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Gestão

Autoavaliação para gerar autodesenvolvimento

Resultados do novo instrumento de avaliação das IES demonstram comprometimento com a busca pela excelência

Publicado em 22/10/2024

por Ensino Superior

Autoavaliação das IES

Por Juliana Ligorio

Neste mês de outubro foram apresentados os resultados de 2024 do novo instrumento de autoavaliação de 37 instituições de ensino superior. Ao comparar esses resultados aos de 2023, quando aplicado pela primeira vez em 30 IES brasileiras, foi possível identificar os ganhos que o instrumento possibilitou às instituições participantes. 

Paulo Nogas

Paulo Nogas, da PUCPR (foto: arquivo pessoal)

Paulo Sergio Macuchen Nogas, presidente do Comissão Própria de Avaliação (CPA) da PUCPR e coordenador da Rede de Autoavaliação Institucional para o Ensino Superior do Semesp, destaca que os resultados do novo instrumento de autoavaliação agregaram para as instituições “a melhoria da cultura da avaliação e do atendimento a políticas públicas; a ressignificação da autoavaliação ao levar as instituições a olharem para dentro sem se preocupar com o ranking, buscando melhoria interna; apoio à gestão tendo um instrumento de avaliação indutor de comportamento de busca constante pela melhoria, e a CPA tendo um papel mais estratégico na instituição.”

A construção desse novo instrumento de avaliação teve início em 2021, quando quatro IES, junto ao Semesp, começaram a estudar as avaliações já existentes no Brasil e no exterior com o objetivo de “desenvolver um método para instigar as instituições não apenas a escrever o relatório para entregar ao MEC.” Segundo Nogas, a ideia não era criar um novo processo de avaliação. “O que a gente fosse construir tinha que dar conta do que o Inep nos exige e poderíamos ir além. O foco deveria ser a missão institucional. Assim cada instituição deveria se avaliar a partir da sua missão institucional. Como nós estamos conseguindo dar conta da nossa missão e como nos apropriamos dos resultados do nosso processo de autoavaliação para gerar autodesenvolvimento.”

 

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Atualmente, participam da rede de autoavaliação 46 instituições do ensino superior brasileiro. O instrumento construído é dividido por 5 áreas: desenvolvimento institucional, governança – gestão e recursos, atuação e políticas acadêmicas, sustentabilidade/ESG, meta-avaliação e maturidade. 

Fábio Reis

Fábio Reis, do Semesp (foto: arquivo pessoal)

Fábio Reis, diretor de inovação e redes do Semesp, explica que “o importante não é gabaritar, mas é ser sério nas respostas. Temos alguns indicadores que são difíceis de atingir porque queremos induzir mudanças, que podem durar dois, três anos, mas o compromisso deve ser a melhora.”

“Neste ano a gente fez um processo complementar, uma avaliação interpares. Seis instituições receberam quatro colegas de outras instituições para acesso à autoavaliação e validarem ou não as respostas.” Fábio Reis ressalta que “as visitas foram de muita riqueza para a instituição, porque percebeu que em alguns indicadores é melhor do que pensava que é. Ao mesmo tempo chamou a atenção para pontos que precisam melhorar.” Após o processo, os avaliadores levantaram os pontos positivos da troca, como o comprometimento e o acolhimento. Os avaliados também fizeram esse levantamento e destacaram pontos como troca de experiência e feedbacks construtivos. Entre os pontos de atenção, tanto os avaliadores quanto os avaliados destacaram maior atenção para as evidências que comprovam os resultados. Fábio destaca que “essa atitude demonstra a vontade das instituições de melhorarem suas autoavaliações e os resultados.”

 

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Ao comparar a autoavaliação de 2023 e 2024, o que Paulo Sergio Macuchen Nogas identifica é que “de fato as instituições se comprometeram a melhorar e conseguiram atingir aquilo a que tinham se proposto.” Os resultados demonstram que “o olhar para dentro é muito importante.”

Segundo Nogas, com esse novo instrumento de autoavaliação “as instituições passaram a se conhecer melhor” e podem se comparar com a média das outras instituições. “Cada um é dono de seus dados.” Somente o Semesp tem todos os resultados e com eles disponibiliza o gráfico que demonstra como está a média das instituições em relação a cada item do instrumento. Além disso, com os dados convida instituições que se destacam em pontos frágeis da média para oferecer workshops compartilhando suas boas práticas. “Na cooperação temos um ganho muito grande. A troca é um resultado fantástico que a gente tem.”

Fábio Reis conta que “neste mês de outubro a rede de autoavaliação começou a discutir as melhorias do instrumento, porque ele é algo vivo. De 23 para 24 nós decidimos, depois de muito debate e reflexão, não mudarmos o instrumento, pois entendemos que era importante aplicar uma segunda vez para sentirmos um pouco mais as fortalezas e as fragilidades do que elaboramos. Assim como as necessidades de incorporar outros elementos, porque o projeto vai ganhando maturidade.” Para avaliarem os pontos de ajuste do instrumento para 2025, contam com as instituições participantes e parecer técnico de três especialistas em autoavaliação, um nacional e dois internacionais.

 

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