Financiamento é voltado a instituições de ensino e empresas que atuam na área educacional, que terão carência de até 4 anos para começar a pagar o empréstimo e 12 anos para quitar a dívida
Publicado em 03/12/2018
Instituições de ensino superior privadas e empresas que atuam no setor educacional receberam uma linha de crédito de R$500 milhões para projetos de inovação acadêmica.
Os recursos vêm do Programa de apoio à inovação em educação no ensino superior, fruto de uma parceria entre o MEC e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A Finep (Financiadora de Inovação em Pesquisa), ligada ao MCTIC, é a responsável pelos recursos.
As instituições que conseguirem o crédito terão carência de até quatro anos para começar a pagar o empréstimo, e até 12 anos para quitar a dívida. O valor mínimo de financiamento é de R$ 3 milhões. Outro atrativo é que os projetos poderão ter 100% de participação da Finep.
Para acessar a linha de crédito da Finep, a instituição deve ter receita bruta acima de R$16 milhões e as inovações propostas podem abarcar tanto o desenvolvimento de novos produtos e serviços – como ferramentas que ajudem a reduzir a evasão, por exemplo – quanto o desenvolvimento de novos processos e/o aprimoramento de um bem já existente.
Ou seja, pode ser uma novidade “pura” ou aperfeiçoada. Também pode ser uma iniciativa que algumas instituições já estejam aplicando (dentro ou fora do Brasil), e que a instituição proponente também queira desenvolver para se fortalecer, como explicaram Renato Magalhães de Souza e Marco Poli, analistas de projetos da Finep. Eles participaram de um seminário promovido pelo Semesp para esclarecer as dúvidas dos gestores educacionais.
Como exemplo, eles citaram as metodologias ativas de ensino, que apesar de muita IES dizerem que têm, como lembrou Souza, elas ainda não estão consolidadas e podem, portanto, serem consideradas inovação.
“A gente entende que a inovação é a forma que as instituições devem ter para se diferenciar e agregar valor perante os estudantes”, ressaltou Poli.
“A inovação chegou e está mais do que latente e faz com que a financiadora coloque à disposição das instituições uma nova forma de fomento para estimular esse setor a desenvolver projetos que vocacione as instituições para o mundo da inovação”, explicou Henrique Sartori, secretário executivo do MEC.
Para solicitar o crédito, é preciso fazer um cadastro on-line pelo site http://www.finep.gov.br/. Feito o cadastro, as instituições precisam inscrever o Plano Estratégico de Inovação (PEI) de forma clara e descrever, entre outros pontos, em que lugar a instituição quer chegar, o que ela quer atingir e como, além de previsão do orçamento e cronograma.
Na plataforma há quatro linhas prioritárias e o projeto deve se basear em pelo menos uma delas: personalização do ensino; metodologias ativas de ensino; recursos educacionais digitais para ensino-aprendizagem; ambientes, estratégias e processos promotores de inovação.
“Quanto mais alto for o ineditismo e maior o risco de implementar a ação mais bem avaliada pode ser. A Finep observa a relevância da inovação”, complementa Souza .
Livia Ciacci é analista do Centro de Empreendedorismo, Pesquisa e Inovação do grupo Centro Universitário Sul de Minas (UNIS) e foi ao seminário do Semesp para conhecer melhor a linha de crédito. Ciacci conta que sua equipe já investiu em metodologias ativas de ensino, em impressora 3D, espaço coworking, mentoria para alunos empreenderem e outras atividades. Agora o Centro busca melhorar sua infraestrutura.
“O financiamento vem para dar suporte com investimento em infraestrutura e equipamentos que possibilitem a troca de conhecimento e impulsionem a inovação por meio de um convênio com uma incubadora localizada próxima da região”, revela a analista do UNIS.
As inscrições vão até 20 de dezembro de 2020.
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