessoas capazes de resolver problemas, de trabalhar com desafios e com a diversidade se destacarão independentemente de suas titulações acadêmicas. O 20º Fnesp acontece nos dias 27 e 28 de setembro.