Produto deve ser patenteado e comercializado e foi desenvolvido por estudantes e professores de diferentes instituições
Alunos criam pulseira de monitoramento para portadores de Parkinson
Três estudantes de Engenharia Elétrica, uma de Engenharia Eletrônica, três professores do Instituto Mauá de Tecnologia, um médico da Universidade de São Paulo (USP) e um objetivo em comum: melhorar a vida de quem convive com o Parkinson. Carolline de Andrade Hungaro é uma das alunas responsáveis por desenvolver a ParkCare, uma pulseira de monitoramento da doença de Parkinson.
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O dispositivo conecta-se ao smartphone do paciente via bluetooth e os dados vão diretamente para um sistema a que os médicos têm acesso. Assim, em um período de tempo determinado, o ParkCare grava e gera um relatório da frequência e amplitude dos surtos de tremores. Com essas precisas informações em mãos, os médicos podem refinar o tratamento, prescrevendo medicações com mais precisão e controlando melhor a progressão da doença.
O nascimento
A ideia do projeto nasceu depois que Carolline viu o Emma Watch, um relógio criado por Haiyan Zhang, diretora de Pesquisa e Inovação da Microsoft. O aparelho envia pulsos magnéticos que agem no cérebro e diminuem sensivelmente os tremores causados pela doença.
“Queríamos fazer uma versão nacional desse dispositivo, algo mais barato. Mas, aí conversando com médicos, eles nos orientaram a seguir em outra direção e nós concordamos”, explica a aluna. Além do Emma Watch, já existem no mercado outros aparelhos que produzem resultados semelhantes, mas ainda não há nenhum que faça o controle rigoroso das crises provocadas pelo Parkinson, algo que os médicos relataram ser de extrema importância para auxiliar no tratamento.
O projeto virou o TCC das alunas participantes e o primeiro relógio ParkCare já está pronto e em fase de testes. Tanto o hardware como os softwares do aparelho foram desenvolvidos pelos estudantes, que encontraram desafios surpreendentes ao longo da trajetória. “A prática é bem diferente da teoria. O corpo humano é tão complexo e imprevisível que emite respostas que a gente sequer tinha imaginado”, conta Carolline. Neste momento, os estudantes estão pesquisando a viabilidade financeira do aparelho, assim como o registro de suas patentes para possibilitar a comercialização o mais breve possível.

Carolline (2ª, da dir. para a esq.) criou com os colegas da Engenharia Elétrica um equipamento de saúde para portadores de uma doença degenerativa (foto: divulgação)