NOTÍCIA
Sustentabilidade é protagonista no Projeto Florestas Inteligentes
Publicado em 21/12/2023
O potencial transformador das instituições de ensino é evidenciado em iniciativas como as soluções desenvolvidas por alunos do Centro Universitário Facens e do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), no projeto de extensão Florestas Inteligentes. Neste ano, o projeto conquistou a “Bronze Medal” no QS Reimagine Education Awards, realizado em Abu Dhabi. Vitor Belota, gerente de sustentabilidade e educação inovadora do Facens, fala sobre a iniciativa e comenta os ganhos com a colaboração entre IES.
Das seis soluções realizadas pelo projeto em 2023, foram premiadas a ferramenta criada para facilitar a coleta de frutos no Movimento de Mulheres das Ilhas Belém, na Ilha de Cotijuba, em Belém (PA), e o sistema de irrigação inteligente que utiliza energia solar fotovoltaica e aproveita a água da chuva em Tapiraí (SP), na região de Mata Atlântica. Desenvolvidas por estudantes, ambas as soluções visam a melhoria da qualidade de vida aos moradores dessas comunidades, além de proteger a biodiversidade das regiões.
De acordo com Belota, a parceria entre Facens e Cesupa se deu pelo DNA parecido das instituições, e também pelos “diferenciais complementares” encontrados nas duas. “Na Facens trabalhamos com a temática da sustentabilidade de forma profunda há muito tempo, e o Cesupa já tem know-how de trabalhar com comunidades florestais e ribeirinhas na Amazônia. Há mais de 15 anos o Cesupa realiza projetos em que os alunos vão até essas comunidades para ajudá-las com diversas demandas”, diz.
2023 marcou o segundo ano do Florestas Inteligentes e a expansão da iniciativa para a Mata Atlântica. Com o patrocínio de empresas privadas, a iniciativa garante recursos financeiros para passagens, estadia e apoio ao desenvolvimento das ferramentas criadas pelos estudantes. Além das IES organizadoras, o projeto ainda contou com a participação do Centro Universitário Dom Bosco – UNDB, de São Luís (MA). “Abrimos um processo seletivo e temos uma média de 150 a 200 inscritos, dos quais selecionamos cerca de 80 alunos e os dividimos entre instituições. Obrigatoriamente toda equipe tem pelo menos um estudante de cada IES participante para que, além da comunidade, haja também um impacto na vida do aluno”, comenta Belota. Há também variação de semestres e áreas dos participantes, que cursam das ciências humanas às exatas.
“Existe uma importância operacional da parceria com o Cesupa, mas também do lugar de fala, pois se trata de uma instituição que trabalha, respira e conhece profundamente a Amazônia. Nós também tentamos misturar alunos que tragam perspectivas diversas, que não conheçam a realidade um do outro. Por exemplo, no Facens temos alunos mais conectados à tecnologia, porque nossa instituição tem esse foco. Também temos alunos que trabalham em São Paulo, em grandes indústrias, porque é um polo muito forte. Já na UNDB, no Maranhão, é uma outra realidade. Então vem um aluno com outra percepção, com um olhar mais social. E no Cesupa há os alunos que já conhecem as comunidades ribeirinhas, bem como suas dores”, destaca o profissional.
Para a estudante Stefany Silva, que cursa o terceiro ano de análise e desenvolvimento de sistemas no Facens, participar do Floresta Inteligente foi uma jornada “verdadeiramente significativa”. “Conectar-me com a causa ambiental e contribuir para a criação de soluções inovadoras trouxe um profundo senso de propósito e gratificação pessoal. Foi inspirador ver como a colaboração e o esforço coletivo podem impactar positivamente”, afirma.
“Conhecer de perto as pessoas das comunidades, me conectar com suas realidades e entender como podemos fazer a diferença foi o maior presente pessoal. No lado profissional, foi uma escola prática, indo além dos livros para resolver problemas reais. Essa experiência trouxe uma bagagem de compreensão humana e técnica que carregarei por toda a vida”, avalia a aluna.
Durante o desenvolvimento dos projetos, a equipe organizadora se reúne com os estudantes para entender qual o tipo de ajuda que eles precisam. “A partir do momento que temos essa clareza, vamos atrás de professores das três instituições que sejam especialistas na temática do projeto. Neste ano, com soluções mais diversas, os alunos tiveram não apenas mentores que são professores, como também a mentoria de pessoas que eles mesmos conseguiram. Como foi o caso do pai de uma aluna que é engenheiro mecânico e ajudou a equipe a criar um equipamento para a extração de óleo de coco”, explica Belota.
Entre os dias 11 e 13 de dezembro, o Florestas Inteligentes recebeu a Bronze Medal na categoria “Educação em Sustentabilidade”, no QS Reimagine Education Awards, em Abu Dhabi. Com mais de 1200 inscritos de todo o mundo nesta edição, o prêmio reconhece e celebra os pioneiros da educação.