Revista Ensino Superior | Olhos para o mercado de trabalho na UniFECAF

NOTÍCIA

Edição 296

Olhos para o mercado de trabalho na UniFECAF

Mudanças nas matrizes curriculares fazem parte do ciclo de melhorias contínuas na UniFECAF

Publicado em 11/09/2025

por Ensino Superior

UniFECAF Uma das três unidades da UniFECAF, no centro de Taboão da Serra (SP); são nove mil alunos no presencial e 60 mil no EAD (foto: divulgação)

É com a inovação constante nas matrizes curriculares, alinhada às necessidades do mercado, que a UniFECAF atua para alcançar objetivos muito caros ao ensino superior atual: tornar-se parte indispensável na vida dos jovens que buscam excelentes oportunidades de trabalho e ascensão social.

“Queremos que nossos alunos ocupem as melhores posições do mercado de trabalho alvo de cada curso. Não basta conseguirem emprego, queremos os melhores empregos”, diz Marcel Gama, CEO da UniFECAF. A frase é orientação interna aos professores e também aponta para o posicionamento da instituição no mercado. “Temos de ter clareza de qual é o perfil institucional. O meu é formar o aluno para o mercado de trabalho, não é formar pesquisador ou produtor de artigo científico.”

Marcel Gama

“Oriento meus coordenadores de cursos a dar um nome sexy às disciplinas. Sexy no sentido da atratividade. Um nome, por exemplo, que instigue uma pessoa a comprar um curso livre”, conta Marcel Gama, CEO da UniFECAF

A UniFECAF foi criada em 2015, tem 400 polos EAD, em todas as regiões do país e em Portugal e no Japão. Hoje, nessa modalidade, são 60 mil alunos. Nos três campi situados em Taboão da Serra, na Grande São Pau- lo, circulam nove mil alunos. Marcel Gama é engenheiro de produção formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e chegou ao departamento financeiro da UniFECAF em 2017. Tornou-se o CEO em outubro de 2022.

 

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A base do dinamismo dos cursos está no PIA 3.0, o Programa de Inovação Acadêmica, reengenharia que desde 2024 prevê a revisão das matrizes curriculares. O PIA 3.0 surgiu da constatação, a partir de pesquisa, de que as disciplinas dos cursos não pareciam atender aos requisitos listados pelos empregadores nos anúncios de vagas de trabalho. “Fomos mapeando e quando comparamos com as matrizes vimos que elas não preparam os alunos para diversos desses requisitos. Fizemos uma mudança radical.”

Essa revisão das matrizes, conta Gama, é constante. O ciclo PDCA – plan, do, check, act –, uma metodologia de melhoria contínua utilizada pela gestão, pode ser aplicada na inovação acadêmica. “Tenho de pesquisar sempre para saber qual será a nova matriz, incorporando o que está vindo de novidade e o que o mercado de trabalho está pedindo. Por exemplo, agora, a IA tem de estar em todos os currículos. O PIA 3.0 já está redondo, maduro. Mudamos o perfil do professor da UniFECAF. Todo ano, temos uma grande modernização das matrizes curriculares. É um projeto contínuo.”

 

Um nome atrativo para as disciplinas

“Oriento meus coordenadores de cursos a dar um nome sexy às disciplinas. Sexy no sentido da atratividade. Um nome, por exemplo, que instigue uma pessoa a comprar um curso livre. Você compraria um curso livre de marketing 5.0? Talvez, mas não sabe muito bem o que significa. Já um curso de campanhas de Google, Facebook e Instagram você sabe o que é”, detalha o CEO.

As disciplinas podem gerar microcertificações, mas nem todas. “A partir do que o aluno está aprendendo, numa disciplina ou grupo de disciplinas, emitimos certificado do que o mercado de trabalho entende que tem valor”, explica. Por trás da ação está o cuidado para que as micro- certificações não sejam banalizadas. No formato de badges, os alunos são orientados a usá-las nas redes sociais, posicionando-os com vantagem competitiva no mercado, com mérito acadêmico para mostrar. Gama diz que as microcertificações são importantes para reter os alunos, “hoje em dia muito críticos em relação a gastar os quatro anos estudando”.

 

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Em todos os cursos há disciplinas que geram microcertificações. Por exemplo, no curso de biomedicina, com 48 disciplinas, o estudante pode obter as de análises clínicas, biossegurança em laboratório, diagnóstico por imagem, gestão e tecnologia laboratorial, inovações biomédicas, pesquisa e análise de dados aplicados à saúde.

Na área da tecnologia, o curso de análise e desenvolvimento de sistemas emite micro certificações de chatbot developer, cloud architecture, python developer, software engineering foundation, entre outras. O uso dos nomes em inglês, conta o CEO, é proposital. “O mundo do mercado de trabalho é global, os brasileiros estão se formando e programando para fora; preciso habituar os alunos com o que o mercado usa.

A construção do portfólio do aluno está vinculada à avaliação. Ao invés de uma prova teórica, por exemplo, sobre python, o aluno é desafiado a programar, “a fazer alguma coisa”. Uma vez avaliado e corrigido, o resultado pode compor o portfólio digital dele, assim como os badges. O mesmo pode se dar com as entregas de tarefas em sala de aula, depois de avaliadas pelo professor.

 

Edutainment

“Acreditamos que educação e entretenimento podem caminhar juntos.” A inspiração para atuar a partir do conceito de edutainment veio de uma palestra da educadora novaiorquina Sara Rose Siskind, na SXSW Edu, evento em Austin, em 2024. “Ela pesquisou descobriu que, nos EUA, o interesse dos alunos nas STEM – sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática – despenca conforme eles crescem, porque o ensino é sério e chato. E qual o antídoto para isso? O uso de comédia nas aulas de STEM.”

“Estimulo os professores a serem descontraídos ao darem aulas nas lives do EAD e na sala de aula presencial. Quero quebrar o formalismo. Precisamos repaginar para que o ensino superior ganhe relevância e outra perspectiva.” O espaço físico também reflete o conceito. “Nos campi e polos, temos pista de boliche, estúdio de piercing, fliperama. Consideramos que precisamos transformar o ambiente educacional num lugar prazeroso, em que os jovens queiram estar, em que estudem e se divirtam.”

 

Soft skills

Urgentes no mundo contemporâneo, as soft skills ou competências socioemocionais vêm ganhando importância e espaço nos currículos. Na UniFECAF, os alunos desenvolvem 15 soft skills: empatia, inteligência emocional, comunicação, ética, criatividade, flexibilidade e resistência, liderança, proatividade, organização e gestão do tempo, raciocínio analítico, relacionamento interpessoal, resolução de problemas, trabalho sob pressão, visão sistêmica e pensamento computacional.

Uma toolbox auxilia os professores ao sugerir a metodologia pedagógica para o manejo de cada uma das soft skills, com dinâmicas e incremento com o uso de mídias, além de um repositório de práticas docentes exitosas. Há uma toolbox para cursos presenciais e outra para os cursos EAD.

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