Por Bonita Robertson-Hard e Josh Wyner/The Hechinger Report

Toda pessoa merece um lugar perto de casa onde possa aprender, crescer e construir um futuro melhor. Em áreas rurais, esse lugar costuma ser uma faculdade comunitária.

Mas, no cenário atual, as faculdades comunitárias estão ameaçadas. As matrículas vêm caindo na maior parte dos últimos 15 anos, à medida que um número crescente de americanos questiona o valor do ensino superior. As recentes reduções no apoio federal a programas universitários e a americanos de baixa renda quase certamente criarão pressão adicional sobre as faculdades comunitárias para que ofereçam educação de forma mais eficaz e eficiente.

Mas melhorar a oferta por si só não será suficiente para reconquistar a confiança, as matrículas e o investimento governamental. As faculdades comunitárias rurais devem se tornar polos de desenvolvimento rural, agregando valor ao conectar os setores econômico, social e cívico para enfrentar os desafios regionais.

Dado seu reconhecimento e poder de mobilização em suas regiões, as faculdades rurais estão bem posicionadas para desempenhar esse papel. Como pilares confiáveis ​​da comunidade, elas podem abordar problemas complexos de maneiras únicas, desde o desenvolvimento de talentos para empregadores até o aumento de oportunidades cívicas e econômicas para os moradores.

Aqui estão três lições de faculdades comunitárias rurais de alto desempenho, e como mais faculdades podem se tornar centros de desenvolvimento rural:

1. Pense além dos interesses de matrícula de curto prazo da instituição e comprometa-se a fortalecer a economia regional.

Quando o Southwest Wisconsin Technical College descobriu que os alunos do seu programa de agricultura poderiam atender às necessidades dos empregadores e ganhar bons salários aprendendo a operar drones e tratores guiados por GPS, ele reformulou seu currículo de agricultura e seu programa de estágios para garantir que todos os alunos aprendessem essas habilidades.

A faculdade também fortaleceu seu programa de creche, criando um caminho de transferência para o bacharelado em educação fundamental, uma iniciativa que ajudará a suprir a escassez de professores nas escolas regionais e proporcionará aos alunos acesso a empregos com salários mais altos. A faculdade também aumentou os salários em sua própria creche.

No curto prazo, essas mudanças custam dinheiro à faculdade, mas, no longo prazo, elas aumentarão o bem-estar regional e agregarão valor para alunos e empregadores.

3. Fortalecer conexões com parceiros da comunidade.

Os líderes de polos de desenvolvimento rural mais eficazes começam a construir confiança. Eles ouvem e aprendem com empregadores, educadores e organizações comunitárias. Isso ajuda a garantir que as soluções que elaboram realmente fortaleçam a comunidade. Isso requer flexibilidade e capacidade de resposta necessárias para promover parcerias prósperas que reflitam a história, a cultura e a economia únicas de sua região.

O Georgia Highlands College oferece um excelente exemplo. Sua comunidade enfrentava escassez de profissionais de saúde, o que compromete a saúde da comunidade e o progresso econômico. Assim, o Georgia Highlands firmou uma parceria com a Atrium Health para expandir o desenvolvimento de talentos; recebeu financiamento da empresa para o ensino de enfermagem, incluindo bolsas de estudo para estudantes e instrutores. Os formandos se comprometem a trabalhar em centros de saúde locais.

A faculdade também garantiu financiamento de uma fundação regional para apoiar vagas que conectem alunos do ensino médio à faculdade e a programas que levem a empregos com salários dignos, incluindo aqueles na área da saúde. Atualmente, o Georgia Highlands College trabalha em conjunto com escolas de ensino fundamental e médio, um sistema de saúde local e uma fundação para ajudar os alunos a ter sucesso, ao mesmo tempo em que abordam necessidades críticas da força de trabalho e da saúde pública.

3. Crie canais de talentos e liderança.

As faculdades rurais fazem mais do que resolver desafios comunitários específicos, elas ativam a próxima geração de líderes cívicos e comunitários. Elas desempenham esse papel investindo na capacidade local e na liderança jovem, construindo um senso de pertencimento, fomentando a confiança e oferecendo conexões com caminhos educacionais e profissionais próximos de casa.

Esse tem sido o foco do Wallace State Community College, no Alabama. A Wallace State alinhou seus programas para impulsionar uma economia regional que atenda às comunidades rurais dos Apalaches, formando alunos bem preparados para preencher vagas em alta demanda em soldagem, saúde, manufatura e outros setores.

O reitor da faculdade, formado pela primeira geração e morador de longa data, firmou parcerias com escolas locais de ensino fundamental e médio para mostrar aos alunos como eles podem se beneficiar de uma educação universitária. Alunos do ensino fundamental são convidados para um evento “vamos fingir que estamos em um hospital” nas instalações de enfermagem da faculdade. Alunos do ensino fundamental recebem programação STEM. E todos os alunos do nono ano do condado recebem curso gratuito de qualificação profissional que explica a conexão entre programas universitários e carreiras específicas. A divulgação e a comunicação direcionada continuam durante o ensino médio.

Cada região enfrenta desafios que nenhuma instituição consegue resolver sozinha. Ao incorporar as três lições acima, faculdades comunitárias rurais em todo o país podem aumentar as matrículas e construir confiança, garantindo não apenas o sucesso de seus alunos, e de toda a região.

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*Bonita Robertson-Hardy é codiretora executiva do Grupo de Estratégias Comunitárias do Aspen Institute. Josh Wyner é fundador e diretor-executivo do Programa de Excelência Universitária do Aspen Institute.

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Ensino Superior