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Opinião

Inovar no ensino superior: sete considerações

O que as evidências científicas e a experiência apontam sobre o tema

Publicado em 02/06/2017

por Oscar Jerez Yañez

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Nos últimos tempos, a palavra ‘inovação’ se tornou comum no ensino superior. Mas nós sabemos as suas implicações? Com base nas evidências científicas disponíveis e na experiência, podemos definir a inovação como um processo intencional e contínuo que visa provocar transformações, efeitos e impactos reais e positivos sobre: ​​a aprendizagem dos alunos, as instituições (seu entorno e cultura organizacional) e a sociedade. A partir deste quadro, podemos extrair sete considerações a respeito do tema:

1.O tamanho e a envergadura não são os aspectos mais relevantes quando falamos de inovação, mas sim seus efeitos, especialmente quando eles são positivos e significativos. Às vezes, acreditamos que a inovação envolve a realização de grandes mudanças em sala de aula ou na gestão, mas a verdade é que não é bem assim. A chave está em mudar o cotidiano: pequenas mudanças na rotina que geram efeitos significativos sobre a instituição ou a sala de aula.

2. A inovação deve ser intencional e permanente. Portanto, ela não pode acontecer apenas em momentos específicos: ela integra um processo de desenvolvimento constante, aprendizagem contínua e reformulação permanente.

3. A inovação deve ser capaz de transformar positivamente tanto o acontece em sala de aula, como os processos formativos e a gestão. A inovação deve gerar mudanças autênticas, fundamentais e significativas no negócio das instituições de ensino: provocar inovações que sejam transformadoras, significativas e com sentido.

4. As ações de inovação devem ser capazes de influenciar ou mudar a forma como as decisões são tomadas e a instituição, gerenciada. Da mesma forma, a influência também deve impactar a maneira como pessoas e as equipes convivem e interagem entre si. Em outras palavras, tão importante quanto as grandes mudanças na gestão são as alterações nas rotinas: inovar a partir do cotidiano.

5. Os efeitos de curto prazo (output) das inovações devem estar vinculados tantos aos ganhos de aprendizagem (perfil dos egressos) quanto aos objetivos institucionais. E os impactos de longo prazo (outcomes) devem estar relacionados com a integração dos egressos na sociedade ​​como profissionais e cidadãos: considerar os efeitos e impactos significativos das inovações.

6. A inovação deve promover a colaboração entre os distintos participantes da comunidade educativa. Ainda que comece a ser promovida por pequenos grupos, estes devem ser capazes de “contaminar positivamente” a instituição e engajar novos integrantes: a inovação é um processo de colaboração e crescimento institucional.

7. Finalmente – e o mais importante –, a inovação deve atingir o centro do processo educacional: a aprendizagem dos alunos. O processo de formação (process) levado a cabo em sala de aula pelas distintas disciplinas deve ser capaz de provocar efeitos positivos sobre todos os pontos do currículo. Consequentemente, uma verdadeira inovação deve ser destinada a esse fim: impactar positivamente a aprendizagem da grande maioria dos estudantes de um curso.

 

Oscar Jerez Yañez é diretor do Centro de Ensino e Aprendizagem da Universidade do Chile, além de consultor de governos, universidades e organizações da América Latina e do Caribe.

 

Autor

Oscar Jerez Yañez


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