NOTÍCIA
Desenvolvido pela startup Kanttum, a ferramenta é usada por quase 25 mil docentes
Publicado em 15/02/2019
Segundo o Mapeamento Edtech 2018, elaborado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), há no país mais de 350 edtechs, como são chamadas as startups que atuam no ramo educacional.
Quase a metade delas (43%) está sediada em São Paulo, como é o caso da Kanttum, que desenvolveu um aplicativo de gravação de aulas para gerar autorreflexão no professor. A solução também pode ser usada por coordenadores pedagógicos, que a partir do material coletado, conseguem dar orientações mais precisas aos docentes.
O feedback do coordenador acontece por meio de um documento digital, que informa todas as habilidades e competências que o professor precisa desenvolver em sala de aula. Com isso, o aplicativo também pode ser usado como ferramenta de diagnóstico para os diretores pedagógicos elaborarem planos de formação continuada para os professores.
Atualmente, a startup atende mais de 15 grandes grupos educacionais no país com aproximadamente 600 unidades/filiais.
O CEO e fundador da Kanttum, Pablo Sales, afirma que a edtech é a única na área de formação de professores, e que sua solução vai além dos tradicionais workshops realizados para formação de professores. “Depois [da atividade] os professores ficam sozinhos. E quantos de fato aplicam o que foi aprendido?”, questiona. “Estamos preocupados em fazer o professor ser um profissional melhor”, acrescenta.
O CEO tem passagem como diretor comercial em empresas que vendiam tecnologia para educação, como a Samba Tech, e conta que a ideia inicial da Kanttum, criada em 2014, era oferecer aulas para os alunos. Mas devido a questões burocráticas, como as que envolvem os direitos de imagem, a empresa mudou seu foco. Também foi decisiva a conversa com um diretor do Colégio Pentágono, localizado em São Paulo, que revelou que um dos principais problemas das escolas é gerenciar e auxiliar o professor em seu desenvolvimento profissional.
A certeza de que o aplicativo deveria estar voltado para docentes veio quando o CEO fez uma pesquisa que mostrou que 80% dos 500 educadores que visitaram o stand da Kanttum na feira Bett Educar, em maio de 2015, preferiam usar a aula gravada para o aprimoramento dos professores, e não para o uso os alunos.
Ainda em 2015, a Kanttum vivenciou uma imersão pelo programa de mentoria da Fundação Lemann, Start-Ed, com professores e gestores escolares. “No final de seis meses, a gente saiu desse processo com clientes como Eleva, Grupo Ânima, Insper e Cultura Inglesa”, conta o fundador.
O mapa da Abstartups apresenta que 47% das edtechs atuam com educação básica e apenas 8% estão exclusivamente no ensino superior. A Kanttum possui clientes em todos os segmentos de educação, da educação infantil, superior a escolas de idiomas.
Recentemente, o grupo foi selecionado dentre mais de 535 startups inscritas para participar de um programa da Endeavor, organização internacional que apoia o empreendedorismo. O foco do trabalho será criar uma equipe de mentores para dar formação aos responsáveis pelo feedback do professor. Sales explica que o objetivo é atingir instituições menores.
Outra meta é traçar as habilidades de cada professore para que os coordenadores possam promover trocar de saberes entre a equipe docente.
Débora Guerra, vice-reitora do Centro Universitário Una, é uma das sócias da Kanttum. Com uma equipe de 15 colaboradores, a startup conseguiu neste ano triplicar o número de professores que utilizam a ferramenta: de 8 mil, esse universo saltou para 25 mil, aproximadamente.
Para utilizar o aplicativo a instituição paga uma licença por usuário, que vem com uma franquia de armazenamento referente às aulas que serão observadas. “É como se fosse contratar um plano de celular. Você paga uma linha que tem um pacote de Giga”, explica Sales.
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