NOTÍCIA
Escola de inglês Beetools também aposta em inteligência artificial e Big Data para dar suporte aos professores. Instituições de ensino superior e de educação básica podem ser parceiras
Publicado em 01/02/2019
Uma escola de idiomas que utiliza realidade virtual, gamificação, Big Data, inteligência artificial e metodologias ativas de ensino para algumas pessoas pode ser considerada uma escola do futuro, mas para o CEO da Beetools, Fabio Ivatiuk, não é bem assim. “Beetools é uma escola do presente. A educação é que está no passado”.
A Beetools é uma edtech — sigla para startup que atua na educação — do Paraná que chegou ao mercado em junho de 2018 e que, em seis meses, abriu quase 20 franquias.
Nessa escola, os alunos não compram material didático, não pagam taxa de matrícula e muito menos multa de quebra de contrato — não há contrato, aliás. O estudante paga por aula ou pacote e decide se quer ter atividades duas ou mais vezes na semana. O mais comum é o pacote de 30 aulas que dura cerca de um semestre. “Todo mundo achou a gente maluco de não fazer contrato, mas se provou o contrário”, conta o CEO.
O que mais chama a atenção são as aulas. Faz parte do ensino um seriado totalmente em realidade virtual, feito exclusivamente para a Beetools, em que o aluno assume o papel do personagem central e interage com pessoas da história.
A gamificação entra nos materiais didáticos, todos virtuais e com conceitos da neurociência. A lição de casa, o agendamento e o pagamento são feitos por um aplicativo.
O contato com o professor acontece depois dessa interação no mundo digital, ao longo da qual vão sendo coletados dados para o docente trabalhar especificamente suas dificuldades, invertendo, assim, o roteiro da aula. A inteligência artificial entra na correção da pronúncia do aprendiz.
“Conseguimos analisar resultados dos alunos em cada aula. Não é a prova no final do bimestre que vai dizer se o estudante aprendeu ou não. Ao final de cada aula, o professor nota onde está a dificuldade dele”, acrescenta Ivatiuk, que trabalhou quase dez anos com educação como proprietário de duas escolas de inglês e ainda como docente.
O CEO da Beetools conta que nestes anos de experiência percebeu pouco resultado para o aluno. “O Brasil é um dos países que têm mais escolas de idiomas no mundo, e só 3% da população domina inglês. É uma conta que não fecha. Algo está errado. Por que isto acontece, de estudar e terminar sem o nível que esperamos? ”, questiona.
Para Ivatiuk, um dos problemas é que as escolas não falam a linguagem do aluno. “Acostumamos a trabalhar de forma analógica com uma geração digital”, acrescenta. Muitas instituições de ensino atuam com materiais didáticos sem ligação com a atualidade e esquecem que qualquer pessoa hoje tem acesso ao conhecimento pelo Google. Essa realidade é um dos motivos que faz a Beetools utilizar metodologias ativas de ensino, cuja aula não é composta apenas por um professor falando. O docente guia o estudante.
A Beetools também conta com a parceria de outra startup, a Beenoculus, referência em realidade virtual.
Com tantos diferenciais tecnológicos, a Beetools foi premiada em Madri, no South Summit, como uma das dez edtechs mais inovadoras do mundo.
Com franquias em cidades como Curitiba, São Paulo e Maceió, escolas de educação básica e até mesmo instituições de ensino superior estão procurando a Beetools para fazer parcerias. A Rede Sesi (Serviço Social da Indústria), por exemplo, fechou contrato para suas escolas no Mato Grosso do Sul e Paraná. “Hoje só não crescemos mais porque não conseguimos atender às demandas que estão surgindo”, revela o presidente.
Devido à alta adesão, o objetivo da edtech é chegar a 300 franquias em cinco anos, junto a números expressivos em escolas de educação básica.
Plataforma estimula atividade colaborativa entre professores e gera bons resultados
Diversidade: a sua instituição já pensou sobre isso?