NOTÍCIA

Ensino edição 228

Cultura da criatividade

Para que as práticas pedagógicas acompanhem as transformações sociais, os educadores precisam estar inseridos em um ambiente que valorize e busque a inovação

Publicado em 02/05/2018

por Redação Ensino Superior

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inovação
Por Fábio do Prado

Quando pensamos em inovação, geralmente, a primeira ideia que vem à mente é sobre algo novo, que envolva novas tecnologias, e seja transferido à sociedade. No entanto, o termo vai muito além de novas ferramentas tecnológicas. Inovação, acima de tudo, é uma forma nova de pensar o mundo e propor novas soluções aos seus problemas.

É sabido que vivemos em uma época pautada pelo ritmo acelerado dos avanços tecnológicos, por incertezas e complexos cenários. Por outro lado, este é um momento rico de oportunidades e de aprendizagem, e de intensa busca pela melhoria da qualidade de vida.

Novas formas de produção ganham espaço no dia a dia da população. Os conceitos de indústria 4.0, Internet das Coisas, inteligência artificial, realidade virtual e Big Data são alguns exemplos deste mundo digital, altamente conectado, e que busca incessantemente responder aos anseios do presente e do futuro.

De olho nisso, para estarmos preparados para as mudanças, é preciso pensar o novo. Esta transformação de paradigma passa por uma evolução do atual modelo educacional. Perguntas que nós, educadores, devemos nos fazer sempre é: nossas práticas e metodologias de ensino estão acompanhando a velocidade destas transformações? Estamos conseguindo dialogar com as novas culturas e formar lideranças? E, certamente, a resposta para muitos será – ainda temos muito que avançar.

Os projetos pedagógicos precisam estar preparados às mudanças rápidas do presente e ao mesmo tempo buscar a compreensão do futuro. Mas, além disso, precisam estimular nossos jovens para que possam se adaptar a um mundo cada vez mais dinâmico e ser capazes de propor soluções a problemas mal estruturados. Esse processo pode causar resistência e até desconfiança, mas não se pode negar a importância das mudanças, que vieram para ficar, e que as novas tecnologias devem ser encaradas como aliadas do processo e não como ameaças.

Uma mentalidade fixa, com conteúdos rígidos, e que tenha como referência modelos já preestabelecidos, não é um campo fértil para novas ideias. Como parte do processo de inovação na educação, faz -se necessário criar uma cultura voltada para a criatividade, o que na FEI estamos chamando de Cultura da Inovação. E toda a comunidade – estudantes, docentes e colaboradores administrativos – deve estar inserida neste grande movimento.

Em linhas gerais, o pensamento inovador é aquele capaz de problematizar, olhar para o futuro, fazer abstrações e gerar ideias. O inovador deverá ter a capacidade de aprender e reaprender na velocidade das transformações e, se possível, estar um passo à frente, ao antecipar-se às megatendências. A alternância entre o conceito e a prática é a dinâmica necessária para avançar neste processo.

A cultura de inovação implica, primeiramente, inspirar e capacitar os professores e funcionários administrativos a saírem de suas zonas de conforto, buscarem novas metodologias e expandirem suas atividades para além do planejamento regular e mínimo. A capacitação passa por treinamentos sobre o processo da criatividade e inovação, que vai dos métodos da geração de ideias, passando por critérios de escolhas, até a implantação das soluções. Tendo sempre como referência a visão de futuro.

Com estímulo, práticas pedagógicas e imersão nas tendências mundiais, o aluno terá o conhecimento e as ferramentas necessárias para o desenvolvimento da mente inovadora. O aluno inovador não será mais um replicador de conceitos e conteúdos, mas sim o solucionador de problemas reais e protagonista do próprio desenvolvimento.

O professor terá a missão de inspirar, de desenvolver as necessárias habilidades desses jovens e, sobretudo, de orientar suas ações, para que possam elaborar e gerir projetos inovadores de alto impacto social e ambiental. Precisamos educar nossos jovens para que reconheçam seus espaços neste novo mercado de trabalho, que se insiram adequadamente nas novas posições profissionais, e que sejam agentes transformadores da sociedade, em prol da qualidade de vida. Este é o nosso grande desafio.
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Fábio do Prado é bacharel e licenciado em Física, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, mestre em Ciências pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ingressou como docente no Centro Universitário FEI, em 1990, e hoje é reitor da instituição.

Autor

Redação Ensino Superior


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