NOTÍCIA
Levantamento de tendências para 2025 traz recomendações de 81 especialistas do setor acadêmico
Publicado em 06/02/2025
Com a transformação tecnológica e a mudança no perfil dos estudantes, a área acadêmica das instituições de ensino superior deve ser repensada. No cenário atual, o novo marco regulatório do EAD, a sustentabilidade das IES e um currículo mais alinhado ao mercado são alguns dos principais desafios colocados às lideranças acadêmicas. É o que indicam especialistas ouvidos na nova edição do documento Tendências no ensino superior, elaborado pelo Semesp e pelo Consórcio STHEM em parceria com a revista Ensino Superior. Abaixo alguns destaques desse trabalho:
O modelo acadêmico adotado por uma IES é responsável por expressar a sua identidade. Na análise de Iara Xavier, diretora-executiva da consultoria EDUX21, o novo marco regulatório e as prováveis mudanças nas normas do ensino presencial exigirão uma reengenharia do setor. Para Alexandre Nicolini, pesquisador e orientador de IES, o maior desafio se concentra na avaliação da organização didático-pedagógica, “uma vez que a premissa da formação por competências vale para as duas modalidades, mas ainda não foi inteiramente apreendida pelas IES.
Neste ano, a mudança regulatória deve ser acompanhada pelo reforço e avanço da profissionalização da gestão. Carla Letícia Alvarenga Leite, pró-reitora da Faesa Centro Universitário, indica a necessidade de equipes de excelência “aptas a conduzir transformações institucionais relevantes e que sejam capazes de ir além da regulação, já que o foco precisará ser a qualidade e o sucesso institucional.
No âmbito da sustentabilidade, José Scamilla, diretor associado do Instituto para o Futuro da Educação (IFE) da TEC de Monterrey, projeta um avanço nos debates. O especialista considera necessário que as universidades proporcionem uma educação pertinente e responsiva, colaborando com a busca de soluções para os grandes desafios globais. Para Scamilla, as IES deverão aumentar investimentos e projetos que tenham a Agenda 2030 como referência.
Carla Letícia acrescenta que as instituições de ensino são responsáveis pela formação de profissionais que assumirão o papel de cidadãos e líderes na elaboração de políticas públicas capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Para Beatriz Balena, consultora de IES, a formação focada na sustentabilidade e na ética estará presente nos currículos em 2025. “As IES deverão criar ações que contribuam com o desenvolvimento sustentável e tenham impacto na formação de estudantes conscientes e na sociedade”, diz.
“A conexão entre mercado e academia é uma obrigatoriedade”, afirma Carla Letícia, que destaca a demanda por profissionais capazes de propor soluções para os desafios reais do mercado de trabalho. Para isso, “os currículos necessitam ser transversais e valorizarem o pensamento crítico, a comunicação e a colaboração”, destaca Beatriz Balena. Essas habilidades, segundo o pesquisador Alexandre Nicolini, irão assegurar a capacidade contínua de aprendizagem e adaptação, que caracterizam a empregabilidade.
Dale Johnson, diretor de inovação digital da Arizona State University (ASU), é enfático ao recomendar que, em 2025, os gestores de IES devem construir pontes para as oportunidades de emprego para seus alunos. Johnson recomenda convidar representantes da indústria “para participar de comitês de currículo e para colaborarem com a orientação das carreiras dos estudantes”. Para José Scamilla, as alianças estratégicas com as empresas e setores produtivos garantirão a pertinência dos cursos de graduação e o alinhamento com o mercado de trabalho.
O levantamento ainda traz recomendações acerca da educação digital – em que os docentes devem desempenhar um papel fundamental – e da formação centrada no sucesso do aluno que, para Fábio Reis, presidente do consórcio STHEM, está intrinsecamente ligado ao sucesso de uma IES.
Os especialistas são alguns dos 81 nomes reunidos na edição de 2025 do projeto Tendências no ensino superior, que visa orientar as decisões relacionadas ao planejamento institucional das das IES. Diferentemente das edições anteriores, em que cada especialista apresentou cinco tendências, o atual modelo se organiza em blocos temáticos, eliminando a fragmentação dos temas abordados e permitindo uma compreensão mais assertiva das tendências.
Acesse o site do Semesp e faça o download do material.