Revista Ensino Superior | Número de médicos cresce e abre negócios para IES

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Formação

Número de médicos cresce e abre negócios para IES

Em 2024, mais de 244 mil médicos não possuíam título de especialista, o que configura um público potencial para cursos de especialização lato sensu

Publicado em 05/08/2025

por Sandra Seabra Moreira

Medicina Os cursos da educação continuada têm forte concentração na prática e os profissionais lidam com pacientes reais (foto: Shutterstock)

Até o final de 2025, o Brasil deverá ter 635.706 médicos, um número que aponta um crescimento expressivo em mais de duas décadas: em 2000, o Brasil tinha cerca de 205.296 profissionais, de acordo com o estudo Demografia Médica no Brasil, produzido pelo Departamento de Medicina Preventiva, da Faculdade de Medicina da USP, em parceria com Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Associação Médica Brasileira e FAPESP.

A expansão dos cursos de medicina deve alavancar ainda mais a expansão da prática médica no Brasil. Com isso, o esforço do ensino superior privado na formação de médicos vai ao encontro dos desafios das políticas públicas de aperfeiçoamento do SUS e de tornar justo e igualitário o atendimento de saúde no país.

O Demografia Médica no Brasil também é um dos estudos que embasam a concepção de estratégias da Afya, hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, sobretudo nas ações do seu programa de Educação Médica Continuada, uma das três unidades de negócios do grupo, além da graduação – atualmente são  24,2 mil alunos de graduação em medicina – e dos serviços e soluções para a prática médica.

Por exemplo, o estudo também aponta que serão formados mais de 42 mil novos médicos no Brasil.  Em 2024, mais de 244 mil médicos não possuíam título de especialista, o que configura um público potencial para cursos de especialização lato sensu.

 

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Denis del Bianco

Denis del Bianco, VP da Educação Médica Continuada, segmento da Afya com 50.521 estudantes (foto: divulgação/Afya)

Denis del Bianco, ex Accenture, TOTVS e IBM, também ex-consultor do grupo NRE Educacional, que originou a Afya, é o VP da Educação Médica Continuada. Ele chegou à Afya em 2019, no momento de abertura de capital do grupo na Nasdaq. Em 2023, o grupo tomou a decisão de transformar as unidades de negócio em trades, foi criada a Educação Continuada e Bianco assumiu essa frente.

“Já havia a operação de pós-graduação rodando junto com a graduação, e tínhamos uma série de ofertas de educação continuada que estavam dentro de outra unidade de negócio, os serviços digitais para médicos. O que fizemos foi dois carve-outs (separação de unidades de negócios) e criamos essa unidade que, afinal, tratava de formação continuada para médicos. Esses dois componentes – um presencial, com sala de aula, unidade –, e a outra com uma pegada mais de produto digital, capacitação remota, plataformas de ensino adaptativo.”

No modelo de gestão por jornada, a oferta de produtos é estruturada de acordo com as necessidades em diferentes momentos profissionais, da residência à atualização. O portfólio da educação continuada tem 70 cursos, abrangendo 18 especialidades médicas, e já alcança 50.521 estudantes. O programa se configura em três grandes ofertas: a Jornada da Residência, com cursos preparatórios para provas de residência e programas de mentoria, a jornada da pós-graduação com cursos de pós-graduação, preparatórios para provas de título e programas de mentoria e cursos de habilidades médicas (hard skills), habilidades de gestão e carreira (soft skills) e, terceira oferta, a atualização médica.

 

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“Temos o bloco capacitação – regulada, como uma pós-graduação lato sensu, 360 horas, chancelada pelo MEC, e as não reguladas, os cursos livres, por exemplo, sobre eletrocardiograma; um skill administrativo, de como gerenciar seu consultório ou, ainda, de como aplicar a IA na medicina, uma das pautas que falamos hoje”, detalha Bianco. O segundo bloco é justamente a atualização médica, em que, por meio de assinatura, o profissional recebe desde conteúdo de um congresso, por exemplo, com curadoria de médicos da Afya, até o surgimento de novos fármacos ou equipamentos.

Além das atuais 20 unidades distribuídas pelo Brasil, ao longo deste ano a Afya chegará a 25 unidades, com a criação de mais uma no Sudeste, em Itaperuna, RJ; duas no Nordeste, em Maceió e São Luiz; e duas no Centro-Oeste, em Cuiabá e Campo Grande.

Os cursos da educação continuada têm forte concentração na prática e os profissionais lidam com pacientes reais. Em 2024, foram mais de 50 mil consultas gratuitas às comunidades nas 18 especialidades e mais de dez áreas de atuação oferecidas em parceria com o SUS e secretarias de saúde locais, muitas vezes em áreas carentes de especialidades, como psiquiatria e neuropediatria.

 

Democratização do conhecimento

A plataforma gratuita Afya Play foi desenvolvida para estudantes do primeiro ao quarto ano de medicina, de qualquer IES, a partir de 7 de julho,  oferecendo cinco mil conteúdos inovadores, como imagens anatômicas em 3D, simulados e mapas mentais. O objetivo é complementar a formação médica de qualidade por meio de fontes seguras e confiáveis.

São mais de 800 temas organizados em 51 especialidades médicas, apresentados em diferentes formatos, como vídeos com professores, animações, documentários, podcasts, mapas mentais, flashcards, além de mais de 5.000 questões para revisão.

“A Afya Play atua como um complemento à formação médica, ajudando o estudante a revisar e sistematizar temas específicos. Ela foi pensada para ser uma aliada no dia a dia dos nossos alunos, oferecendo conteúdos rápidos, modernos e em diversos formatos. Nosso objetivo é complementar os estudos de forma leve e eficiente, despertando o prazer de aprender e facilitando a assimilação dos temas mais complexos da medicina”, explica Bianco.

Autor

Sandra Seabra Moreira


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