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Formação

Iniciação científica estimula continuação dos estudos

Pesquisa com alunos de graduação que participaram do Conic 2024 mostra que 43% dos alunos querem fazer especialização ou MBA, e 37% pretendem fazer mestrado e doutorado

Publicado em 14/11/2024

por Juliana Ligorio

Iniciação científica foto: Daniel Hoz/Shutterstock

“O aluno que está envolvido na iniciação científica, tende a continuar buscando conhecimento. Tem alguns que falam que vão fazer uma segunda graduação. Isso é interessante para a instituição, porque o aluno que está envolvido com a iniciação científica fica também mais engajado no curso”, explica Angelo Bete, responsável pela organização do Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic) de 2024.

Realizado pelo Semesp desde 2001, o Conic aconteceu entre os dias 5 e 8 de novembro e teve recorde de trabalhos inscritos na versão virtual, que iniciou em 2020. Angelo Bete conta que não voltaram para o presencial porque os alunos pedem para que continue no formato virtual, “pois é mais fácil para os alunos que são do interior, dos outros estados e os que trabalham, pois podem se apresentar do próprio trabalho.” 

Durante a abertura do congresso, Cecília Anderlini, diretora-financeira do Semesp, comenta que “o grande mérito do congresso é dar destaque aos talentos dentro de nossas instituições que querem ser ‘descobertos’ em um caminho novo que é a iniciação científica.” 

Na edição deste ano, foram 1723 trabalhos inscritos e 1637 trabalhos aprovados, com a participação de 3119 alunos e 980 professores/orientadores. Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, comenta que tiveram “um número grande de trabalhos inscritos, um número grande de alunos participantes e um recorde de público e trabalhos inscritos e apresentados. E não apenas quantidade, mas também a qualidade. Nós vimos que os temas, em todas as áreas do conhecimento que foram abarcadas, os temas são bastante relevantes.”

 

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Angelo Bete, da coordenação do evento, explica que o Conic é multidisciplinar e envolve as quatro áreas do conhecimento – ciência biológicas e saúde, ciências exatas e da terra, ciências humanas e sociais e ciências sociais aplicadas, e suas subáreas. Neste ano, para a realização do congresso, que recebe inscrição de trabalhos de instituições de todo o Brasil, o Semesp teve a Universidade de Marília (Unimar) como parceira, anfitriã. 

Fernanda Serva, pró-reitora da Unimar, conta que “a instituição inteira se envolveu durante todo o ano. Participaram não só os pesquisadores, como todos os professores e alunos da educação presencial e a distância. Envolvimento esse que o nosso evento institucional de iniciação científica, no ano de 2024, passou a ser o próprio Conic.” Comenta ainda que “o Conic é um grande divisor de água para a instituição anfitriã. Porque aqui na universidade a gente aprendeu muito com o time do Semesp, com os alunos e congressistas, porque eles entregam muito de si. A iniciação científica é algo mágico para um aluno da graduação. Ela pode realmente mudar a vida desse estudante. E evita a evasão porque ele pode ver sentido no ensino superior, a partir de uma boa iniciação científica.”

Neste ano, professores da Unimar formaram a comissão que selecionou os trabalhos inscritos e, junto a representantes do Semesp, avaliaram os trabalhos apresentados durante o congresso.

No Conic 2024 foram premiados nove trabalhos. Sendo um prêmio de incentivo à preservação ambiental, e dois prêmios em cada área do conhecimento, um na categoria “concluídos” e um na categoria “em andamento”. 

 

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Ganhadores Conic 2024

Participação de Allan Menezes, Guilherme Panequine e Igor Rocha, alunos da Eniac, contou com incentivo do corpo docente (foto: arquivo pessoal)

Allan Menezes, Guilherme Panequine e Igor Rocha, alunos da Eniac, em Guarulhos, SP, venceram o prêmio de incentivo à preservação ambiental. Os estudantes falam sobre o processo de produção do trabalho em grupo, o incentivo dos professores para participação no Conic, e o que acharam da participação no congresso.

Segundo Allan Menezes, o desenvolvimento do trabalho foi “muito difícil, porque teve vários impasses entre a gente.” Guilherme Panequine acrescenta que “o processo da criação é muito difícil porque cada um tem uma visão e quer dar ideias. É algo muito complexo. Conciliar as ideias foi a coisa mais difícil, mas a gente buscava desde o começo a excelência do nosso projeto.”

Guilherme Panequine conta que, após apresentarem o TCC no meio do ano, os professores incentivaram a inscrição do grupo no Conic. “Diziam que o congresso é bem bacana e que poderíamos apresentar as nossas ideias. Até pela parte sustentável do nosso projeto. Acabamos nos inscrevendo com a ajuda da faculdade, dos professores. Também instruíram a gente a construir o artigo para publicar na revista do Conic. Fizemos a apresentação e fomos premiados.”

 

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Igor Rocha comenta sobre o valor da participação. “É importante quando você apresenta o projeto para alguém e alguém valida a sua ideia e diz que é uma ideia legal e que você pode fazer várias melhorias. Eu acho que o Conic nessa parte foi bem legal. Porque no final das apresentações, o orientador, a pessoa que estava avaliando dava algumas dicas, fazia perguntas objetivas. O Conic abriu uma porta para a pessoa pensar diferente. No nosso projeto, ele não perguntou nada de funcionalidade, mas diretamente sobre o material que a gente estava fabricando. Isso eu achei bem legal.” Allan Menezes completou contando que acabaram fazendo dois testes práticos só. “E eles mostraram 5 e 6 tipos de testes que nem tínhamos pensado ainda. E aí a gente pensou que tem muito mais testes, validações para fazer para o projeto poder ficar cada vez mais robusto.”

 

Marina Rausch

Marina Rausch, aluna do Mackenzie, venceu prêmio da área de ciências biológicas e saúde (foto: arquivo pessoal)

Para Marina Casadei, professora da Unimar e orientadora do trabalho que venceu na categoria “em andamento”, na área de ciências humanas e sociais, “ter participado do congresso foi muito importante, porque sempre estive voltada para o processo de pesquisa. Incentivei muito os alunos a participarem, falando da importância de ter uma iniciação científica no currículo e um trabalho apresentado em um congresso nacional.” Conta que o prêmio vem para afirmar que a gente está no caminho certo. É muito importante, porque eles se sentem motivados, eu me sinto motivada”.

 

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Marina Rausch, aluna do Mackenzie e vencedora do prêmio na categoria “em andamento”, na área de ciências biológicas e saúde, disse que“ter participado do Conic foi uma experiência, sem dúvidas enriquecedora, tanto pelo fato de ter assistido a outros projetos maravilhosos como por ter apresentado o trabalho. “Vencer na minha categoria foi extremamente gratificante e me trouxe mais incentivo para continuar na área de pesquisa, que eu acho tão bonita e importante para nossa sociedade. Ano que vem pretendo participar novamente. Agradeço por ter tido essa oportunidade tão maravilhosa.”

Lúcia Teixeira

Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, destaca o recorde de inscrições no 24° Conic (foto: divulgação/Semesp)

Na avaliação de Lúcia Teixeira, com o Conic 2024, “os objetivos foram  atingidos”. Segundo a presidente, o Semesp cumpre esse papel de estimular a maneira científica de produzir conhecimento e com as principais atividades humanas que moldam o meio ambiente, a vida humana e social. “Fico muito feliz por permitirmos que os estudantes, com estímulo de seus professores e avaliadores, sejam criativos, inovadores e que valorizem a ciência. É preciso que a gente valorize a ciência, o conhecimento científico e estimule essas carreiras, seja como professor, pesquisador ou cientista.”

 

Autor

Juliana Ligorio


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