A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) se prepara para sediar o próximo congresso da RUC (Universidades para o Cuidado da Casa Comum) – rede que congrega universidades públicas e privadas. O encontro acontece entre 20 e 24 de maio e terá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) como principal ponto de discussão.   

A rede foi desenvolvida em 2016 após a Encíclica Laudato si (2015), quando o Papa Francisco, tendo em vista a crise climática, enviou ao mundo a mensagem de “cuidado com a casa comum”. Em 2023, a RUC mobilizou o encontro de 250 reitores com o Papa, no Vaticano. Neste ano, será a vez do Brasil receber uma conferência da rede.

A escolha de reunir os integrantes no Rio de Janeiro não foi por acaso. A cidade é simbólica para a RUC. “Foi aqui que o Papa começou o seu trabalho. Em 2013, quando deu início ao Papado, sua primeira viagem foi para o Rio, para a jornada mundial da juventude”, conta o padre Anderson Pedroso, reitor da PUC-Rio. “O Rio é também a cidade que receberá a cúpula do BRICS. Além disso, em Belém (PA), o Brasil também recebe a COP30. Foi uma confluência de motivos que levou a rede a escolher o país e a cidade. E a PUC abriga esse encontro”, acrescenta.

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“Após o Laudato si, o Papa escreveu a carta ‘Querida Amazônia’, estruturada em quatro sonhos: social, cultural, ecológico e eclesial. Os quatro dias de conferência serão baseados nesses sonhos”, adianta o reitor. O encontro é visto pelo padre Anderson como uma “pré-COP30” latinoamericana. “Estaremos com reitores do México, América Central, Argentina, Colômbia, entre outros. É uma parada para que depois possamos olhar juntos para Belém.”

Na avaliação do reitor, olhar para a pauta climática é fundamental. “Não temos mais tempo para tratar do que não é essencial. E essa discussão é. A questão climática toca a vida de todos e é a nossa condição de existência. As outras temáticas e todos os outros problemas da humanidade dependerão disso, da sobrevivência do planeta”, frisa. “O problema alimentar, por exemplo, está profundamente ligado com isso. As economias mundiais também. Todos os grandes dramas do século 21 têm essa dependência e estamos indo na raíz do problema”, acrescenta.

Para o padre Anderson, encontros de discussões como a conferência da RUC são ações importantes que fazem parte do papel do ensino superior no atual cenário. “Se articular em rede, fazer pesquisas focadas na resolução de problemas ou em problematizar o que é considerado normal, mas não é  – poluir os rios como poluímos ou a quantidade de plástico nos mares, por exemplo. A universidade é a casa da ciência. A instituição precisa se posicionar com a ciência pela vida”, diz.

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O reitor conta ainda que a ideia da PUC-Rio é envolver os alunos com a conferência. “Haverá um encontro próprio para os jovens para que eles conversem e encontrem soluções. A RUC é uma rede de reitores, mas queremos envolver os estudantes para que eles façam parte, assim como foi na aula magna, quando recebemos o presidente da COP30.”

Com a realização da COP30 no Brasil, a perspectiva é de intensificação das demandas para cumprimento da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Especialistas também apontam para uma sensibilização do mercado e um maior investimento em educação e práticas sustentáveis.

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Ensino Superior