Já a evasão, cujas instituições estavam em alerta, chegou a 4,3% neste mês. Dados são do Instituto Semesp
Publicado em 17/04/2020
A inadimplência no ensino superior chegou a 25,5% em abril deste ano, uma variação de 71,1% ao comparar com abril de 2019 que foi de 14,9%. Já a evasão deste mês, cujas instituições estavam temendo um cenário mais pessimista, chegou a 4,3%, com variação de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado. As informações foram divulgadas hoje, 17, pelo Instituto Semesp, com a finalidade de esclarecer o setor diante da crise do novo coronavírus.
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Para Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, os dados mostram que mesmo com os impactos oriundos da covid-19, os alunos querem continuar a estudar, o problema, porém, é se eles terão condições de pagar. “Além disso, acho que essa onda de projetos de lei pela redução da mensalidade faz com que o aluno espere, porque ele acha que não vai pagar, que terá desconto”, revela.
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Em relação à projeção para 2020, segundo o Instituto Semesp, a taxa de evasão deve chegar a 33,1% no cenário realista, 32,4% no cenário otimista e 34,4% no pessimista. Quanto à inadimplência, a previsão é de uma taxa para mensalidades com mais de 90 dias de atraso de 10,6% em um cenário realista, 10,1% sendo otimista e 11,2% pessimista.
Contudo, Rodrigo destaca ainda que as instituições de ensino vêm conseguindo reter os estudantes, como os próprios dados sobre a evasão deste mês comprovam, e que a chave para a retenção será na comunicação com os alunos. “Pelo que vimos dá para segurar. E se quiser reduzir a inadimplência, que será feia, só vejo isso por meio da comunicação. Lógico que junto com isso precisa ter ferramentas. Na questão da inadimplência, por exemplo, tem que ter um programa emergencial para o aluno. Será necessária uma ferramenta de controle para o seu aluno”, aconselha.
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