Revista Ensino Superior | Workshop aborda currículo e avaliação

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Workshop aborda currículo e avaliação

Evento em Ribeirão Preto reúne especialistas para explicar as mudanças nas avaliações e a importância para as IES

Publicado em 24/10/2025

por Juliana Ligorio

Workshop Gestores da região de Ribeirão Preto terão a oportunidade de participar de um grande workshop sobre os marcos que balizam a educação superior no Brasil (ilustração: Shutterstock)

O entendimento sobre o processo de construção dos instrumentos de avaliação do governo e o conhecimento dos critérios e pontos avaliados nos cursos das IES são importantes para que, além da nota que serve para a divulgação dos cursos, os exames sejam usados para repensar os currículos, com foco em melhorar a formação dos alunos.

Alexandre Nicolini

“As pessoas ainda não perceberam que o Enade é um grande instrumento de feedback”, afirma Alexandre Nicolini (foto: divulgação)

Alexandre Nicolini, doutor em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em design curricular e projetos pedagógicos, Enade, explica que o Enade oferece um parâmetro curricular e, por isso, é um instrumento valioso para as instituições verificarem a formação dos estudantes. Segundo ele, as IES precisam usar os dados do Enade como uma espécie de feedback para aprimoramento curricular.

“O que eu sempre falo é: errou no Enade, vai errar na vida profissional. É simples. Está ali uma situação-problema. Tem que usar o que aprendeu como médico, ou como professor, ou como advogado. Se errou ali, vai errar lá fora. O que as pessoas ainda não perceberam é que a prova do Enade é um grande instrumento de feedback do que você está conseguindo produzir”, diz Nicolini.

 

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Ele relata que o Enade sempre foi executado dentro de uma fundamentação científica, baseado na teoria clássica de testes, que utiliza dois parâmetros: o índice de facilidade das questões e o índice de discriminação das questões. O índice de facilidade serve para entender se a quantidade de alunos que acertou o item o fez por estar bem preparada ou pela facilidade da prova. Já o índice de discriminação busca aproximar o histograma da curva normal. Ou seja, a partir do gráfico de distribuição de notas, verificar se aquela questão deveria ser acertada por todos os que foram bem na prova e errada por aqueles que tiveram baixo desempenho.

A mudança deste ano é que, em todos os cursos, será utilizada a teoria de resposta ao item. “A teoria de resposta ao item é uma evolução da teoria clássica de testes. O objetivo é incluir um terceiro parâmetro, que chamamos de índice de acerto ao acaso. Ou seja, você tem ferramentas estatísticas para verificar qual é a probabilidade de um estudante ter acertado determinada questão ao acaso. Isso é muito importante, porque assegura a consistência do estudante na prova”, explica Nicolini.

Luís Cláudio de Almeida, assessor em educação do Inep/MEC, que coordenou a comissão de elaboração dos novos instrumentos de avaliação das licenciaturas, conta que há uma preocupação nacional com a formação de professores. Por isso, essa é uma área que teve várias mudanças nos últimos anos. Ele afirma que a revisão das avaliações das licenciaturas é importante, pois a criação de indicadores de qualidade contribui para melhorar a formação dos docentes que atuarão nas escolas.

 

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Luís Cláudio de Almeida

Luís Cláudio de Almeida: “O professor de qualquer área precisa ter competências e habilidades com o raciocínio lógico e com o português.” (foto: divulgação)

Almeida explica que os indicadores da avaliação derivam das novas legislações da educação superior, da formação docente, da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e da produção de conhecimento existente na área. Segundo ele, as licenciaturas serão avaliadas a partir de objetos e qualificadores. “Há alguns objetos e indicadores que permaneceram, e outros novos, como o de inovação em tecnologias na educação. Na área docente, há competências específicas do professor. Por exemplo, o professor de qualquer área precisa ter competências e habilidades com o raciocínio lógico e com o português”.

Luís Cláudio de Almeida e Alexandre Nicolini estão entre os participantes do workshop da revista Ensino Superior, que será realizado no dia 26 de novembro, em Ribeirão Preto.

Rogério Dentello, coordenador-geral de Avaliação in Loco no Inep; Antonio Marcos Neves Esteca, CEO do grupo que administra a Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo (FAMEESP), em Ribeirão Preto; e Leandro Henrique Magalhães, procurador institucional do Centro Universitário Filadélfia (Unifil), em Londrina (PR), também participarão do evento.

As inscrições são gratuitas e limitadas. Veja a programação completa e garanta a sua presença no link: https://comunicacao.revistaensinosuperior.com.br/workshop-imersao-estrategica-na-nova-politica-nacional

Autor

Juliana Ligorio


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