NOTÍCIA
Marcos Ribeiro dá aula de cálculo na Facens. Com a chegada da música, ele percebeu que os alunos se soltaram e sentem-se à vontade para fazer perguntas
Publicado em 24/09/2018
Mesmo entre os alunos de engenharia, a matemática é uma disciplina que enfrenta histórica resistência em sala de aula. Apesar disso, é ela quem acolhe os calouros desses cursos que, quase sempre, começam com uma extensa carga horária de cálculo. A alta evasão desses programas em algumas instituições não é à toa, aliás. Os alunos que não têm uma base sólida de exatas desistem.
Marcos Vinícius Ribeiro conhece bem essa situação. Há 17 anos, ele dá aulas de cálculo diferencial e integral, além de estatística, na Facens, localizada em Sorocaba (SP). Seus alunos são quase sempre aqueles que estão começando a graduação, um período cheio de expectativas e muita ansiedade. Juntando com o medo da matemática, esses semestres iniciais podem ser desafiadores, o que levou Marcos a buscar meios de romper esse ciclo.
Desde 2002, ele toca violino em sala de aula, seja para relacioná-lo a algum conteúdo (como ao Teorema de Tales), seja para humanizar o ambiente. “Com essa prática, consegui me aproximar dos alunos e, a partir disso, passamos a estabelecer outras formas de relacionamento. Temos agora uma conexão afetiva e ela favorece muito o aprendizado”, conta o professor-músico.
Como primeiro resultado, os alunos perderam o medo de perguntar, relata Marcos. E como eles se sentem mais à vontade para tirar dúvidas, o desempenho nas disciplinas melhorou de maneira geral. Para além das questões de cálculo, muitos alunos passaram a se interessar pelas aulas como músicos e até formaram uma banda, o Facens Musical, liderada pelo professor.
“A música transforma o ambiente, muda o estado de espírito, desenvolve a liderança, o trabalho em equipe e a desinibição dos alunos. São benefícios que contribuem muito com a vida profissional”, completa.
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