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Inovação

Nova IES escolhe nicho de empreendedorismo

Com ensino voltado para a prática, abrangendo estudos de casos, mentorias de negócios e processo seletivo que envolve de redação a vídeos e dinâmicas em grupo, a Link School of Business, de São Paulo, forma sua primeira turma em 2024

Publicado em 08/08/2022

por Raul Galhardi

linkschool

Formar empreendedores e administradores, e não ser apenas uma faculdade global, mas também um ecossistema de empresas focado na criação de negócios. Foi com esse objetivo que há dois anos foi criada a LSB (Link School of Business), instituição de ensino que busca inovar oferecendo aos seus alunos práticas em sala de aula voltadas a problemas reais de empresas e startups e programas de aprendizado internacionais de forma online e presencial.

“A ideia de criar a Link foi a partir de uma visão do Álvaro Schocair, que por muito tempo fez carreira no mercado financeiro e que nesse trajeto se relacionou com muitas faculdades estrangeiras. Ele tinha interesse em investir no setor de educação por ser promissor e porque também deixa um legado para a sociedade. Nosso objetivo é formar melhores seres huma- nos e empreendedores para que eles possam criar as soluções para os problemas pelos quais o mundo passa”, afirma Gabriel Alterman, head de Marketing.

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Segundo ele, as faculdades brasileiras sofrem de alguns problemas, como a distância entre o ensino e o mercado de trabalho e entre a teoria e a prática. “Na teoria você aprende uma coisa, mas na prática quando você se forma para trabalhar é outra coisa.”

Visando resolver essas questões, a LSB, inspirada em instituições internacionais como a Kaospilot, escola de negócios da Dinamarca, e a americana Babson College, criou uma equipe de professores formada por empresários e empreendedores que atuam no mercado e que, por meio de aulas dinâmicas, interativas e colaborativas, avalia os estudantes através de provas e projetos focados em “cases” que simulam problemas reais de empresas trazidos para a sala de aula.

Pilares adotados

Para alcançar esse objetivo, a escola adota um tripé metodológico. O primeiro pilar são as “business tools” (ferramentas de negócios), que são as aulas, na parte da manhã, que formam academicamente o aluno com as habilidades técnicas que um empreendedor precisa ter em áreas como finanças, marketing, gestão, vendas, tecnologia e jurídica.

Outro pilar é o de “people skills” (conhecidas no mercado como “soft skills” ou habilidades comportamentais). “Um diferencial nosso é que damos o mesmo peso para as competências técnicas e comportamentais. O aluno na Link tem aulas de gestão emocional, liderança, como falar em público e recebe um ‘mind mentor’ que vai ajudá-lo a resolver seus conflitos e a se desenvolver como pessoa com sessões mensais, além de ter à sua disposição um personal trainer”, explica o head de Marketing .

O “Link Labs” é o terceiro elemento do tripé e proporciona aos alunos, de forma opcional na parte da tarde, aulas e palestras com empreendedores e empresários de diferentes setores; workshops de especialistas sobre ferramentas de negócios, tecnologias, tendências e análises setoriais; mentorias de negócios; e visitas a empresas e startups.

Aluno como “dono de sua própria empresa”

“Quando se fala em curso de administração de empresas, não existe no Brasil um que ensina a pessoa a ser dona do próprio negócio. Basta olhar para os principais cursos e faculdades como Insper e FGV, que nasceram com o propósito de formar grandes executivos para as principais consultorias e corporações. Queremos que o aluno seja dono da sua própria empresa em vez de formá-lo para o mercado e por isso nosso propósito é criar grandes líderes que saiam daqui com suas empresas ou prontos para tocar um negócio”, diz Alterman.

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empreendedores
Link School: criada há dois anos com segmentação

De forma complementar ao “Link Labs”, a instituição possui uma aceleradora, a MI-5. Permite ao aluno que tem uma empresa com faturamento ter acesso a um time de mentores e capital. “Já tivemos rodadas de captação de investimentos para empresas de alunos e hoje 30% deles têm negócios que faturam e se sustentam. Eles ficam o dia inteiro após as aulas na aceleradora, com acesso a gestores e equipe especializada.” Para entrar, exige-se que os estudantes tenham empresas com viés tecnológico (de qualquer setor) e que apresentem faturamento e potencial de escala.

A LSB oferece também um curso de MBE (Master in Business and Entrepreneurship), programa com currículo focado em práticas e experiências reais pensado e desenvolvido com base nas fases da jornada de uma empresa. Empreendedores e graduados com mais de cinco anos de formação são o foco do MBE.

Processo seletivo diferenciado

Para entrar na faculdade, os candidatos precisam ter um “fit” com a instituição, que consiste principalmente em possuir um perfil empreendedor, com coragem e simplicidade.

“Buscamos formar uma turma complementar, mas alguns aspectos são comuns a todos os escolhidos. São pessoas que querem criar um serviço ou produto para atender o mercado, independentemente do setor.”

Alguns candidatos já entram na escola com uma empresa familiar, enquanto outros possuem apenas ideia de negócio, mas não sabem como começar a empreender. Há também aqueles que desejam criar algo, e aqueles que já têm a empresa e entram na escola para fazê-la crescer.

O processo seletivo da instituição é totalmente online e se divide em quatro etapas que envolvem redação, entrevista, solução de “cases” reais de empresas, entre outras dinâmicas. “A gente acredita que o vestibular como é feito hoje, através de uma prova escrita, não avalia os talentos e o potencial que o aluno tem”, defende Alterman.

Etapas de seleção

Diante disso, a primeira fase da seleção consiste na apresentação do candidato, que ocorre por meio da entrega de uma redação, vídeo de apresentação, avaliação de perfil e uma carta de recomendação.

A etapa seguinte é a de resolução de problemas reais de empresas. “Os candidatos têm dois dias para resolver quatro ‘cases’ e nesse processo avaliamos as suas capacidades lógica, matemática e de resolução de problemas. É permitido a eles usarem o Google,YouTube e os relacionamentos que possuírem para alcan- çar a solução dos problemas”, afirma o head de Marketing.

Em seguida vêm os “group sessions”, fase em que são avaliados os comportamentos dos candidatos, quando eles se conectam por uma hora em sessão online e devem resolver pro- blema de uma startup. “Avaliamos as ‘people skills’, um dos nossos pilares. Nesse momento, os candidatos também interagem entre si.”

Por fim, é realizada uma entrevista para a avaliação do “fit” com a instituição. Em todas as etapas o inglês é muito usado, embora não possua caráter eliminatório. “Somos uma faculdade regulada pelo MEC. Não um curso de empreendedorismo, mas um curso de graduação de administração de empresas que dá o diploma de administrador com foco em empreendedo- rismo”, ressalta Alterman.

Formação internacional

Como um de seus diferenciais, a faculdade oferece experiências de aprendizagem com instituições estrangeiras, sendo uma obrigatória e outra opcional. Uma delas é o “Anywhere School”, em que os alunos que possuírem boas notas podem optar por fazer um intercâmbio de três meses em uma das duas casas da LSB em Palo Alto ou Berlim.

Nesses locais, os estudantes visitam empresas e institutos de tecnologia, recebem empreendedores para aulas e conversas e vivenciam a cultura e o ecossistema locais de startups, fortalecendo network com organizações mundiais.

De caráter obrigatório, o projeto internacional da escola consiste em seis programas acadêmicos, um em cada semestre a partir do segundo, com durações que vão de dez a vinte dias. Nos semestres pares, ele é realizado de forma online e, nos ímpares, in loco em outros países.

Programas acadêmicos

O primeiro deles, online, é focado nas “communication skills” com aulas dadas pela Universidade Stanford. No segundo, os estudantes viajam para o Disney Institute para estudar liderança e no terceiro, novamente online, é feito um programa de empreendedorismo e jogo de empresas com a faculdade de Wharton.

No quinto semestre (quarto programa), os alunos viajam a Israel para estudar tecnologias e criação de startups na Universidade de Tel Aviv. O quinto programa é feito pela Universidade Harvard de maneira online e trata novamente de liderança, enquanto o sexto, que ainda não foi definido se será em Cingapura ou Xangai, abordará mercados asiáticos. Todos eles concedem certificados acadêmicos pelas respectivas instituições internacionais.

Atualmente, a faculdade, cuja mensalidade é de R$ 10.420, conta com mais de 500 alunos distribuídos em cinco turmas semestrais e formará sua primeira turma em 2024. Dentro desse valor estão incluídos os materiais acadêmicos; um chromebook; o Programa Internacional; acesso ao “Link Labs”; aulas e monitorias. A instituição disponibiliza ainda bolsas de estudos que vão de 10% a 85% do valor das mensalidades.

Leia: O Despertar da Liderança Sistêmica

Matéria produzida para a edição de agosto/2022 da Revista Ensino Superior. Assine.

Autor

Raul Galhardi


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