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Força pedagógica

A inclusão da pedagogia na prática docente do ensino superior propicia ministrar aulas com maior sucesso de aprendizagem e participação dos alunos Atualmente o ensino superior vem crescendo consideravelmente, en­tre­tanto, os docentes deste segmento ainda têm muitas dificuldades de utilizar a pedagogia e suas estratégias […]

Publicado em 25/08/2014

por Ensino Superior

A inclusão da pedagogia na prática docente do ensino superior propicia ministrar aulas com maior sucesso de aprendizagem e participação dos alunos

Atualmente o ensino superior vem crescendo consideravelmente, en­tre­tanto, os docentes deste segmento ainda têm muitas dificuldades de utilizar a pedagogia e suas estratégias como a didática, o currículo, o planejamento entre outras, para ministrar suas aulas com sucesso e de fato fazerem da universidade um local privilegiado de pesquisa, ensino e extensão. Devem, antes de tudo, primar pela práxis pedagógica, sabendo utilizar a transposição didática. Ou seja: não basta apenas ter o domínio do conteúdo, é necessário saber transmiti-lo com uma linguagem acessível, trocando expe­riências e levando em consideração o conhecimento prévio do aluno.

O conjunto currículo-ensino constitui os meios mais diretos para atingir o que é nuclear na universidade, a aprendizagem dos alunos, com base em objetivos. A função específica da universidade, enquanto produtora de conhecimento e prestadora de serviço, é o ensino. O ensino, aprendizagem e currículo são o foco de estudo da pedagogia.

Desta forma, a pedagogia e suas áreas de estudo devem ser objetos de estudo dos professores universitários para que estes tenham uma práxis mais elaborada. Uma práxis elaborada se faz necessário no âmbito da universidade, pois muitos professores dominam apenas uma estratégia de ensino: a da exposição. Outros, apesar de conhecerem diferentes estratégias, ficam com medo de usá-las por não se sentirem seguros. Há, ainda, professores que até diversificam suas estratégias, mas unicamente pelo desejo de diversificar, não se preocupando em adequá-las ao grupo para o qual estejam lecionando.

Na relação social que se estabelece em sala de aula, o profissional liberal que ministra aulas – o engenheiro, advogado, arquiteto, físico, economista, veterinário, biólogo etc. – passa a seus alunos visões de mundo, das relações sociais, da profissão, ou seja, passam uma intencionalidade em relação à formação dos futuros profissionais que é, eminentemente, pedagógica. Desta forma, é necessário considerar os aspectos pedagógicos e didáticos. Isto não significa que se deseja normatizar as situações de ensino, adotar formalidades e controles ou enquadrar os professores em receitas didáticas. Sabe-se que cada área de conhecimento tem suas especificidades epistemológicas e metodológicas.

O que a pedagogia propõe ao ensino universitário são medidas no sentido de desencadear ações para conhecer mais de perto o que está acontecendo nas salas de aula e prover as condições necessárias para se obter mais qualidade de ensino, dentro de práticas participativas e colaborativas em que os docentes sejam protagonistas dos processos de mudança. A ideia é introduzir, nos cursos, espaços de reflexão conjunta, trocas de experiência, formas de negociação e tomada de decisões coletivas.

A condução pedagógica da universidade supõe uma dupla convicção: a) de que o professor universitário possui duas especialidades profissionais: a de ser especialista na matéria e especialista no ensino dessa matéria; b) de que, se houver algum lugar mais propício para promover mudanças e inovações em vista da melhoria da qualidade de ensino, esse lugar é o curso, com seus professores e alunos, e a forma, a gestão participativa.

Nesse contexto, é importante que o docente universitário leve em consideração o conhecimento prévio do aluno em sua sala de aula. Ao ministrar um conteúdo deve iniciar com uma conversa informal questionando sobre que os alunos sabem sobre aquele assunto. A partir daí, irá desenvolver o tema ampliando os conhecimentos dos alunos e inserindo novos conteúdos. Entretanto, deve transpor a linguagem do conhecimento científico para a linguagem do conhecimento “ensinável”, isto é, com condições de ser aprendido pelo aluno.

O professor que consegue transpor a sua linguagem científica para a linguagem ensinável consegue um nível de aprendizado maior em sua turma do que aquele que fica apenas no nível científico de conhecimento. A pedagogia propicia este ato docente que no ensino superior é de suma importância.

Para que a transposição didática ocorra, esta pressupõe a interdisciplinaridade e a contextualização. A interdisciplinaridade engloba a intersecção das disciplinas entre si de forma que elas não sejam mais fragmentadas. Podem ser trabalhadas através de projetos e a contextualização pressupõe ações e estudos voltados para a realidade e situações cotidianas que acontecem na comunidade, no município, no estado, no país e no mundo.

A interdisciplinaridade viabiliza interconexões – causa e efeito; supera a visão fragmentada da produção do conhecimento; produz coerência entre os múltiplos fragmentos do acervo do conhecimento. A transposição didática pressupõe dar significado ao conhecimento universitário, mediante a contextualização; e evitar a compartimentalização mediante a interdisciplinaridade.

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Ensino Superior


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