NOTÍCIA
Alunos de diferentes cursos da área da saúde têm aula em conjunto . A ideia é que quanto mais integrado, melhor
Publicado em 04/10/2018
O desenvolvimento de novas terapias, medicamentos, técnicas cirúrgicas e formas de diagnósticos são propulsores naturais de mudanças na área da saúde. Mas a busca por padrões de vida mais saudáveis e, principalmente, o envelhecimento populacional também estão pautando mudanças nos cursos da área. Em cinco anos, o número de idosos no Brasil cresceu 18%, alcançando a marca de 30,2 milhões. A melhora das condições de vida é a principal causa dessa mudança demográfica
O primeiro esforço de modernização da parte das instituições foi equipar as salas e os laboratórios com tecnologias avançadas. Porém, não é a tecnologia mais que está em jogo – ou, pelo menos, não somente ela. “A tecnologia tem de ser sempre associada ao desenvolvimento do raciocínio médico integral e do pensamento crítico”, explica Chao Wen, responsável pela área de telemedicina da faculdade de Medicina da USP.
A abordagem multidisciplinar e o uso de metodologias ativas são diretrizes norteadoras dos cursos de Enfermagem e Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein. Julio Cesar Martins Monte, coordenador do curso de Medicina, relata que a busca por alunos mais bem preparados para desempenhar tais funções começa já no processo seletivo.
Ele acredita que as faculdades formam profissionais tecnicamente muito bons, mas muitas vezes sem estrutura para determinadas demandas sociais, emocionais e econômicas que a carreira na saúde hoje exige. “É muito pobre avaliar o aluno apenas pelo conteúdo do ensino médio, então na segunda fase da avaliação, os candidatos passam por atividades em grupo. Avaliamos comunicação, trabalho em equipe, empatia, ética, nada relacionado à saúde”, relata o coordenador.
Depois, nas aulas, os alunos sempre trabalham em grupos rotativos – para evitar a formação de “panelinhas” – resolvendo problemas e casos concretos. “Não existe trabalho na saúde individual e não existirá. No começo não é fácil para alguns, mas eles assimilam”, diz Monte.
Com sete graduações na área e décadas de tradição no ensino superior, o Centro Universitário São Camilo reduziu o número de disciplinas e adotou o conceito de unidades de ensino. Hoje, alunos de Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem e Biomedicina têm aulas juntos desde o primeiro semestre, compartilhando algumas unidades em comum.
“É enriquecedor para os alunos e mesmo para o professor, que tem de pensar em atividades que os estudantes de diferentes cursos possam resolver em conjunto”, diz a coordenadora de pós-graduação, Cristiane Ruiz. Em outras atividades, utilizando os métodos PBL (Problem Based Learning) e TBL (Team Based Learning) estudantes de Medicina e Farmácia trabalham juntos para chegarem ao diagnóstico e ao fármaco adequado para diferentes casos propostos.
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