Professora de Licenciatura em Ciências Biológicas é premiada por disciplina em que estudantes se conhecem além dos estereótipos com a finalidade de criar um ambiente acolhedor
Professora foi premiada por projeto (foto: divulgação/FCC)Os alunos precisam se sentir acolhidos na sala de aula para a aprendizagem acontecer de maneira orgânica e livre. É o que defende a professora Daniela Franco Carvalho, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que desenvolveu para o curso de Licenciatura em Ciência Biológicas o projeto Cajón: estratégia interventiva para compartilhamento de emoções em sala de aula, reconhecido pela Fundação Carlos Chagas (FCC) por meio do Prêmio Prof. Rubens Murillo Marques.
A atividade faz parte da disciplina de Ciências e Mídias e visa estimular o estudante a enxergar o colega em profundidade e sair dos estereótipos. Inspirada no conceito de polifonia das vozes, do linguista russo Mikhail Bakhtin – que discute que o ser humano não é um ser individual, uma vez que agrega muito do outro em seu discurso – , a professora pede para os alunos compartilharem memórias particulares com os demais futuros docentes da turma.
Foi levada para a sala de aula a metáfora criada por Carvalho do instrumento cajón como uma caixa que reverbera sentimento. “Com isso, os alunos passam a ter a dimensão de que, ao revelar suas memórias e o que os sensibilizam, eles atuam como uma caixa que ao invés de aprisionar, liberta, tornando possíveis outras relações”, afirma.
“Justamente por considerarmos que temos muitos problemas na formação inicial de professores, a gente procura divulgar experiências positivas desenvolvidas por professores ”, explica Patrícia Albieri de Almeida, uma das coordenadoras do Prêmio Prof. Rubens Murillo Marques, que este ano chegou à sua 8ª edição.
Além desse projeto, outros dois foram premiados, o Estágio: uma articulação entre formação inicial e continuada de professores, de docentes do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, e Música, estágio e pesquisa: ações formativas com o tema mulheres na música, da professora de Música da Universidade Federal de Goiás.
Cada educadora recebeu R$20 mil e uma réplica da escultura da artista plástica Vera Lucia Richte.
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Por: | 27/11/2018