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Edição 288

UniAnchieta mira expansão

Instituição tem 12 mil alunos na graduação. São oferecidos trinta cursos de graduação presenciais, 17 EAD e há a estimativa de mais 13 cursos para 2025

Publicado em 09/10/2024

por Ensino Superior

Expansão em todas as direções Um dos prédios do campus Pedro Fornari, do UniAnchieta, em Jundiaí, abriga parte dos 12 mil alunos na graduação (fotos: divulgação/UniAnchieta)

Formada em administração pela PUC SP, Juliana Fornari trabalhou em grandes empresas até ser vítima de um assalto que a fez mudar de rumo. Desiludida com a capital paulista, voltou para Jundiaí, cidade a 57 km de São Paulo, com cerca de 430 mil habitantes. Era 2000 e ela se dirigiu ao pai, o diretor-presidente do Centro Universitário Padre Anchieta, o UniAnchieta, e da sua mantenedora, Norberto Mohor Fornari. “Voltei!”, disse, decidida a trabalhar na instituição.

O pai, então, ofereceu-lhe um cargo de assistente de professor no curso de administração. Não era o que Juliana esperava, mas, hoje, em retrospectiva, acredita que “foi a melhor coisa que ele fez por mim”. Tornou-se educadora. Estudou marketing educacional no mestrado e, no doutorado, realizado na Unicamp, investigou a educação mediatizada pelas tecnologias digitais.

Juliana Fornari

Para Juliana Fornari, representante da terceira geração no comando do UniAnchieta, “toda IES tem de entender a sua regionalidade e a importância de atender os alunos”

“No momento que entrei na sala não queria mais sair e fui professora por muitos anos.” Passou por coordenações de curso, direção acadêmica e, atualmente, participa do conselho estratégico da mantenedora, criado há dois anos, reunindo outros membros da família que estavam em posições executivas. É sobretudo nesse conselho que a segunda e terceira gerações que comandam o UniAnchieta se encontram e os debates são árduos, conta Juliana.

 

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O professor Pedro Fornari, avô de Juliana, foi o fundador, junto a um grupo de professores, da escola Padre Anchieta – ginásio comercial e técnico de contabilidade –, em 1941. “Meu avô era uma pessoa boníssima, cativante. Quando havia poucos alunos, ele dava bolsas, dizia ‘vai estudar, não precisa pagar’. Mas teve um momento em que não conseguiu mais pagar os salários dos professores. Todo mundo falava ‘fecha a escola, não está indo para a frente’.” A solução foi a distribuição de ações da escola aos professores mais próximos. Vários deles se tornaram sócios minoritários.

“Foram eles que de fato mantiveram essa escola viva porque naquele momento aceitaram trabalhar praticamente de graça. Alguns dos professores-sócios já faleceram, mas os herdeiros estão aí. Todo ano nos reunimos num jantar para falar sobre a instituição, até como forma de agradecimento.”  Atualmente, o Unianchieta tem 12 mil alunos na graduação e mais três mil no ensino básico e pós-graduação. São oferecidos 47 cursos de graduação e há a estimativa de mais 13 cursos para 2025.

 

Um celeiro de profissionais

Jundiaí e região têm necessidade de mão de obra para praticamente todos os setores da economia. A coordenadora geral de graduação, Ana Carolina Antunes Naime, relata a parceria com empresas como Ambev, Continental, Siemens. É o setor de Carreiras que toca o hub de inovação.

“As empresas têm uma cadeira que é paga por eles para que estejam aqui, em contrapartida, oferecemos estagiários.” Os estágios são remunerados, destinados aos alunos desde o primeiro período, o que favorece a retenção. “As chances de evasão diminuem, o aluno não desiste do sonho e vai de fato vivenciar o mercado desde o início do curso. É ótimo porque ele cobra do professor, do coordenador, para que também se atualizem.”

A John Deere, empresa de máquinas agrícolas de Indaiatuba, é uma das parceiras que vem trazendo resultados interessantes. Além de designar profissionais para workshops aos alunos, detalhando aplicações práticas, por meio da troca de informações acerca das necessidades do setor, veio a decisão de oferecer mais cursos na área do agro. Em 2025, além da graduação em agronomia, serão lançados os tecnólogos em agrimensura, geoprocessamento, agroindústria, viticultura e enologia, agroecologia, fruticultura e gestão do agronegócio.

 

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“Por mais que tentemos conhecer a realidade de cada área, a partir da parceria com uma empresa descobrimos novas exigências”, conta Ana Carolina. Uma pesquisa específica de vagas também norteou a decisão. “Hoje, em Jundiaí, 129 alunos se formam por ano na ETEC de Jundiaí, e não há uma formação continuada para eles, que acabam indo para outras instituições fora daqui ou acabam migrando de área.”

“Estamos também fechando uma parceria com Portugal para cursos voltados à produção de vinho”, uma vocação local. Outra parceria de internacionalização, também com Portugal, já traz neste semestre aulas remotas abordando o cultivo sustentável, inclusive o da uva. 

Outra iniciativa é a pesquisa acerca de quais habilidades são mais solicitadas pelas empresas. Uma checada em plataformas de vagas traz uma boa indicação. Por exemplo, são requeridos profissionais de contabilidade com experiência em Business Intelligence (BI). Com iniciativas assim, “começamos a entender as fragilidades que precisam ser trabalhadas”.

 

Novidades no presencial, híbrido e EAD

Modalidades diferentes para necessidades diferentes. Essa é a ideia ao oferecer cursos presenciais, híbridos e EAD. “Não há na legislação a questão do hibridismo, na verdade fazemos uma releitura das matrizes dos cursos presenciais e a distância e concentramos as atividades presenciais em um ou dois dias por semana. E funciona. Temos vários desenhos”, conta Juliana. 

Por exemplo, o curso de análise de sistemas, tecnólogo, é oferecido no formato 100% EAD e no formato híbrido, em que as aulas acontecem às sextas e sábados. E agora também será oferecido presencialmente, nos períodos noturno e diurno. 

“Toda IES tem de entender a sua regionalidade e a importância de atender os alunos. Os cursos híbridos ajudaram nesse sentido”, conta Juliana. Direito, psicologia, e até engenharia – respeitando as proporcionalidades de presencialidade, horas em laboratório etc. – foram bastante aceitos. “Antes tínhamos a instituição vazia nos fins de semana. Hoje em dia está todo mundo trabalhando. A junção da distância com a presencialidade, de maneira inteligente, é muito importante, porque atende aos interesses das populações”, reitera Juliana.

 

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Ana Carolina Naime

Ana Carolina Naime, coordenadora geral de graduação, fala da proximidade das IES com as empresas e do compromisso com os ODS da ONU

A ampliação de cursos na área da saúde traz uma novidade – a quiropraxia. “É um curso que vai ter o apoio da Associação Brasileira de Quiropraxia por ser um curso sério, robusto, com quatro anos. O aluno consegue dispensar algumas disciplinas caso ele tenha feito fisioterapia, enfermagem ou farmácia, explica Ana Carolina. A quiropraxia é aceita no âmbito das práticas integrativas e complementares do SUS. 

Ainda na área da saúde, os investimentos no curso de medicina foram altos. “Temos orgulho em dizer que tivemos a visita do MEC e a avaliação foi excelente”, conta Juliana.  “Fazemos parte dessas instituições que estão aguardando a publicação.” O curso de odontologia também consta nos planos da instituição. 

O EAD vai crescer e deve chegar a cinquenta polos. “Alguns grandes e capazes de abraçar a semipresencialidade, inclusive com laboratórios, e polos menores, onde conseguimos trabalhar com cursos que demandam menos a presencialidade, como administração de empresas, por exemplo.” 

 

Extensão e os ODS

O UniAnchieta está alinhado com o compromisso global lançado pela ONU a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Milênio. Projetos de extensão universitária foram elaborados para que os ODS sejam trabalhados pelos estudantes, não só como temática de estudo, mas, sobretudo, por iniciativas práticas, desenvolvidas na comunidade. 

“A cada semestre, um ODS é selecionado para ser discutido e gerar projetos de ação com o público externo, garantindo o compartilhamento de saberes e contribuindo com a transformação social. Dessa forma, inserimos milhares de alunos, professores e moradores da região em um compromisso internacional. Com o conhecimento adquirido, o UniAnchieta pretende se tornar um hub da ONU no trabalho com os ODS”, finaliza Ana Carolina.

 

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