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Gestão

Feapa mira EAD para atingir o estado

Educação a distância é o canal para atingir a região de difícil comunicação

Publicado em 18/07/2022

por Raul Galhardi

FEAPA_fachada-divulgação Foto: divulgação

Em um mercado altamente competitivo como o do ensino superior privado, a necessidade de inovar é exigência constante, e aqueles que não se adaptam às demandas do mercado correm o risco de ficar para trás. Nesse sentido, a Feapa (Faculdade de Estudos Avançados do Pará) tem apostado na união entre teoria e prática no ensino e na utilização de ferramentas tecnológicas como instrumentos de promoção da qualidade e inovação.

“Quando se fala de ensino e aprendizagem se fala de aplicabilidade do projeto pedagógico. Eu posso ter um projeto muito voltado para a prática ou para a teoria. O importante é trabalhar para que o aluno possa ter uma visão da aplicabilidade das teorias. Para isso, nós começamos a adotar um modelo de plano de ensino e de aula, provas, atividades de extensão, todos voltados para esse fim”, afirma Edson Franco Júnior, diretor acadêmico da instituição.

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Segundo ele, antes da pandemia, o projeto pedagógico da faculdade já trabalhava a teoria e a prática nos cursos em atividades. “A faculdade se utiliza de um misto de metodologias de ensino, como a sala de aula invertida, aliado a baterias de exercícios, desafios em ambiente virtual, infográficos, filmes e cursos de extensão voltados para a prática”, diz.

Outro exemplo de atividade prática dado pelo diretor é o júri simulado utilizado em faculdades de Direito, metodologia que será usada no respectivo curso da instituição para permitir aos alunos exercerem o aspecto prático da carreira. “A graduação tem modelo de aplicabilidade de conhecimentos. Foi o resultado desse modelo que fez com que a Feapa se tornasse uma referência. As instituições que conseguem ter dentro do seu ensino e aprendizado esse balanço entre teoria e prática são as que mais conseguem melhores posições no MEC. Nossos resultados começaram a subir no desempenho medido pelo ministério, até que chegou o Guia do Estudante, da Editora Abril, e nos colocou como referência nacional”, afirma.

Gestão

Criada em 2000, dez anos depois a instituição foi comprada pelo professor Edson Franco pai, atual diretor-geral da escola. Em 2017, a faculdade conquistou CI (conceito institucional) quatro, número dado normalmente apenas para universidades. Em 2018, a Feapa teve destaque no Guia do Estudante em ranking que selecionou as três instituições públicas e as três privadas com melhores desempenhos por região.

“Quando chegamos à instituição, implantamos o nosso modelo de gestão baseado em cinco pilares”, diz o diretor. O primeiro pilar é a organização didático-pedagógica, que engloba tudo aquilo referente a ensino, aprendizagem,sistemas de avaliações e acompanhamento de alunos. Outro corresponde ao MEC, com seus indicadores e exigências. O de Captação cuida da conquista de alunos, enquanto o de Acompanhamento busca evitar a sua evasão. Por fim, está o pilar do CPA (Comissão Própria de Avaliação), que trata da pesquisa feita pelos estudantes sobre o serviço oferecido.

“Todo o nosso trabalho envolve esses pilares. Se esses indicadores forem bem trabalhados, você fica bem na foto. São eles que vão dar a viabilidade da instituição”, afirma Franco Júnior.

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Feapa se destacou em ranking que selecionou as três instituições públicas e as três privadas com melhores desempenhos por região (Foto: divulgação)

Plataforma digital

Entendendo que os estudantes não aprendem da mesma maneira, a faculdade iniciou em 2019 trabalhos para se modernizar. “Nesse ano, começamos a discutir as diferentes formas de aprendizado dos alunos, que não aprendem da mesma forma e nem ao mesmo tempo. Desenvolvemos um projeto que desse liberdade para o aluno estudar fora da sala de aula e tivemos sorte porque em 2019 veio a portaria 2.117 do MEC, que permitiu aos cursos presenciais terem até 40% da sua carga horária por EAD, e começamos a desenvolver nossas ideias em uma plataforma digital”, explica Franco Júnior.

De acordo com o diretor acadêmico, estar numa sala de aula escutando um professor não garante o aprendizado de um indivíduo e por isso é importante existir um espaço virtual que permita ao aluno ter momentos de aprendizagem assíncronos, embora a maior parte do conhecimento inserido nos cursos ainda seja tratada presencialmente.

“Nós desenvolvemos essa plataforma em 2019, mas a colocamos em prática em 2022, porque em 2020 veio a pandemia e seguramos o seu uso passando para o ensino totalmente remoto. Agora, saindo da crise sanitária, aplicamos esse ensino parte presencial e parte com o suporte dessa plataforma virtual, a qual possui uma série de ferramentas pedagógicas. Começamos a aplicar isso agora porque na pandemia não tínhamos condições de fazer toda essa inovação já que os alunos estavam tendo aulas remotas e não queríamos mexer nisso. Em fevereiro deste ano, voltamos às aulas normais nesse novo formato híbrido”, detalha.

Segundo Franco Júnior, a plataforma online proporciona várias formas de aprendizagem com conteúdos, dicas de professores, infográficos, exercícios, desafios, biblioteca, filmes e suporte de tutoria para os alunos. “Se forem bem utilizadas, as plataformas são fantásticas em termos de ensino e aprendizagem porque com elas não se precisa esperar uma aula para ter o conhecimento e não é necessário ter indicações de livros apenas dos professores porque se tem um mundo à disposição para pesquisar.”

Pandemia e EAD

Se por um lado a crise sanitária gerada pela covid-19 impactou negativamente a instituição no que diz respeito ao número de matrículas, que não cresceu durante os dois últimos anos, por outro o aprendizado e o desempenho acadêmico dos alunos foram mantidos em um bom nível de qualidade.

“O que nós percebemos foi que, com a pandemia, quando ficamos totalmente remotos, o desempenho dos alunos continuou muito próximo do que era antes, com uma diferença, já que várias atividades puderam ser disponibilizadas no ambiente virtual, o que antes não era permitido.

“Inclusive fizemos um evento há um mês e meio que consistiu em simulados de provas do Enade e da OAB, para averiguar o desempenho dos alunos, pois eles ficaram dois anos estudando a distância, e o resultado foi ótimo”, afirma Franco Júnior. Para ele, quando tem bons alunos, uma instituição seguirá bem, não interessando se o ensino se dá de forma remota ou presencial.

Como planejamento para o futuro, ele afirma que a instituição está buscando credenciamento para poder ter cursos totalmente no formato EAD. “Esse é o nosso próximo passo. Nós vamos fazer este ano a nossa consolidação em termos de ambiente, vamos reparar todas as situações e pedir credenciamento EAD.”

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Ensino foi aplicado em parte presencial e parte com o suporte da plataforma virtual (Foto: divulgação)

Franco Júnior cita questões geográficas como razões para aplicar a modalidade de ensino. “Na região Norte, diferente das demais regiões, você tem um problema, além do acesso tecnológico, que é o da distância. O nosso objetivo com o credenciamento é aquilo que se chama de ‘acessibilidade’. Nós queremos avançar no interior do estado com nosso ensino e aí o EAD é a única possibilidade para que isso aconteça.”

O EAD cumpriria esse papel de permitir acesso ao ensino até porque, segundo ele, não há uma tendência de crescimento exponencial do ensino presencial atualmente. “O ensino superior é uma consequência da sociedade. Nas décadas de 70, 80 e 90, havia uma demanda reprimida altíssima, seja de pessoas com mais de 18 anos, ou pessoas que terminavam o ensino médio e queriam o ensino superior, que era fechado e dispunha de poucas instituições, e sem ensino a distância. A oferta, então, era muito limitada”, explica.

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Com a liberação e expansão dos cursos de ensino superior que começaram no governo de Fernando Henrique Cardoso e aceleraram no governo Lula, o ensino superior “explodiu” em termos de oferta e diversificação de cursos. “É logico que as instituições sentiram, principalmente as isoladas que não fazem parte de grandes grupos. A demanda passou a ser muito mais rapidamente atendida por outras organizações devido às suas estruturas e estilos de ensino. A gente não vê, portanto, uma expansão tão forte do ensino presencial ocorrendo, mas uma consolidação. Algumas instituições irão se consolidar pela sua qualidade e outras, não”, analisa Franco Júnior.

A Feapa, cuja média das mensalidades dos seus cursos oscila em torno de R$ 1.100, possui atualmente sete cursos de graduação (administração, ciências contábeis, direito, sistemas de informação, design gráfico, jornalismo e publicidade e propaganda) e cinco de especialização (gestão tributária digital, gestão integrada, gestão pessoal, empresarial e marketing, gestão pública, auditoria e controladoria e perícia, e gerência integrada de TI) e conta com cerca de mil alunos.

Matéria publicada originalmente na edição de jun/julho de 2022 da Revista Ensino Superior. Assine.

Autor

Raul Galhardi


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