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NOTÍCIA
Modelo clássico de transmissão de conhecimento não faz mais sentido na área da educação
Publicado em 03/02/2025
Por Vidal Martins*
Encontramo-nos no contexto da Indústria 4.0 – ou quarta Revolução Industrial –, caracterizada pela utilização do que se tem de mais avançado em termos de tecnologia, como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem, entre outras ferramentas, no processo produtivo e nas próprias relações interpessoais. A educação, é claro, também é impactada.
Mas como, falando especificamente de ensino superior, uma universidade pode se reinventar? Talvez para organizações mais novas, já nascidas numa realidade altamente digital, esse questionamento sequer faria sentido. Para instituições com décadas de atuação, no entanto, reconhecidas pela tradição, reinventar-se é fundamental.
Quando falamos em quarta Revolução Industrial, o impacto que vemos na sociedade é muito maior do que aquele que se teve nas revoluções anteriores, porque em vez de ser causada apenas por uma tecnologia, caracteriza-se pela integração de várias delas.
Num cenário em que a informação está extremamente disponível, proporcionada pelo fácil acesso à internet e redes sociais, o modelo clássico de mera transmissão de conhecimento, que explora processos cognitivos de baixa complexidade, não faz mais sentido na área da educação. Ao mesmo tempo, exercitar o pensamento crítico nunca foi tão importante, justamente pela elevada carga de informação que chega até nós. Primordial ter em mente que volume e qualidade de informação não obrigatoriamente andam lado a lado.
Ressalte-se, contudo, que inovar na educação transcende a tecnologia. Por óbvio, a tecnologia se faz presente e deve ser utilizada. Para nós, a tecnologia é um meio. Significa que ela é que deve estar a serviço dos processos de ensino e aprendizagem, e não o contrário. O que precisamos agora é de uma formação por competências, com o desenvolvimento de processos cognitivos mais elaborados. Dessa lógica também decorrem demandas como a aprendizagem personalizada e o lifelong learning.
Além de inovarmos em produtos, é imprescindível que reestruturemos a gestão com foco em autonomia (sempre com responsabilidade) e agilidade, colocando o cliente (aqui, o estudante) no centro se desejamos ser capazes de nos adaptar rapidamente às mudanças frequentes que nos impactam. Importante ter em mente, porém, que ao inovar a universidade não pode perder sua essência. Além disso, precisa promover a formação integral – não limitada à técnica – e ao longo de toda a vida. Essa formação, frise-se, não é somente profissional, mas desenvolve competências humanas fundamentais para o nosso tempo: coexistência, cultura do cuidado, espírito científico, espiritualidade e solidariedade socioambiental.
foto: divulgação/PUCPR
Por tudo isso, o que faz parte da essência da universidade deve continuar a direcionar sua jornada rumo à inovação, independentemente das novas tecnologias que surjam ou necessidades que o futuro nos traga.
*Vidal Martins é vice-reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).