NOTÍCIA
Faculdade do Comércio surge com o apoio de mais de 420 associações comerciais em São Paulo. No acadêmico conta com nomes como Roberto Macedo, Flávio Rocha e Andrea Matarazzo
Publicado em 08/02/2022
Em 2015, dados do IBGE já mostravam que a maior parte da força de trabalho brasileira se concentra na área de comércio e serviços, formado em grande parte por empresas do varejo. Dados mais recentes mostram que já são 55 milhões de trabalhadores no setor, mas poucos deles conseguem ascender para um cargo de diretoria por falta de qualificação. “Conversando com vários líderes varejistas como Luiza Helena Trajano (presidente do Magazine Luiza) e Flávio Rocha (CEO da Riachuelo), percebemos essa demanda reprimida”, conta o diretor-geral da Faculdade do Comércio (FAC SP), Wilson Victorio Rodrigues.
O contexto do setor já há alguns anos, segundo o diretor, é de que muitos desses líderes possuem bons vendedores, operadores de caixa, estoque e logística, mas quando precisam contratar um diretor com know-how estratégico para além do trato com o cliente, acabam indo buscar um engenheiro na Politécnica e não dentro da mão-de-obra que já possuem. “Um engenheiro não entende de comércio, de ‘barriga no balcão’, do dia a dia das vendas, então é uma frustração para esses empresários. Por melhor que seja esse engenheiro para o financeiro e contabilidade, ele não tem essa vivência e, por outro lado, quem está na prática não tem a qualificação necessária para chegar onde ele está”, explica.
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Graduado em direito pelo Mackenzie e especializado em gestão educacional, Wilson Rodrigues vem de uma família de educadores, responsável pela fundação de escolas e instituições como a MACE e a Uniderp, no Mato Grosso do Sul. A idealização da FAC SP se dá então juntamente com o professor da Faculdade de Economia da USP (FEA), Roberto Macedo, que é diretor acadêmico da instituição, além da centenária Associação Comercial de São Paulo – sua mantenedora, e a Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), que conta com cerca de 420 associações comerciais. Com essa origem, o propósito claro, não poderia ser outro.
Em funcionamento desde março de 2020, a Faculdade do Comércio tem atualmente 700 alunos e promete chegar a 1.500 até o fim de 2022. Ela oferece cinco cursos de graduação, sendo quatro deles tecnólogos em gestão comercial, gestão logística, gestão de recursos humanos e sistemas para internet, e um bacharelado em administração. Tendo iniciado os trabalhos junto com a pandemia, teve de correr para conseguir autorização do MEC para oferecer os cursos na modalidade EAD, o que resultou na criação de 70 polos de ensino a distância, que funcionam em associações comerciais do interior de São Paulo. Já o campus, fica na região central da capital do estado.
Deficiência está no bom operador que não pode ser aproveitado para cargos de diretoria por falta de qualificação”
Roberto Macedo acrescenta que a faculdade tem um propósito social, voltado para trabalhadores do setor varejista, pessoas da classe C. “Nosso diferencial está na metodologia de aulas contextualizadas para a realidade do comércio e em oferecer educação de qualidade com os melhores nomes especializados e preço acessível”. As mensalidades vão de R$148 a R$330 com desconto, já o tícket médio da instituição fica na casa dos R$200.
Além dos cursos de graduação, são sete de pós-graduação, que tem como um dos coordenadores o professor, político e empresário Angelo Andrea Matarazzo, um dos herdeiros da família de elite ítalo-brasileira, detentora de indústrias em São Paulo, desde 1896. Além dele, faz parte da docência nomes como Pedro Parente, Nelson Jobin e Flávio Rocha.
No site da FAC existe o portal da empregabilidade, que é alimentado pelos associados da Associação Comercial e pelo Sindicato dos Comerciários com informações de novos postos de emprego, disponível para todos os alunos acessaram por meio de login e senha pessoais.
“Buscamos oferecer formação que tenha aderência para a área e as habilidades necessárias, mas também preparar para o que vem pela frente, pois, economicamente falando, grande parte das inovações surgem no setor varejista. Quando se pensa em comércio eletrônico, marketplace, experiência digital do consumidor, logística para e-commerce, etc., tudo isso está acontecendo por força do comércio, do varejo”, conclui Wilson Rodrigues.